Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, novembro 30, 2006

A chapa tá quente, as coisas não fluem do jeito q eu esperava.

Ah, q saudade da minha cidade... Sabadão tô lá. O negócio é sobreviver e dar conta do recado. Essa segunda parte que tá jogando contra. Mas vamos frente, tudo dará certo no fim.

terça-feira, novembro 28, 2006

Frustração é:

Circular por várias lojas para ver se encontrava alguma coisa de times amazonenses e nada. Só existem camisas de times do Rio e São Paulo e gringos.
Momento "ó, q fofo"

Os ogros tb tem a capacidade de olhar coisas e se sensibilizarem. Ontem, no meu primeiro dia na cidade, estando já na careta do Amazonas, digo, o Rio Negro, olho pra águas e, tcharan, dois botos cor-de-rosa nadando perto da margem. Ó, q fofo.
Miolos em chamas

Que sol é esse? Tanta faz se sete, oito, 11 ou 15 horas. O sol sempre tá frenético lá no alto. Essa tal região equatorial é sinistra de tão quente.

O dia foi passado sob o sol. Sobre barcas e barcos no Rio Amazonas. Mas o melhor: com roupas quentíssimas para garantir minha seguraça. Melhor ainda! Com uma capacete suuuuper agradável que em certo momentos até fucionou como um boné.

Mas sabe a jugular? Aquela tira q prende o capacete sob a cabeça do sujeito? Tô com a marca dela. O rosto tá corado, mas carrego a marca branca no rosto, digo, nas bochechas...

segunda-feira, novembro 27, 2006

A ameaça

Já nas primeiras horas, tcharan!, vamos ao Rio! Não deu muito tempo Vicente já estava navegando pelas águas do espetacular Rio Amazonas.

Os figuras local, com quem tô trabalhando por essas plagas, contaram um caso do sujeito que caiu de um barco, no Rio, mas próximo à margem e nunca foi encontrado. Houve busca de todo o jeito, nunca, mas nunca encontraram o corpo. Disseram que foi a Pirarara.

Claro q perguntei q josta era a tal da Pirarara. Eles disseram que era um peixe minúsculo que vive no Rio, mas é capaz de abocanhar um marmanjo inteiro. Depois disso, vamos combinar, qualquer colete salva-vidas é insufiente. Eu não vou cair na água nem que o barco vire de cabeça pra baixo.


Esse é o tal peixe ameaçador.

Eu q não vou brincar com o folcore dos caras. hehe.

Primeira postam em Manaus e sobre Manaus

Após acordar ainda de madrugada na segunda-feira, cá estou em na aprazível capital amazonense. A cidade é simpática e nem preciso falar sobre a imponente impressão q ela deixa ao surgir no meio, literalmente no meio, da floresta.

O trabalho começou, acho até q vai dar caldo. Tomara, pq Manaus é longe pra burro pras coisas não funcionarem.

sábado, novembro 25, 2006

Há tempos eu não mando um "ser mané é". Vou deixar um pra ver se volto à velha prática.

Ser mané é:

Saindo da aula q assito na UFRJ, ali na Urca, geralmente caminho até o ponto, tomo um ônibus pra Central onde pego o trem pra Bangu. Vi um escrito "Central", acho q era um 125. Ultrapassando ele vinha outro, amarelo, onde se lia "Ar-condicionado". Nem pensei dua. svezes. Fiz sinal, entrei, sentei. Saquei um texto pra dar uma estudada.

Em dado momento olhei pra fora, opa, o ônibus seguia por outro caminho. Pensei q era daqueles q fazia o caminho alternativo, fungindo da Presidente Vargas. Deu uma certa curiosidade pra ver o ônibus q eu estava... estiquei o pescoço pra ver e... Fiz cagada, o coletivo ia pra rodoviária e não pra Central. Vazei na hora, já na Praça Mauá.

