Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

domingo, maio 29, 2005

Eu entendi direito? Teve mais gente na parada gay de São Paulo q o evento evangélico há poucos dias na Paulista?
Frase de Seu Carlos após ter lido uma coletânea com diários do período do império e Velha República:

"Isso aqui é o mesmo coco, só mudaram as moscas".

É poesia escatológica na veia.
Racismo encarado como normal

Nao sei se sou radical, mas vejo isso como racismo encarado com normalidade na sociedade. E vejo mais, vejo o espaço do esporte como o grande lugar para os preconceitos aflorarem. Dentro de campo nao dá pra saber, eu nao vivo nos gramados e nas quadras, o meu lugar é a arquibancada. Mas é nas arquibancadas q vemos várias tipos de manifestaçoes de puro preoceito q parecem absolutamente normais. Dá a impressao que naquele espaço a gente pode falar o q realemnte acha, aquilo q tá lá dentro, no âmago.

Quer ver? Olha as rivalidades entre clubes q representam clubes de imigrantes, ou clubes de bacanas e clubes q sao identificados por torcidas mais populares? O q é usado pra ofender os rivais? Sempre o q se considera ser o dedo na ferida.

Chamar a nacionalidade estrageira com desprezo ou mesmo desdenhar do nível social do outro sao usados como verdadeiras ofensas. Eu mesmo já enchi a boca pra chamar a outra torcida de portugueses e os mandar pra Portugal. E aí fomentamos um preconceito bobo contra os patrícios aí dos quais eu mesmo sou descendente.
Lá se foi a escravidão

Mas desde esses homens "livres'' correm atrás pra serem reconhecidos como pessoas capazes, pessoas normais, q tem dignidade como qq outra. Quer ver como funciona? Vou dar um exemplo. Qual o nome desse blógue? Preto, pobre e suburbano. Já ouvi várias vezes de pessoas diferentes em oportunidades diferentes q eu procuro me rebaixar. Peraí, desde quando ser preto, ser pobre e ser suburbano é algo q me rebaixe?

Ninguém entende qual foi a primeira intençao, algo tipo afirmaçao da condiçao. E nao entendo isso nada pejorativo. Trocando em miúdos, coloco-me justamente como mais um no bolo, mais um brasileiro qualquer q tá na luta pra sobreviver. Isso é ser preto, pobre e suburbano e não algo pra me vitimizar.

E essa questao, do ainda nao entedimento do ser preto como algo legal é q pega.

Vendo o documentário Preto contra Branco (agora vou ficar devendo os créditos dele pq nao lembro mesmo) essa questao me veio à cabeça. Pena q só agora to toamndo vergonha nos cornos pra escrever. O citado documentário trata de um tradicional jogo de fim de ano numa comunidade na zona sul paulistana. É de fato uma comemoraçao, mas q é levado a sério pq ninguém quer perder. Nem pretos nem brancos. Mas aí chega a gradne parada: quem é preto? quem é branco?

A ciência já disse q esse bagulho de raça é balela. Ok. Mas a cor da pele de alguns continua diferente. Engraçado q no Brasil somos entre 80 e 90% de afrodescentes, mesmo q a cor da pele de muitos seja branca. Daitne disso ser preto e ser branco é coisa de entendimento de cada um na socidade. No jogo, vários mulatos optam por seus times. Uns se entedem como pretos, outros se entendem brancos.

Sabe o Ronaldo Nazário, vulgo Ronaaaaaldo? Ele se entende como branco. É direito dele.

Sabe o Vicente Magno? Eu mesmo? eu me entendo enquanto negro. E aí? É direito meu.

Quem é mais escuro? Quem é mais mais claro? Tanto faz. É como a gente se vê e se coloca na sociedade.

Pena q ainda exista o sentimento de o preto noa merece tanto respeito quanto o branco. Um grande erro. E por conta dese sentimento há a coisa de vários mulatos repetirem que sao brancos. Já vi isso num sem número de vezes. E várias dessas pessoas acham estranho quadno eu me coloco como preto e dizem q sou branco.
Um pôste sobre 13 de maio

Não postei nada no dia 13 de maio, o tal dia da assinatura da Lei Áurea por falta de tempo e de interesse. Mas agora to aqui, após o empate no Fla x Flu, em casa, de bobeira, pensando no q o Ronaldinho disse e decidi escrever. Tudo num post só.

