Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, março 30, 2006

Engraçado... Ainda não vi o América campeão, mas assisti o Madureira ser campeão da Taça Rio, o nosso segundo turno do Campeonato Estadual de Futebol.

E salve o chamado tricolor suburbano!

Quero ver como o Madureira vai ser portar diante do Botafogo e sua torcida classe média. Claro q fiquei pilhadíssimo de ir no Maracanã pra ver o jogo do lado da trocida tricolor. Salve o suburbão!
Essa vida de mestrando é cruel... Qual foi o mané q teve idéia de fazer pegar tantas matérias e conciliar com o trabalho? Eu devia chutar a canela do péla-saco q teve a iniciativa.

quinta-feira, março 23, 2006

Mas a intenção de deixar aqui os antigos pôstes do carnaval, já editados, ainda vale.
Morto, morgado, um lixo. Essa é a definição do mané aqui.

Falta braço até pra postar sobre o dia em q esqueci a carteira - com todos os documentos, dinheiro, cartões e tudo mais - em casa. Um dia em q fui salvo por São Seu Carlos, o progenitor.

segunda-feira, março 20, 2006

Ainda essa semana publico os pôstes do carnaval, mas antes disso queria dexiar aqui uma parada em que andei pensando.

Algumas figuras de fora do Rio vieram perguntar como estava o clima com a ocupação do exército. Ora, estava tudo na mesma. Os milicos subiram morros, não cuidaram do policiamento da cidade. Subiram alguns morros atrás dos tais dez fuzis e da pistola que, disseram, foram roubados.

Só estranhei que um contingente tão grande tenha sido deslocado pra recuperar esse armamento. Se nao me engano foram 1.500 soldados, né? O custo desse deslocamento, contando com transporte, alimentação, alojamento e tudo mais compensa para recuperar as armas?

Bom, seriam cerca de 150 soldados para recuperar cada arma. Uau, o armamento realmente deveria ser importante.

Outra coisa foi o deslocamento das tropas de favela em favela pela cidade. Onde estava a Inteligência do Exército? Deslocar aquele bando de gente atrás das armas da cidade deu a impressao q de q estavam perdidos, podiam até nao estar, mas foi o q me pareceu.

Engraçado que repentinamente as supostas armas foram encontradas enterradas nos arredores da Rocinha. Curioso detalhe é que o Exército havia passado longe desse morro, foi lá só pra buscar? Engraçado tb que o armamento estava enferrujado...

Sei la', mas me parece q falta alguma coisa nessa história.

E nem adianta perguntar se achei legal ter os caras pela cidade, função do Exército é cuidando da Segurança Nacional, patrulhamento ostensivo é coisa da Polícia Militar.

Ainda considero tudo muito estranho, muito confuso e nada justificável.

domingo, março 19, 2006



Já tá de bom tamanho por hoje.

Outra hora eu ponho os pôstes sobre o carnaval e seguimos com as outras coisas desse blógue.
O nome disso é sorte. Ao menos minha sorte
Sexta-feira de carnaval foi dia de voltar para o Rio. Pegar meus bagulhos, socar dentro da mochila e partir para o aeroporto. Perto da hora de sair recebi a missão de comprar cerveja. Abracei a missão e fui cumpri-la. A questão foi a seguinte: vinte e seis minutos antes da partida do vôo percebeu-se o horário.

Missão impossível na área, ir da zona norte de Recife até a zona sul, onde fica o Aeroporto dos Guararapes. A despedida foi aquela tipo “depois eu volto para me despedir melhor”.

Prima-anjo de Iarrá se comprometeu a levar Vicente na missão impossível. Safa q é, a menina foi vazando por ruas q eu nem sabia q existem da capital pernambucana. A cada sinal eu ficava nervoso. Tb pudera, na manhã seguinte eu queria estar no desfile do Bola Preta e, após o Bola, eu teria meu desfile pela Santa Cruz.