Resultado da malandragem de querer pegar o ônibus com ar-condicionado: andar da Praça Mauá até a Central. Nem é longe, é só seguir pela Rua Acre até a... aquela continuaçao da Visconde de Inahúma e seguir até a gare. Mas no calor? No calor carioca de fim de tarde é cruel...

sexta-feira, novembro 24, 2006

Obina é seleção!!

Saíram os finalistas do Craque do Brasileirão, prêmio da CBF ao melhor jogador da Primeirona. E nao é que ele, o ídolo maior do futebol nacional, tá lá?

Obina não só é melhor que o Eto'o, o Brasil já sabe. Mas segundo a CBF (e não segundo os pôstes escancarados de fanfarronice do Vicente), ou melhor, os caras que votaram, ele é um dos melhores atacantes do campeonato.. Mas vamos combinar, ele é o melhor do mundo.

Quem votou nele? Técnicos, jogadores e o escambau. É um gênio da bola, como já disse, dono da patada mais classuda do futebol brasileiro.

Dunga, abre o olho!
Segunda-feira, muito cedo, lá vou eu para Manaus. Viagem a trabalho. Vamos ver no q vai dar. Acho até que vai ser maneiro. A chefia queria q eu só voltasse na segunda-feira seguinte, tive q argumentar que um compromisso seríssimo no sábado: dia Nacional do Samba, Dia do Trem do Samba. Com todo o respeito à cultura manauara, Dia do Samba é só uma vez por ano.

Chefia altamente sangue bão concordou. Só disse que eu fizesse o trabalho todo caber de segunda a sexta-feira. Missão impossível? Não sei. Mas o guerreiro jamais foge a luta e o sambista não pode perder essa festa.

Que a Força esteja por perto pra me dar uma moral.

terça-feira, novembro 21, 2006

Promessa é dívida

Flávio, sangue bão e blogueiro, já disse q vai ajudar o Vicente que promete há tempos tomar vergonha na cara e pôr o s links da camaradagem aqui do lado. Programação em HTML? Xi, rapá, nem sei mais futucar essas paradas.

Aê, Flávio, dá aquela moral pro marmanjo aqui!
Preciso dizer que:

O dotô tirou os pontos hoje. Não tenho mais custura no nariz. Ah, muleque! Mas me mandou voltar lá semana q vem... Saco. Nunca vou ganhar alta em definitivo?

Ele até disse que a recuperação está ótiam e tal, que custa falar "vai lá, garotão, vai cultivar meleca feliz". Resta-me esperar mais uma semana.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Zumbi e Consciência Negra

Sempre me obrigo a escrever no dia 20 de novembro. Hoje tô sem inspiração, sem ter algo específico pra escrever sobre esse dia que vem servindo pra marcar e dizer pra todo mundo "olha, a negritude existe, ela tá aqui, merece respeito e mais espaço".

Curioso como dizemos "não somos racistas", mas o comportamento cotidiano mostra justamente o contrário. Acredito que quando estiver pra terminar minha vida verei a socieade brasileira com mais espaço pro preto, com mais respeito e mais justa. Sonhar faz parte do viver. Agir em prol do sonho tb.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Beco das Sardinhas

O Rio de Janeiro tem certos pontos que se tornam peculiares por algumas características. O Beco das Sardinhas, no Centro da cidade é, na antiqüíssima rua Miguel Couto, entre o Largo de Santa Rita e a Rua do Acre, é um desses locais. Esse trecho reúne uma série de botecos especializados na venda de sardinhas, reunindo uma razoável quantidade de boêmios-pós-trabalho para tomar algumas cervejas após o expediente.

O ritual básico é sentar-se à mesas dispostas no meio do que foi a rua em tempos passados e hoje é um calçadão, talvez seja melhor dizer que é uma simples calçada. A culinária local gira totalmente em volta dos tais peixes. Em dada oportunidade, eu que não me emociono com os “frangos marítimos” (como um dos bares se refere às sardinhas) pedi uma porção de batatas fritas. Nada mais clássico do que batatas fritas pra dar um tapa na orelha da fome em mesa de bar. E não é que as batas vierem com gosto de sardinha? Hmmmm.... Diliça. Fritaram no mesmo óleo em que fritam os peixes. Ingenuidade achar que teria uma frigideira só pra “não-peixes”.