Já andei postando aqui sobre a lei assinada pela Princesa Isabel no idos 1888, que ela libertou pouquinhos escravos, em sua maioria já beneficiados por leis anteriores ou mesmo beneficiados por associaçoes ou outros negros que compravam sua liberdade. Comprar liberdade me parece algo tao estranho, mas é o q rolava a pouco mais de cem anos atrás.

Tudo bem, tudo bem. A pretitude já tava livre quando a tal princesa canetou o papel dando o 'liberte-se', mas o q vale, e isso eu demorei a sacar, é q foi a primeira vez q o negro foi reconhecido como cidadão. Veja bem, há 115 anos o negro passou a ser reconhecido como cidadão nesse país. É um disparate completo. Não faz tanto tempo assim. Fala-se q nossa democracia aidna nao está consolidada. Mas é complicado se falar em uma socidade em q todos tenham direito a voz quadno nós mesmos nao estamos acostumados a ver aqueles com pele mais escura como iguais.

quarta-feira, maio 25, 2005

Perrenguinho molhado pra começar a véspera de feriado

Hoje é uma sexta-feira disfarçada. Amanhã é feriado, mas logo depois tem outra sexta-feira (essa, verdadeira). Muitos vão aproveitar um feriadão, pena que a ordem aqui nessa empresa seja de evitar liberar os indiozinhos nessas sextas e segundas estranguladas entre feriados e fins de semana. Pois bem, pondo os pés na rua pra encarar a quarta-feira, vi q o tempo não inspirava lá muita confiança. Céu meio nublado e tal. Imagens dos caos em São Paulo causado por 15 horas de chuva sem misericórdia. E o aviso q a frente fria chegaria ao Rio com mais chuva e vento. Claro q o malandro aqui acreditou q isso aconteceria durante a tarde.

Caminhada até a estação de Guilherme da Silveira. Passei pelo ponto de ônibus, uma van vazia passava. Como é véspera de feriado, acreditei q mó galera estaria vindo trabalhar de carro e propiciando uma mega engarrafamento na Avenida Brasil. Mais uma vez o malandrão do Vicente se achou sagaz q achou melhor vir de trem. Faltando duas quadras até a estação a chapa esquentou e melou geral.

Gotas lá, gotas cá. E eu no meio. Mal me molhavam. Ignorava a chuva e continuava a caminha. Blógue, como castigo veio um vento. Mas um vento... puts. Um vento carrasco. As gotas pararam de cair lá e cá. Começaram a cair todas aqui, em cima do mim.

No Rio chuva traz frio. Ficar tomando chuva como uma mané e q eu nao ia. Montei no porco e varei pra estação. Má varei muito. Nem percebi q os óculos estavam totalmente molhados.

Como havia dito, a chuva era de vento e fez o favor de deixar todo o lado esquerdo do Vicente totalmente ensopado. Todo. Tudo. Molhado até a cueca. Cheguei até a estação, o trem das 7h58 tb. Eu tava fora e tinha q cruzar a passarela q fica sobre a linha. Corria e tomava mais chuva. Molhado até a lama cheguei na roleta, paguei... e o trem se foi. Puts, era justo o q partia de Bangu e fazia sua primeira parada. O q quer dizer q deveria existir lugar pra sentar.

Dentro do cara de lata
A chuva não parou. O vento não parou. Mas como nem tudo dá errado, o trem parou. Só q teve um detalhe. A maldita porta diante de mim não abriu. Não abriu!!! Corri pra outra. Me soquei junto a massa pra entrar no vagão. Ops, o braço direito ficou do lado de fora. Ah e teve mais. A porta fechou e meu braço ficou. Perrengaço lindo. O trem cheio e eu preso na porta. Diliça!! Nessas horas a massa se une pra ajudar os lascados. Abriram a porta pra eu me safaram.