Ônibus paravam em pontos e mais sinais. Em dado momento uma troça parou o trânsito. Troça seria o mesmo que um bloco, só que andando no meio da rua. Carnaval é isso, né. Eu q estava na situação errada, desesperado pra chegar ao aeroporto e pegar o vôo.

A troça ia animadíssima tocando frevo e eu angustiadíssimo vendo os minutos passando dentro do carro atrás deles.

A Prima-anjo deu uma guinada com o carro e se desvencilhou dos foliões. A bichinha driblou todos os obstáculos. TODOS. Chegamos ao aeroporto na exata hora marcada para o vôo decolar e vazei pra fila do check in. A imagem das pessoas enfileiradas me fez ter uma nítida sensação de derrota.
Lá no fim, o último, uma das meninas da companhia aérea veio perguntar se tinha alguém para o vôo cujo horário estava próximo. Falei com ela q meu vôo tava vazando naquela hora e a criatura me passou a frente das dezenas de pessoas que estavam lá e me levou ao balcão onde outra menina passou um rádio e viu que o avião estava atrasado. Fala sério, né. Dava pra eu embarcar...
Enquanto eu procurava minhas camisas tb procurava a loja. Em cima da hora marcada cheguei ao ponto. Instantes depois chegaram eles. O camarada fez um comentário que chamou bastante minha atenção: que nosso acerto havia sido feito todo sem celular, algo impensável no nosso cotidiano no Rio... E não é que é verdade?
Rumo a Recife
Pois é, a volta começaria com eles rumando para Recife onde passaram o carnaval. Gente q boa q são, ofereceram carona pro Vicente. Oferta prontamente aceita.

Colecionador de camisas q sou, havia feito meu check out do hostel, só que tinha deixado minhas coisas lá pq iria procurar camisas de equipes locais de futebol. Tinha em mente a do Treze e a do Campinense, ambas de Campina Grande. A camisa do time da cidade, o Botafogo, que tem uma estrela solitária vermelha, não me emocinou.
Andei, andei, andei. Perguntei, circulei e nada. Não encontrei as camisas que queria e não comprei a do Botafogo.

No meio da busca liguei para o albergue para ver se os conterrâneos estariam lá. Estavam de saída. Foi tempo suficiente para o quase-azarado Vicente pedir a eles que jogassem meu mochilão dentro do carro e me encontrassem no Centro.

O contato foi feito por telefone público. O combinado seria que eu estaria em uma hora diante de uma loja de departamentos, supostamente um lugar conhecido na cidade.
O carro foi parar no brejo

Em terras paraibanas acabei ficando no Albergue da Juventude de João Pessoa. Quase ninguém na área, só mais quatro cariocas, um candango e mais outras três ou quatro gatos pingados.

Entre os quatro cariocas, dois irmão com umas história, digamos, interessante. O fato de eles estarem de carro em um lugar tão longe do Rio chamou atenção e fui comentar com eles que tinham disposição pra encarar cerca de dois mil quilômetros ao volante.

E explicaram como foram parar tão longe de carro. Dez dias antes haviam recebido uma ligação, ainda no Rio, dando conta que o carro da menina (eram um rapaz e uma moça) estava em uma cidade do chamado Brejo, algo tipo a zona da mata Paraibana. O detalhe é que o carro havia sido roubado seis meses antes nos arredores da Mangueira, zona norte do Rio, onde ela trabalha como professora.

A Polícia Civil da Paraíba recolhera o carro e o sujeito que pilotava o veículo (que circulava por lá com uma placa fria). Diante da situação inusitada os irmão foram lá buscar seu carro. Ir era fácil, voltar é que seria complicado. O caminho de volta inclui cruzar apenas Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Espírito Santo. Não é nada, não é nada, dá uns dois dias sentado ao volante, acelerando, freiando, passando por caminhões, enfrentando barbeiros e estradas caidinhas até chegar ao Rio... Deliciosos dois mil quilômetros.
Para Paraíba
João Pessoa é, bem dizer, do lado de Recife. Nunca havia estado lá. Cismei q dessa vez eu iria. E fui. Parti pra estação central do metrô, tomei um metrozinho até a rodoviária e de lá rumei para a capital paraibana.