Não sei se a fome tava muito cruel, mas nem achei ruim.
Esquina da Estrada do Realengo com Rua Ribeiro de Andrade. Bairro: Bangu. Vicente passava sobre a passarela de pedestres sob um sinal vermelho para os veículos automotivos quando, na minha direção, vem uma van onde eu lia abaixo do pára-brisa “Pantera de Jesus”. Tremi. Uma visão daquelas não poderia ser em vão. Devia ser definitivamente minha hora. Não era. Pantera de Jesus só deu susto e, simpaticamente, parou no sinal vermelho. Atravessei sem olhar pra trás e rumei para o ponto para tomar minha van de todo dia, sem nomes bizarros supostamente religosos.

Mas fiquei curioso, será que alguém conhece alguma Pantera de Jesus? O q será isso? Seria só o nome do carro?

quarta-feira, novembro 15, 2006

Muitos desinformados pensam que hoje é feriado nacional por ser dia da Proclamação da República. Engano geral. Hoje, 15 de novembro,é feriado nacional por ser aniversário do clube MAIS QUERIDO DO BRASIL. São 111 anos do Mengão.

"Flamengo, Flamengo, tua glória é lugar. Flamengo, Flamengo, campeão de terra e mar".

"É meu maior prazer vê-lo brilhar
Seja na terra, seja no mar
Vencer
Vencer
Vencer
Uma vez Flamengo,
Flamengo até morrer".


sábado, novembro 11, 2006

Luto na Mocidade

Hoje maior compositor da Mocidade Independente faleceu. Antonio Correâ do Espírito Santo, o Toco, se foi aos 71 anos. Não resistiu a um câncer na coluna cervical. Ele é um dos autores do samba que a escola vai levar para o sambódromo em 2007.

Além do samba-enredo de 2007, Toco ganhou outros 11 sambas na escola. É tanta ligação com a Mocidade que há 50 anos a escola já desfilava com samba composto por ele. Hoje parte da história da Mocidade Independente se foi com sua morte.

Ironicamente eu planejava entrevistá-lo com um grupo de amigos para registramos a história da nossa escola. Não tivemos agilidade suficiente. Parece q ele nos avisava, a introdução do seu último samba vencedor dizia "a velhice vem chegando, sei que q morrer cantando".

Que Toco vá em paz.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Amanhã completo uma semana operado. Ui. E o nariz segue endubido. O pior é q segundo orientaçao médica essa josta é normal... Segunda-feira, o dia da libertação dos pontos tá chegando.
Papo suburbão

Hoje umas colegas conversavam que boa parte da equipe mora em Copa. As mulheres começaram a combinar de se encontrar pra caminhar no calçadão, titi, totó, tatá e por aí foram.

Chicão, Seu Paulo e eu, três suburbanos safados, começamos a vangloriar hábitos suburbanos. Eis que chegaram até o cemitério. Sem mortes, claro. Lembramos como aqueles espaços geralmente relacionados a momentos tristes, de perda de amigos e entes queridos, vira um tipo de sítio, de área de lazer pra uma galera menos abastada.

Como é um espaço sem postes altos com fios elétricos ou telefônicos a molecada se amarra em soltar pipa. Não é raro ver uma figurinha correndo sobre lápides pra cortar ou aparar a pipa alheia. Será que só a gente viu enterro com moleque puxando linha q tá no chão não ser pisada pelo cortejo fúnebre?

Soa desrespeitoso pra quem está no ritual, mas aquilo tb é um espaço de lazer pra eles. Não quero fazer juízo de valor, só tô preocupado com o registro da coisa.