Já resolvido? Má é ruim, hein. Não tinha onde me apoiar, onde segurar. Fiquei no clássimo momento surfista de trem. Só q do lado dentro. Uhu! Equilíbrio. Controle. Um ixpetáculo esse rapaz segurando a mochila com as mãos e se mantendo de pé. Com o passar de outra estação ficou mais fácil. Ficou mais cheio, ou seja, espremido. Ninguém caía mais.

Quer mais? O celular tocou. Sem mão pra atender, mas deu-se um jeito. Peguei o molecular e... Dona Glória? Ligando àquela hora? Sim, a progenitora perguntava se eu tinha pego a chuva, queria saber onde eu estava pa me dar carona. Brigado, mas eu já tava entre as estações de Realengo e Magalhães Bastos. A terceira além da minha.

Empurra, reclama, entra mais gente. Entram cindo, saem dois. Entram seis, saem três. A muvuca vai rolando. E eu lá molhadão. Após algumas estações a coisa melhora. Já consigo um pedaço de ferro pra me segurar...

A situação fica sob controle até q... SEMPRE acontece isso. Entra um senhor negro de cabelos brancos dentro de um terno q, de tão azul, deixaria a Velha Guarda da Portela com inveja. "Aleluia! Jesus os abençoe. Estou aqui pedindo esmola! Um centavo serve! Aleluia e Jesus os abençoe". O cara não consegui sair do lugar, mas repetia "Aleluia, Jesus os abençoe" como um disco quebrado. Uma, duas, três, quatro...

Aleluia!
Puts, após dezenas de aleluias iniciando pedidos de esmola o senhor vazou. Foi minha vez de dizer "aleluia, obrigado, meu Deus". Ah, aí a chegada aqui foi merreca. Chegou-se a Central. Peguei meu metrô e tcharan. Cá estou.

Mas uma coisa é certa, cansei da brincadeira de ficar encarando esses perrengues. Vou tomar vergonha na cara e dar um fim nisso.

terça-feira, maio 24, 2005

A Jabuticaba

O mundo é tosco e a cultura é pop. As novas mídias permitem q informações corram o mundo numa rapidez grande, grande, muito grande. Sabe aquela história da democratização da comunicação? Pois é, as referidas novas mídias meio q facilitam isso. Recebi esses dias um link q apontava para uma música. Uma canção bem peculiar chamada A Jabuticaba. Mal ou bem com esse pôste o trabalho da moça-jabuticaba continua sendo divulgado. Recebi por e-mail, passei para outros pelo correio tb. Não vou me surpreender se ligar a tevê e encontrar a moça num Gilberto Barros ou Raul Gil futuramente. Bom, minha realidade altruísta obriga a dividir com os insanos q insistem em ler essa bobagem de blógue. Abaixo do link ponho a letra, pq meus camaradas tb são loucos a ponto de terem retribuído minha gentileza de mostrar-lhes a peróla musical com a letra da citada pérola musical.


http://www.sucessoemailing.com.br/music/neisa.asp?MAIL=1608&CLIE=31409


Neisa - A Jabuticaba

sou gostosa e saborosa
docinho igual ao mel
todo mundo que me chupa
se sente lá no céu
me colocam na boca
me chupam e me mordem
meu doce é uma delícia
e meu suco é tão forte
eles ficam no meu pé
querendo me pegar
se eu vacilo um pouquinho
eles querem me matar
de vez em quando eu sumo
apareço no verão
sou redonda e pretinha
sou a fruta da estação
Não sou uma fruta
mas sim uma fruta
eles me apertam
e até me machucam
não têm dó de mim
e só me maltratam
comem meu caroço
e jogam minha casca
Já sabem quem eu sou?
não
Já sabem quem eu sou?
não não não
Já sabem quem eu sou?
não
Já sabem quem eu sou?
não não não
Sou uma fruta forte
que aguenta até varada
eu fico até dezembro
e não fico estragada
já sabem quem eu sou?
agora vou dizer
sou a jabuticaba
e esse rap é pra vc
Jabuticaba, Jabuticaba (eira)
Jabuticaba é a fruta que eu vou chupar
Jabuticaba, Jabuticaba (erê)
Jabuticaba é a fruta que eu vou comer

segunda-feira, maio 23, 2005

Na noite de sexta-feira lá estava o pobre trabalhador braçal da comunicaçao pegando o caminho de casa após a semana de trabalho. Caminhei até o Edifício Garagem Menezes Cortes, no seu térreo há um terminal de onde parte do 1132, coletivo q vai para Campo Grande passando por Bangu. Pois é, desisti do 393.