Fiquei fulo com uma coisa: o sol se põe muito cedo. Era 17h30 e eu já encarava um breu sinistro. Não é lá muito divertido chegar a uma cidade onde nunca se esteve e sentir a sensação de “no escuro é mais difícil, estou no perrengue”. Mas minha padroeira tb segura a onda. Tudo deu certo. Cheguei, fiz social e curti um pouco a cidade.
As praias são realmente bonitas, a parte litorânea é moderna, bem cuidada, mas o Centro... ô, que coisa envelhecida e mal cuidada. Achei uma pena, pq João Pessoa também tem um astral legal.

Em um momento turistão ainda fui parar em uma praia fluvial, a Praia do Jacaré, que fica na cidade vizinha de Cabedelo. Existe um cenário cinematográfico para o sol se pôr, é verdade. Ele vai se escondendo por trás do mangue, é um visual bem legal.

Existe um sujeito que toca sax para fazer um fundo musical, né. O sujeito toca, de dentro de uma canoa ainda dentro do Rio, o Bolero de Ravel todinho. Só que há um porém, há um sujeito que o imita, um genérico mesmo que, tcharan!, também toca o Bolero de Ravel.
Em dado momento o negócio vira o samba do crioulo doido porque cada um está em uma parte da música. Rola um estranhamento pela situação, dois saxofonistas fazendo uma disputa a plenos pulmões, ainda bem que o sol não se importa.
Joguim do Santa Cruz
Futebol é uma febre. Não nego e nem tento fugir. Lá em Recife ainda pude ir ao Arrudão. Maysão, torcedora fanatiquinha do Santa Cruz, levou o PPS aqui ao estádio. De novo, né, pq eu não sei chegar ao bairro do Arruda.

O jogo era contra o Estudantes, time do interior que está mal na tabela do campeonato local. O Santa Cruz, time da massa, do povão, dos desdentamos como eu (desconta aí o exagero), ganhou o primeiro turno e vai encarar a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Chegamos lá e vimos o gol do Estudantes. Houve quem sugerisse que tenho pé-frio. Mas foi só sugestão pq o tricolor pér-nambucano empatou e virou em apenas quatro minutos. Diga-se de passagem q eram os quatro últimos minutos do segundo tempo. Ah, pé-frio o quê! Eu sou pé-quente.
Prévias
Pouco depois de chegar em Recife já estava eu na prévia do Siri na Lata. Rafael, que é nojento de tão cheio de contatos, levou o mané aqui. Fala sério, quando percebi já estava no camarote do dono da festa.

No dia seguinte ainda rolou a prévia do Enquanto isso na Sala de Justiça, festa cheia, shows rolando. Além de Rafael, o criaturo que me proporcionava o ingressos nos lugares, Arthur Frenético e respectiva, a Barata, e Aninha de quebra, que implicou com o carnaval do Rio dizendo que não era popular. Ahan.
Recepção
Recife é uma cidade q gosto. É um caos, é verdade. Acho um lugar de fluxo confuso, mas gosto de lá. Tenho a mais perfeita sensação de estar em casa na capital pernambucana. Baixei lá com um atraso de uma hora e meia segundo a previsão da companhia aérea. Sei q sou abusado, mas abusado q tem amigo pode se garantir. Pondo a cara no desembarque do aeroporto dos Guararapes encontro logo o próprio Arthur Frenético e outro folclórico personagem, Rafael. Foram fazer o carreto com o camarada aqui.

O bonde partiu para Santo Amaro, base de Iarrá, amiga querida, e seu marido (outro Rafael), onde ainda estava Mestre Afonso (salve Mestre Afonso, que hoje já é doutor, né). Um registro importante: Iarrá tem um cão do tamanho de rato! Um cão que vive no mais completo frenesi e fez o favor de mastigar minhas mãos e todos os dedos.