As árvores frutíferas tb fazem sucesso. Vez por outra tem um sujeito mastigando uma goiaba, uma manga...
Mas nem tudo são flores, claro. Ao lado da "boa" vizinhança de brincadeiras estão os fura-olhos e suas malandrangens. Desde aqueles que roubam coroas de flores após os enterros (é só prestar atenção quanto tempo duram aquelas coroas caríssimas depois do funeral), passando pelos q roubam peças das tumbas até os que roubam até o conteúdo das tumbas pra venderam pra lugares que têm cursos de anatomia.

Obviamente que teve gente que ficou de cabelo em pé. Haha. E nós (Chicão de Irajá, Seu Paulo do Engenho de Dentro e Vicente de Bangu) nos divertimos.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Olha só, quem diria... Celinão lê esse bando de bobagem... Bol, aquele péla-saco que trocou o Rio por Floripa, dedurou a respectiva. Haha.

Alguém fala pra ela não ficar perdendo tempo lendo esse bando de pôste sem nexo pq ela tem q acordar cedo. Aí, acordar cedo em Floripa deve ser numa friaca de cortar a espinha. Tenho medo.

Mas... acordar cedo pra entrar na chibata dos Sirotsky, xi...que cruel. Quanta maldade. Mesmo sendo um proleta safado que acorda cedo não posso ver o trabalhinho da mocinha, sacomé, no Rio não passa o jornal da manhã feito pelos coleguinhas manezihos, só vejo o Bom Dia Rio e depois o Bom Dia Brasil. E aí pego o caminho da rua. Prometo que ainda estarei em Santa Catarina numa manhã dessas pra ver o jornal que a mocinha ajuda a fazer.
E ainda não foi hoje. Fiquei de butuca torcendo pelo tricolor, era só ganhar no Maracanã da Macaca. 1 a 0 tava bom. A playboyzada iria dormir feliz e tranquila. Nada, lá foi a trupe de PC Gusmão mostrar incompetência de novo. PC Gusmão é péla-saco e faz o time, q tá mal, tão péla quanto ele.

Tem um monte de tricolor q nao gosta da gente, da Maior Torcida do Brasil. Caguei pra eles, quero ver esse tiem safado das Laranjeiras na Primeira Divisãodo Brasileirão ano q vem. A piada é que os furibundos terão que torcer pra gente no fim de semana. Veremos, tomar que ele, o ídodo maior do futebol mundial, Obina, faça gols pro Flamengo vencer e dar um refresco pro Flu.
E qual não é a surpresa de um sujeito que chega no trabalho pensando em armar o circo pra sua viagem ao Rio Grande do Sul e é comunicado que temos uma mais urgente, ali pra Manaus... Ainda bem q esse país é pequenino, né, do tamanho de Honduras...
E o nariz vai bem. O mais difícil e evitar rir com um bando de gente tentando arrebentar meus pontos. Vou conseguir.
Eu já disse hoje que Obina é melhor que o Eto'o?

Dunga, abre o olho pro vistoso futebol de Obina. Craque com a patada de ogro mais bonita do futebol brasileiro. haha.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Mas a grande piada é já saber que a história dos moleques de plantão no trabalho já criaram todo um enredo em que Vicente está fora porque fez operação de fimose. Mereço... se não merecesse não passava por essa. A, sacolé? Vou confirmar e mostrar a prova do crime. Fiz fimose mermo, só que já tem 28 anos.
Procure dar uma risada com seu nariz costurado pela base. Tenta, tenta só pra ver a josta q dá... Todo mundo tá proibido de me fazer rir.
Em breve vai rolar festa no salão

O salão tá novinho, mais amplo e espaçoso. Agora q o nariz foi ampliado internamente, uhu, só me resta respirar melhor. Hoje fui ver o q foi tirado da nareba, um horror. Tive medo, parecia até um peixe pequeno. Maior q um alevino, quiçá uma sardinha.

