Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

sábado, abril 28, 2007

Vale dizer que Wando, além de ter ido no mesmo vôo, tb voltou. Mas o detalhe dessa volta foi uma senhora que não parava de tagarelar em frânces. Ôjorduí, abientô, macher, rexerxe, tudo com biquinho, senhora gastou a língua, mas soltava um cheirinho... um futunzinho debaixo do braço que foi de amargar. Foram duas horas de cecê do meu ladinho até chegar ao Rio. Ah, fez a chegada ao Galeão ser ainda mais emocionante, a certeza de levantar e ficar longe do fedor.

Mas como é futum em francês?
11 graus em Porto Alegre ontem, né? E ainda escuto os locais falando que "nem tá tão frio". Ahan. Pra um sujeito que mora em Bangu 11 graus nem é frio... Já passou disso sete graus antes.

Cruel mesmo foi, por conta do trabalho, pegar uma lancha usando casacão e cachecol enquanto um solzinho tava lá em cima iluminando o dia, provavelmente, dando umas risadinhas às minhas custas. O mar? Bem, as ondas eram de até três metros, claro que pus o galho dentro e mal saímos da parte protegida, uma espécie de canal. Saindo na barra a lancha sacolejava, subia e descia q eu via a hora de começar a enjoar. Quem é do mar não ejoa, eu sei. Mas quem disse q eu sou?
Agora eu quero saber!

Qual o furibundo que joga praga. É só eu ter uma josta dumas horas livres em uma viagem a trabalho que, tcharan, vem um piriri bônus. Bom, já estou no Rio. Cheguei durante a tarde e trouxe comigo um piririzinho gaúcho.

quinta-feira, abril 26, 2007

Ah, faltou dizer que às 20h na cidade as ruas estão praticamente vazias. Sensação de cidade fantasma... Q estranho...
Bom, já em terras gaúchas... vamos à labuta. cheguei em PoA, fui a Canoas e agora estou em Tramandaí. Mas rola um frio cruel pra um carioca criado em Bangu. Mais cedo choveu "di cum força" quando eu tava na Free Way, um auto-estrada que vai de Porto Alegre pro litoral norte (onde tô agora).

Melhor é que a sexta-feira promete. A brincadeira começa em Tramandaí, vai pra Imbé onde vai rolar barquinho pra eu entrar no mar e ir ali, alguns quilômetros além da costa. Já em terra, vou a até Osório e aí, não sei q horas, volto pra capital. Diliça que a previsão disso tudo é sob frio..., mas não devo ter a companhia da chuva. Ao menos isso.
Essa eu tenho q contar...

Hoje pela manhã embarquei para o Rio Grande do Sul. Sim, esse pôste está sendo feito em terras gaúchas. Cheguei cedo ao aerporto do Galeão, no terminal 2. Fiz meu chéquin e tal, quando vou saindo e me encaminhando ao embarque... vejo na minha direação uma mulher enorme, branca, muito branca, com uma vistosa calça vermelha, blusa preta e cabelos que não podem ser descritos. Era loira, ou algo próximo ou algo além de loiro. Comecei a achar familiar e identifiquei. Sim, era ela: Elke Maravilha.

Segui minha caminhada até o embarque quando vi aquele beiço sentado em um banco, possivelmente esperando a hora do embarque. Olhei direito, cocei a vista e pude identificar tb: Wando, aquele mesmo das calcinhas...

Gente, que sensacional o aeroporto nessa manhã!

Achando tudo muito divertido fui, embarque, entrei no avião que me traria a Porto Alegre e... entra Wando. Passa um tempo... entra Elke dizendo seu incofundível "oi, crianças". É, meu vôo deveria vir pra capital gaúcha, mas com escala no mundo bizarro, eu, Elke e Wando num só avião. Não sei que opnião formar a respeito...

domingo, abril 15, 2007

A prisão dos bicheiros

Está rolando um estardalhaço sobre a prisão dos bicheiros no Rio. Anísio, ligado a Beija-flor, e Capitão Guimarães, ligado à Vila Isabel, e presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio. Bom, o lide da história são os desembargadores e delegados da Polícia Federal que foram presos pela própria PF, embora pro imaginário do carioca e acho que do brasileiro em geral chame mais atenção falar dos bicheiros ligados ao universo das escolas de samba cariocas. Tudo fruto da tal Operação Hurricane.

Eu estou me perguntando algumas coisas... Até onde vai essa iniciativa da PF? Será que todos que foram detidos realmente ficarão presos? As matérias davam conta que as prisões são por dez dias, o que me leva a crer que nos próximo fim de semana já teremos os tais detidos na rua.

Os sujeitos foram em cana por envolvimento com jogos ilícitos, compra de liminares e tal. A coisa é séria, a coisa é bem grave, mas mesmo assim fica no ar a dúvida se realmente ficarão na prisão. E, se ficarem, vão ter seu esquema desfeito ou continuarão apitando de dentro das celas?

E o que vai ser feito dos bingos e maquininhas de caça-níquel? Vai ser proibidos? Vão ter suas licenças cassadas?