Haha. Também cravei os dentes na criatura, achou o q? Q ia me morder e ficar impune? Perdeu playboy canino.
Os pôstes embaixo são ainda da ida a Recife e João Pessoa, antes mesmo do carnaval.


A ida em uma tarde cheia de perrengues

Chegar ao aeroporto do Galeão foi uma parada que beirou o sensacional. Havia me programado pra sair com certa antecedência. Antes eu buscaria umas paradas do camarada Arthur das Firulas, neo-recifense, mas carioca de criação. O firuleiro, cria de Ramos, ali na zona norte, mudou-se de mala e cuia pra capital pernambucana. Acabou deixando algumas coisas no Rio e me comprometi e fazer o carreto por sangue-bom. O sinistro foi que bati cabeça pra chegar à casa do tio, que nem era longe, em Campo Grande.

Cheguei nos arredores, perguntei, perguntei, deram várias informações. Todas erradas. Todas, mas todas mesmo. Passei pela esquina do tio do camarada duas ou três vezes e nenhum furingudo foi capaz de me dar a informação certa. Por conta da desinformação só consegui pegar as paradas pra levar exatamente na hora em que eu planejar sair de Bangu. Para deixar uma idéia da bateção de cabeça foi gasto uma hora e meia pra chegar ao destino. Pra voltar, 25 minutos foram suficientes.

Ah, a ida pro aeroporto, claro. Tomei um táxi com a missão de chegar à Ilha do Governador em menos de uma hora. É algo bem plausível, só que não estávamos nas famosas CNTP (Condições Normais de Temperatura e Pressão).

O céu ficou negão, pretão, da cor da pele de um guerreiro watusi. Deu tempo de chegar até a Avenida Brasil. Só que após empretecer veio a chuva. Chuva pesada, que mal dava pra ver à frente. Já em Guadalupe, motoristas amedrontados encostavam seu carros nas laterais da pista. A água corria pelas laterais formando pequenos rios. Confesso: bateu um desespero, a certeza de que eu não chegaria em tempo pra pegar o vôo.

Diante da sensação de impotência liguei imediatamente para o camarada para quem eu levava as coisas (duas caixas de papelão cheias de bagulhamas). Falei que a Brasil tava péssima, q era improvável que eu chegasse lá. E o mané vem e sem ter a menor noção do perrengue solta sequinho “pode vir, teus caminhos estão abertos”. Valeu, né. Virei pro lado e falei pro taxista. Ô!, o figura ao volante olhou pra mim e falou “ah, então vamos chegar molinho”.

Foi só chegar a Irajá (cinco quilômetros a frente de Guadalupe) e onde estava a chuva? Ficou no caminho.

Eu, hein.

Até o aeroporto, na Ilha, ainda faltava um pedaço. E lá fomos nós, eu ainda tava tenso que só. Já em Bonsucesso, onde deixamos a via expressa e pegamos o caminho pra ponte q leva à Ilha do Governador, vimos uma fileira interminável de luzes vermelhas. Pronto, era um engarrafamento certo. Só que o trânsito parava justamente após a saída q eu precisava pegar.

Cheguei ao aeroporto faltando vinte minutos para a hora marcada pra levantar vôo.

É, salve Arthur Frenético, os caminhos estavam abertos, quase q de forma sobrenatural. Mas eu não seria castigado por querer fazer algo bom pra um camarada, né.
A vida segue, o blógue segue e os pôstes também. Vou jogar aqui os que já escrevi antes que os perca no limbo dos pôstes esquecidos...

domingo, março 12, 2006

Prestando contas

Já fui cobrado ao vivo, por e-mail e por comentários. O PPS encontrava-se sem atualização por falta de tempo. Mas o blógue está de luto há alguns dias pelo falecimento dos molequinhos de minha prima - milha afilhada de casamento - q os teve prematuros. Vontade zero de postar.

Durante a semana eu ponhos os pôstes que já estão prontos. São sobre a ida ao nordeste e o carnaval no Rio.