Pela manhã tb tirei os curativos das narinas. Outro momento eca. Mas a sensação de poder respirar pelo nariz é algo bom demais.

Basta segurar a onda até tirar o pontos, deve ser na próxima semana. Aí, rapá, aí é dia de inauguração do nariz novo com festa. Festa no salão!

sábado, novembro 04, 2006

E lá vem o horário de verão. Eu sempre reclamo e vou continuar reclamando. Odeio o horário de verão! Essa josta só me faz ficar mais tempo no sol pra voltar pra casa e chegar mais cansado e mais suado.
Momentos da internação

1 - Vestir a camisola de paciente. Sem cueca! P q aquilo?! Q sensação ridícula ter aquele paninho, com nós atrás, cobrindo o corpo. A cada vez q entrava alguém no quarto eu ficava pensando "xi, mais um me vendo nesse micão".

2 - Melhor q isso foi a ida pro centro cirúrgico, tive a mais perfeita sensaçao de ser uma pizza durante uma entrega em domicílio. Passei pra maca e lá foi um marmanjo me puxando por corredores, até um elevador, depois por mais corredores. O teto, todo branco, parecia dar barato de tão rápido q se mexia. Uhu.

3 - A anestesia. Já dentro da sala de operação veio aquele reme-reme, aquela caozagem. "Oi, Vicente, tud bem? Vou dar uma beliscada aqui e tal". Ahã. E eu já de olhos fechados. Veio o dotô e perguntei se eu ia presenciar a carnificana. Para minha alegria a resposta foi não.

Os olhos continuavam fechados e recebi aquela paradinha pra respirar. Fiquei repetindo pra mim mesmo "Vicente, apaga. Vicente, apaga. Vicente, apagar". Fui obediente à mesmo. Chapei lindamente.

Só dei por mim já de volta ao quarto.

4 - Dar uma mijadinha com o soro na veia é o q há em temos de aventura desconfortável. Em primeiro lugar, olhar pra mão esquerda e ver um tubinho acoplado nao é maneiro. No outro extremo do tubinho um frasco com líquido tb não é lá maneiro.

A cena inteira foi: levantar da cama com a camisola caindo, pegar o frasco q estava pendurado, caminhar até o banheiro, pendurar o frasco, cumprir a missão (mijar) e depos voltar. Até pensei em chamar a enfermeira, mas não ia pagar esse micão.

O mais legal foi voltar pra cama e notar que metade do tubindo q devia estar cheio de soro estava cheio do meu sangue. Uhu! Eu tava vazando pra dentro do soro, rapá. Que tosco.

5 - Na hora de ir embora perceber sobre a mesa um vidrinho com pedacinhos de carne que estavam dentro do meu nariz.
PPS na área. Operado, com a cara mais parecida com uma calota de automóvel, mas tô na área. Q parada incômoda, rapá. Não vejo a hora de tirar essas coisas pentelhas da cara, agora tô com um bigodinho de gase debaixo do nariz pq não pára de escorrer catarro com sangue. O bom é q vai rolar mais espaço pra respirar e cultivar meleca. Falta manter a calma e superar esse incômodo. Ah, ainda levo em cada narina um tubinho de silicone. Já vi colocarem no peito e até na bunda, mas nas narinas é a primeira vez.

Valeu pela força aí, cambada. Eu morro de medo dessas coisas de anestesia.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Perrengaço da madrugada

Há uma semana estava eu com as meninas de Pernambuco (Iarrá e Maysão) e Roberta. Estávamos numa festa no Rio Scenarium promovendo aquela sociabilidade regada a bom astral, cerveja e papos animados. Mas como tudo o q é bom a tal festa terminou. Como era uma quinta-feira, o mané do Vicente tinha q voltar pra casa. O detalhe é q o Rio Scenarium fica na Praça Tiradentes, onde não existe bonde pra mim. Como era duas e brau da manhã valia pegar qq josta de ônibus que me tirasse dali.