Cheguei no ponto final do onibus, vi a fila gradne e procurei logo a do onibus q sairia em seguida. Era tipo 19h25. O onibus de 19h30 vazou levando toda a fila q tava lá. A minha passou a ser logo, logo a primeira.

Deu 19h40 e chegou o outro onibus com partida prevista para 19h50. O motorista encostou, mas logo saiu. Pior, saiu dando tchau com a toalha na mao. Tipo um lenço de despedida. Parou diante da fila e gritou "voltou às 20h10!". Peraí, como assim?

Nao deu outra. Passaram trinta minutos, todos os outros onibus do terminal encostaram, levaram suas respectivas filas e o mané do 1132 tava la'fora parado esperando dar a famigerada hora, 20h10.

20h10. O mesmo motorista encostou. Um passageiro mais macho q outro e tomados pela raiva indo na direçao do pobre chofer com sua gravata pendurada no pescoço e a toalha - usada pra dar tchau pra fila - numa mao. Pensei logo q ia berimbolar um rolo ali. Deu nada, o motorista na maior cara de bom moço dizia "tb acho um absurdo, mas foi a ordem do despachante". Como todo mundo já tava entrando no coletivo, ningue'm se candidatou a descer e ir tirar satisfaçao com o tal despachante.

quinta-feira, maio 19, 2005

Esquina da Rua Primeiro de Março com Conselheiro Saraiva, em frente da Marinha do Brasil, já no pedaço do Centro chamado Praça Mauá, no arredores do Mosteiro de São Bento.

Ia de carro e vi um monte de cones na esquina da rua. Rolou logo a impressao q uma obra acontecia por lá.

Entrando na rua deu pra perceber de cara q nao havia obra alguma. No lugar onde deveriam existir operários, duas mesas. Uma delas estava cheia. Sobre a mesa, cervejas. Em volta da mesa, pessoas sorridentes e conversativas.

Ninguém parecia se importar com o fato de estarem ocupando um terço de uma rua, no Centro do Rio, onde carros e carros passavam bem nas suas costas. Tudo isso numa noite de quitna-feira! É estar muito desencanado. Eu nao seria capaz. Mas fiquei surpreso com a cara de pau do dono do bar e 'expandiu' sua área. Além de abusar pondo uma mesa sobre a calçada, onde só cabia mesmo uma mesa, ocupou tb boa parte da rua pra ganhar um qualquer a mais. O cara abusa da boa vontade alhei, do bom senso e ainda pode gerar uma tragéida. O pior é q depos ainda põe na conta do poder público quando esse (ao menos em situaçoes com essa) nao deveria ter culpa no cartório.
Domingo passado foi aniversário de uma amiga das antigas eras de estudante. Ela escolheu um bar ali no Leblon, o Clipper, ao lado do Manguaça.

É sabido q acabo tendo uma má vontade com o Leblon por ser um pedaço extremamente burguês do Rio. A ostentaçao da grana no bairro nao faz com q eu me sinta lá muito a vontade. Diante disso, q é preconceito mesmo, uma dia venço isso, fui parar no bar. Chegamos, sentamos. Pedimos chope. Acompanhamos em flashes a vitória do Mais Querido sobre o Santos visto q a tevê transmitia o jogodo tricolor.

Pessoas conversam, um clima agradável, um certo calor pro outono até. Quadno começa um barulho parecendo q tem alguém virando o conteúdo de uma garrafa no chão. O som nao parada. Pensei q fosse um garrafa de dois, tres, qutro litros.

Nada disso.