Na qualidade de amante das escolas de samba do Rio de Janeiro, ainda me pergunto mais coisas que afetam nossa realidade. O delegado encarregado afirmou que existem indícios de manipulação de resultados, referindo-se a Anísio e Capitão Guimarães. Serão que provar algo? Espero que provem mesmo, mas e se provar? O que vai acontecer com a Liga das Escolas de Samba? Sua credibilidade vai descer pelo ralo. E a grana que entra pela prefeitura? O que nosso prefeito vai falar a respeito já que ele sempre colocou a liga como sua parceira?

O que vai acontecer a liga? As escolas? O desfile? Como as escolas vão se colocar diante disso? Será que alguém se pronuncia? Será que veremos um silêncio engasgado?

Estou só nos “serás” por enquanto, mas curioso pra ver o desenrolo disso tudo, do que está por vir...

sábado, abril 14, 2007

Falando no Mais Querido do Brasil...

Saía eu pra trabalhar quando Paulete me encontra. Paulete é um conhecido torcedor do Flamengo que mora no bairro. “aí, comentamos sobre vc ontem. Estamos combinando de ir ver Flamengo em Boca Juniors na Bombonera”. Puts, olha lá eu sendo referencial dessas pirações, bom é certo que a vontade é grande. Mas é bom que o Boca se classifique pra isso virar um planejamento de fato.
Já avisei aos putos que se rolar eu pilho de ir. Vamos de vermelho e preto pra Buenos Aires.
“Vamos tirar onda com eles”, disse o camarada. Sei não, hein, se formos mesmo quero mais é sobreviver à pressão e que nosso time vença. Mas, fala a verdade, ia ser simplesmente sensacional ver um jogo do Flamengo com o Boca lá, pq eu já vi no Maracanã, mas lá seria uma mega novidade.
Um rubro-negro em uma festa alvi-negra

Quarta-feira passada era dia de jogo no Maracanã, dia de semi-final do campeonato estadual de futebol, dia de jogo entre o Botafogo e o time da colina. Uns amigos estava na cidade, os sujeitos estava pilhados de ir ao estádio pra ver o suposto gol mil de Romário. Ok, ok, fui nessa onda.
Só que dei uma condição, não ia ficar do lado português do estádio. É sabido e declarado que torço pelos times do Rio de Janeiro, não pelo do colonizador.
Foi curioso ver o Maracanã todo em preto e branco. A festa das torcidas é sempre bonita, a animação, as comemorações e tal. Mas confesso ter achado estranho, a impressão que tive é que faltou cor, muito provavelmente impressão causado por estar acostumado à vida que o vermelho misturado ao preto dá àquele estádio em dias de partidas.
Foi uma jogo espetacular. Pareceu que terminaria com festa em Portugal. Haha, engano. O Glorioso foi lá e reverteu a parada. O estádio ficou frenético, torcida cantando dali, torcida cantando de cá... E eu sentindo falta do vermelho misturado ao preto...
O resultado final agradou a todos os sujeitos com quem estava. Engraçado, só um era mesmo botafoguense. Haha.
Ah, e o milésimo gol do Romário? Pois é, saiu não... Nem ri no fim das contas. O cara tirou mó onda, armou mó festa... Esqueceu de combinar com os adversários. Bom, o gol vai sair, vai ser uma festa, vamos valorizar o esforço do sujeito, mas até lá... Até isso acontecer já está constrangedora. Q esperemos o Brasileirão, que só começa em dois meses.Ao menos ninguém sentiu falta do tal gol já que o jogo foi sensacional e o resultado agradou a torcida.

domingo, abril 08, 2007

Hoje é domingo de Páscoa. Boa Páscoa pra todos que lerem isso hoje e depois.
Crise de identidade

Esse blógue anda muito estranho. Hoje em dia posto mais sobre viagens de avião que viagens de trem. Pior, eu viajo de trem quase todo dia. Quase todo santo dia pego o bom e velho cara de lata na Central rumo à estação de Guilherme da Silveira.

O que estará acontecendo com o dono do blógue e, por conseguinte, com seu blógue? Acho que vivemos uma crise de identidade. Minhas histórias com os personagens do subúrbio? O pequenos fatos que gostava de postar, onde estão? E os acontecimentos que me deixam indignado? Eles não deixaram de existir. Onde estão nesse blógue furibundo? Sei lá... Será que estou perdendo a sensibilidade pra ver essas coisas? O Preto, pobre e suburbano já foi mais bacana, já foi mais divertido, já mais... ah, sei lá, já foi mais legal.

quarta-feira, abril 04, 2007

A gente quer ajudar, mas...

Há algum tempo eu ajudo algumas instituições de caridade. Nem gosto de falar disso, não é o tipo de coisa que sirva ser pôste. Mas uma coisa me chama atenção. A partir do momento em que se propõe a dar uma moral pra alguma instituição seu telefone começa a tocar de forma insistente. Toda hora, nos momentos mais inesperados e inapropriados toca seu telefone na empresa com alguém pedindo ajuda. Ora, gente, não dá pra ficar ajudando todo mundo. Não dá, não tem chance. Assim vou ser eu a passar o chapéu por aí pra conseguir chegar até o fim do mês com as contas pagas. Mas o que me chateia é a situação, é ter certeza que meu telefone e nome correm por entre as referidas instituições. Soa, no mínimo, como falta de respeito, como oportunismo. Será que pensam que sou rico? Porque não sou, se fosse talvez ajudass.