Peguei um 398 (Praça Tiradentes - Campo Grande). O plano era ficar nele até Guadalupe, descer na Brasil e pegar um táxi pra casa. Um táxi do Centro até Bangu seria uma pequena fortuna q eu nao tava disposto a pagar. Malandrão que sou, tcharan, dormi e perdi o ponto.

Quando acordei já estava em Realengo. Ok, é o bairro ao lado do meu, mas eu tava no extremo norte quando moro no extremo sul. Não tenho noção da distância em metros ou quilômetros, mas levo 20 minutos de carro pra ir dali onde estava até minha casa. Pensei rápido: "descer perto do hospital, lá é movimentado, vou ver uma kombi, um ônibus, um táxi, uma carroça, um tapete voador, qq coisa q passe".

Desci próximo ao Hospital Estadual Albert Shwaitzer. Cruel foi perceber que o lado de fora do ônibus tava menos confortável. Friozinho chatinho, vento constante acompanhado de uma chuvinha fininha, fininha. Andei até o hospital onde costumava existir pontos de táxis piratas que àquela hora seria uma dádiva. Seria... Olhei pros lados. Nem viva alma. NADA.

Não ia sentar ali pra pensar na morte da bezerra. Caminhei até a estrada da Água Branca com a mesma intenção: pegar qq coisa q me levasse pra mais perto de casa. Fiquei no ponto de ônibus e kombis. NADA. Impressionante, eu poderia antdar no meio da rua q absolutamente nada passava. Era uma cidade assombrosa de tão vazia.

Aí passou um carro. Carro particular pra quem eu nõa ia pedir carona mesmo.

Diante do quadro nada animador, me restava seguir andando. Para minha sorte o vento ainda estava na direção contrária e me atrapalhava a andar. Parecia ate'piada.

Contornei a valorosa Vila Vintém. Andei dali até a estação de Padre Miguel e outro carro passou. Eu já achava q tava dando mole demais. Deus protege, mas é bom a gente não facilitar e eu tava facilitando a té cansar. Mas, sabe-se lá, algo dá uma proteção especial a esse blogueiro aqui q faz as maiores cagadas e chega inteiro pra contar a história.

Passei pelo apê de Padre Miguel. Atravesse a linda do trem, cheguei a Praça dos Abrolhos. Caminhei pela Rua Francisco Real. Passei pelo ponto de ônibus odne eu deveria estar em duas horas. Já arrastando os pés cheguei em casa. Nem sentia mais o frio e a chuva...

Foram 50 minutos de caminhada. Mal tirei a roupa e caí na cama, grogue de cansado. E repetindo pra mim mesmo que tenho q parar com isso, tomar vergonha na cara e sair da casa da mamãe, em Bangu, pra parar de dar mole de madrugada por aí. Pq parar de sair, haha, vair rolar não.
E lá vou eu. Amanhã é dia de entrar na faca, dia de septoplastia. O dotô vai acertar a nareba do Vicente que é tortinha do lado de dentro, o buraco pra entrar e sair ar e acumular meleca do lado esquerdo é meio fechado. Reza a lenda que após essa cirurgia conseguirei dormir melhor, vou conseguir recuperar minha capacidade de concentraçao e serei um ser humano melhor. Uhu.

Bia, figura sangue bom do trabalho, tb vai. Vai fazer uma operação mais complexa, é verdade. Acabei entrando na pilah dela pq eu já tinha agendado essa operação há tempos (dois anos), mas deu tudo pra trás. A empresa que me contratava faliu e fiquei sem plano de saúde de uma hora pra outra. Bia me disse q ia entrar na faca justo com o mesmo médico que tinha me atendindo, né, resolvi tomar vergonha na cara e resolver essa parada, fiz os procedimentos e vamos encarar a parada amanhã.

O fato de ter anestesia geral me deixa um pouco desconfortável, mas... Vamos ver no que dá.