Olhei pra mesa próxima. Uma senhora aparentemente temulenta jogava todo o chope q havia consumido pra fora. Quer dizer, pra fora é modo de dizer. A tal senhora jogava sobre a mesa, sobre si mesma e sobre o chao. O mais triste era q ela nao parava. Continuava lá esvaziando as tripas num dos mais tristes espetáculos de degradaçao q já vi num bar. E, fala sério, num bar no bacaníssimo Leblon de Manuel Carlos.

Parei pra pensar q nos bares tosqueira q a galera vai os bebados têm mais integridade. Vão até o banheiro aliviar o estômado é abrir mais espaço no estômago pra mais cerveja, cachaça ou bilisquetes.

Ah, mas a madame podrona da mesa próxima supreendeu. Após alguns instantes da cachoeira de detritos q saiu da sua boca ela fez o valor de pedir mais chope e mais salgadinhos...
A preguiça de pensar não me impede de recordar situaçoes cotidianas pra postar aqui.

Como, por exemplo, o camelô no vagão do trem q me levava de Bangu até a Central. Tava lá pensando na vida, com os botões, na morte da bezerra, ou qq coisa pra fazer o tempo passar.

E de repente (essas figuras só pintam repentinamente mesmo) veio do ouro extremo do vagão falando.

"Pra ouvir o seu funk. Ouvir o seu pagode. Começar o dia relaxando".

Bom, confesso q sou um curioso do funk e deixo o pagode tocar, não fico arrepiado nem soltando impropérios a respeito dos pagodeiros que só tão ali cantando o seu sambinha cheinho, cheinho de elementos pop. Mas nao seria a melhor opçao pra eu iniciar meu dia relaxando. Mesmo assim a curiosidade bateu na hora, fiquei olhando pro sujeito esperando falar mais.

"Já vai com fone de ouvido e pilhas", completou.

O cara vendia radinhos pequeninos, do tamanho do meu dedo indicador. E custavam só cinco contos. Deu até vontade de comprar pra ir "relaxando", mas optei por segurar firme o tédio da ida pra labuta.
Tô meio cansado e com preguiça de pensar. Ainda não vai ser hoje q vou postar sobre pretitude.

segunda-feira, maio 16, 2005

Ó o Obina após ter feito o primeiro gol pelo Mais Querido. E, na boa, golaço.

Não fui ao jogo, mas e daí? O q falar? Agora é rumo ao título. hehehe.

Torcedor é um problema, né. Não pode ganhar uma partida q esquece q o time é meia-bomba e q o técnico é tosco...
Sente só o naipe da frase. Esses ditos que estão sempre escritos pelos muros são de surpreender.

O último q vi é esse:

"Reçebendo santo nada você recebe, o demônio".

Uma verdadeira montanha russa literária.
Passou o 13 de maio e nada postei, tb pudera, foi um diazinho sinistro. No sábado vi um curta na TVE chamado Preto contra Branco e me lembrei q nao havia escrito nada na referida data. Tenho q postar depois sobre o documentário feio em cima de uma partida de futebol, aquelas de confraternização de fim de ano, q rolam pelos idos da zona sul paulistana. Foi uma profusão de informações e impressões e outros ões. É obrigatório q eu lembre de postar sobre mais tarde.

quinta-feira, maio 12, 2005

Essa quinta-feria é o clássico dia "quero voltar pro saco do meu pai". Sabe o q é pior? São 20h30 e o mané tá aqui. Pra piorar, ia pegar o convite de casamento de uma GRANDE e queridíssima amiga... Tava marcado pra eu aparecer às 7h30 no Baixo Gávea... Olha o mané aqui no Centro ainda. Eitcha q diliça.
Pequenas coisas que nos deixam feliz

Recebi um enorme evelope de papel pardo. Dentro, um livro pesado, de trocentas páginas. "Era uma vez o Morro do Castelo".


Gênio! Gênio! Gênio! A empresa grande mãe da holding patrocinou a publicação do livro. E por meio dos força amiga Christina Paraguai e Benedito consegui. Os fofos nem trabalham no mesmo escritório q o mané aqui. São lotados em Santa Catarina, mas deram uma tremenda moral usando os contatos pra viabilizar uma ediçãozinha pra mim.

Chris Paraguai, numa passagem pelo Rio, esteve comigo em uma livraria onde fiquei a namorar o tal livro. Ela viu meu interesse pela parada e se comprometeu em viabiilzar. E viabilizou.

Tanto ela quanto Benedito não tem a verdadeira noção do q representa pro mané aqui, um apaixonado pela história da cidade do Rio de Janeiro e q sempre procura entender como isso virou a adorável zona q é.

O Morro do Castelo nem existe mais, mas foi onde o Rio de Janeiro começou a ser cidade. As primeiras construções, as sedes dos primeiros governos, o inciozinho da história estava ali. Mas a inteligência dos governantes cariocas achou por bem BOTAR O MORRO ABAIXO. E foi o q fizeram. Uma pena, uma enorme pena q me deixa fulo da vida e sem entender como puderam acabar com um tremendo patrimônio carioca. Hoje, sem medo de erra, o Morro do Castelo poderia ser um dos principais pontos turisticos do Rio, mas só ficou em fotos e livros de história.

quarta-feira, maio 11, 2005

A pauta ontem do Observatório da Imprensa, q vi pela TV Educativa aqui do Rio, tratou da censura ou dos crimes de opinião que condenaram o Kajuru e o Fernando Morais. Kajuru foi condenado por ter peitado a repetidora da Globo em Goiás, Fernando Morais, por ter publicado em seu livro sobre a W/Brasil um trecho que o Caiado (conhecido por ser representando dos grandes latifundiários desse país há anos) não gostou. O q eles fizeram? Acionaram a Justiça goiana e pronto, os dois foram condenados.

Kajuru foi condenado a 18 meses de pena. Vai ter q dormir em albergue, embora possa trabalhar durante o dia normalmente. O juiz cagou pro fato de ele ser réu primário, de poder condená-lo a penas alternativas como prestação de serviços sociais e tal.

Fernando Morais foi condenado a q recolher TODOS os livros das livrarias e não pode, é isso mesmo, NÃO PODE emitir opinião. Nem ele, nem a editora. Ahn??? O juiz disse q o cara não pode falar!!!

Lá em Bangu isso se chama arbitrariedade.

Há na sociedade uma crença bem distorcida dando conta q o jornalista é um reles fofoqueiro. Chamam a gente de ‘fofoqueiros com diploma’. Já ouvi de amigos próximos críticas a profissão tais como “vcs são uns urubus, ficam atrás de fofoquinhas”. Peraí, amigo, vamos por partes.

Em primeiro lugar: existem os jornalistas que são voltados pra fofoquinhas sim. Sabe o q é pior? As revistas das tais fofoquinhas, as colunas e matérias sobre fuxicos continuam sendo lidas. E quem compra e lê as revistas? Outros jornalistas? Nada, são os mesmos manes q jogam esses caos.

Outra coisa, nem todo jornalista vive da viva de ‘famosos’. A maioria trabalha com pautas de outra natureza. Ou a sociedade fica sabendo das coisas como?

Outra coisa q pega é q ninguém protege a gente. Por conta dessa coisa de denegrir nossa profissão é q sempre acham q o jornalista está errado. Mas é bom q se veja quem é o cara q fica acusando o mané do repórter, muitas vezes o cara q faz isso tem culpa no cartório. Obviamente tem um bando de jornalista fura-olho, como em todas as profissões.

Ou a sociedade, e nós mesmos, nos organizamos pra nos defender e abrir os olhos das pessoas pra isso, ou vamos ter uma ditadura na mídia, todo tipo de denúncia ou matéria que fale mal de alguém vai render processos e prisões pras esses profissionais.
A fuga da van

Sentado atrás do motorista desse meio de tranporte alternativo usado com freqüência nos subúrbios do Rio, pq o transporte oficial é deficiente, lá ia eu ouvindo o q o motorista falava no rádio. Mesmo q não quisessem, todos os passageiros podiam compartilhar da troca de palavras (e palavrões as vezes) entre o indivíduo q conduzia a van onde estava e demais por vários pontos entre Bangu e o Centro.

Numa dessas, ele começou a falar: "Fugi, cara. A blitz tava lá na Francisco Bicalho. Fugi no sapatinho".

A Francisco Bicalho é uma avenida relativamente curta onde se afunila o trânsito vindo da Avenida Brasil, Linha Vermelha e Ponte Rio-Niterói. Ou seja, o cara pega vans que chegam da Zona Norte, Zona Oeste, Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo.

E contava o motorista: "O Detro (Departamento Estadual que seria responsável por normatizar e controlar o transporte alternativo na região metropolitana) me parou. Perguntei a fiscal: 'o carro tá preso, né?'. Aí disse a ele q ia cobrar a passagem dos passageiros e ia por o carro na frente pra ele adiantar o seu lado. Como ia levar multa, já ia tá com uma graninha na mão.

Malandramente parei o carro mais na frente e fiquei quietinho. Vi q o cara não vinha. Fiquei olhando pelo retrovisor. Quando ele parou outra van meti o pé e vazei".

Meter o pé = meter o pé no acelerador.

Aí, pra coroar o relato ele manda pro cara do outro lado do rádio. "Foi Jesus".

Então tá, foi Jesus q fez ele dribrar a blitz, né.

Bom, o sujeito tava todo cheio, sentindo-se um herói. É, né, guardadas as devidas proporções ele deve estar tendo seu dia de herói na cooperativa como "o cara q foi mais malandro que a blitz".

sábado, maio 07, 2005

Toca um dos telefones da casa. Seu Carlos atende:

- Não, esse telefone não é da pizzaria. É minha casa.

Desliga e pronto.

Passa um tempo. Toca o telefone de novo.

- Não, senhor. Eu já disse q esse número é da minha casa, aqui não é pizzaria.

O telefone vai pro gancho de novo.

Instantes depois... o telefone tocou pela terceira vez.

- Alô. Ah, tá. O senhor quer pizza de quê? O endereço é qual? Em trinta minutos está chegando.

Seu Carlos anotou o pedido do mala que deve estar esperando até agora. Meu progenitor é sagaz. O mala até agora nao ligou de novo perguntando pela pizza.

quinta-feira, maio 05, 2005

E degolaram André Luiz. O deputado federal cassado tem base eleitoral onde? Tcharan! Em Bangu. Reza a lenda q o início da sua vida, digamos, profissional, deu-se como segurança do falecido (e folclórico) Castor de Andrade, o bicheiro q doninava a área, foi patrono do Bangu Atlético e da Mocidade Independente. Bom, não posso ficar contando tb todas as histórias ouvidas q envolvem o nome dele, não sei até q ponto podem ser verdadeiras ou simples boatos.

Depois da fritura sofrida por ele veio o momento em q, ao menos publicamente, vários dos seus alidados viraram-lhe as costas. Tá, td bem, mas mais de 100 deputados acharam q ele nao deveria ser cassado. Veja bem, MAIS DE CEM acreditam q ele realmente é inocente ou q não mereceria essa punição. Pois é, esses tais caras são comprometidos com esses valores sociais distorcidos e continuam lá, em Brasília, como lesgiladores da nação. Enquanto a gente continuar votando nesses caras nem tem do q ficarmos reclamando.

Pra completar, hoje ainda li nos jornais que na manhã de ontem a bancada evangélica se reuniu e, de forma discreta segundo as matérias, rezaram por ele. Veja bem, isso tb é absurdo demais. Se o cara fez, tem q pagar, independente do credo q tem. Sabe aquele ditado "aqui se faz, aqui se paga"? Pois é, ele mermo. Se o cara se arrependeu ou sei lá o q, q acerte as contas quando Zé Maria buscar, pq aqui ele fez caquinha, tá errado. E se tá errado e as leis dizem q praquele erro o cara tem q pagar. Q pague. Sem essa de ficar rezadno e dizendo q o demônio tá tomando conta da Câmara.
Dia 5 de maio de 2005. Ou seja, 5/5/05. Data estranhaça.

quarta-feira, maio 04, 2005

Vamos aproveitar q hoje to postador

Ontem rolou matéria no Globo q falou de uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, da Cândido Mendes, em que os coleguinhas paulistas dão um espaço desproporcional aos casos ocorridos no Rio.

A matéria, publicada ontem sem assinatura, tá aqui embaixo. E eu fico pensando pq os caras dão tanto espaço pra violência carioca. Será q querem dizer q esse pedaço aqui é mais violento q o deles? Toda a vez q converso com algum paulista o cara me pergunta se eu consigo viver aqui. Má claro, ora. O Rio nao vive em guerra civil. Existem casos de violência como em todas as grandes cidades, não é inviável viver por aqui. Seria legal fazer uma pesquisa com os coleguinhas da estranha cidade ao sul pra fazer esse levantamento, p q os caras gostam de procurar queimar o nosso filme. Será q é um tipo de autoafirmação? Eu, hein.

Resultados do estudo são debatidos em seminário na Candido Mendes

Os jornais de São Paulo dedicam hoje um espaço considerável às notícias de violência no Rio. Dados de uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), entre maio e setembro de 2004, mostram que no “Estado de S. Paulo”, por exemplo, entre todos os textos sobre violência publicados no período, os que se referem a casos ocorridos em São Paulo somam 44,7%. Já as reportagens sobre fatos registrados no Rio chegaram a 28,5% e em Minas Gerais, a 4,5%. Na “Folha de S. Paulo”, as notícias sobre crimes no Rio chegaram a 28,8%, contra 46,8% sobre casos em São Paulo e 3,4% em Minas.

Segundo o estudo, do total de notícias sobre violência veiculadas no período pelos jornais cariocas, 85% foram sobre casos ocorridos no Rio. No GLOBO, por exemplo, esse percentual chegou a 78%, contra 5,6% de textos sobre crimes em São Paulo. No jornal “O Dia”, esses índices ficaram em 94,5% e 1,4%, respectivamente.

Os pesquisadores do Cesec, da Universidade Candido Mendes, analisaram 2.514 textos de grandes jornais do Rio, de São Paulo e Minas Gerais. Os resultados foram debatidos ontem, num seminário na Candido Mendes, no Centro, do qual participaram representantes de jornais.

Apesar do espaço diferente, a violência é um problema grave tanto no Rio quanto em São Paulo. De janeiro a setembro do ano passado, São Paulo teve 235.028 roubos (uma taxa de 598,9 por cem mil habitantes) e o Estado do Rio 84.874 (taxa de 558,2). O número de homicídios no Rio em 2004 chegou a 6.438 (taxa de 42,3), enquanto em São Paulo ocorreram 8.934 casos (22,4). São Paulo registrou ainda no ano passado 112 seqüestros (taxa de 0,28) e o Rio apenas dez (0,06). Também em São Paulo, no ano de 2004, 186.272 mil veículos foram furtados ou roubados, contra 52.092 no Rio e 9.740 em Minas Gerais.

A pesquisa inédita, coordenada pela mestre em psicologia Sílvia Ramos e pela jornalista Anabela Paiva, constatou que os jornais ainda dão mais destaque ao noticiário factual, apesar de avanços na cobertura da política de segurança pública. Além dos jornais já citados, foram analisados textos dos seguintes veículos: “Jornal do Brasil”, “Agora São Paulo”, “O Estado de Minas”, “Hoje em Dia” e “Diário da Tarde”.

— Os jornais hoje influenciam formadores de opinião e detentores de poder. Por isso, a necessidade de se fazer uma análise da cobertura de violência e perceber que aspectos são mais valorizados pelos jornais — disse Sílvia Ramos.
Lembrei de algo que me parece ótimo. A gente sempre reclama da vida, eu principalmente reclamo de tudo. Da realidade, da sociedade, dos próximos, dos distantes, das coisas que vejo, das coisas q não faço. Mas nem tudo é assim. A natureza reclamativa não é de todo verdadeira. Vejo amigos próximos, gente querida, contemporâneos na faculdade tocando sonhos, realizando coisas. Gente q tem talento e serve de inspiração e acho q nem deveria ser só pra mim, mas pra todo mundo que conhece ou acompanha a história dos caras.

Esse sábado agora foi o lançamento do segundo livro de um amigo, Bené ou Breguelé. Um livro infantil do qual só li o início ainda. O tal amigo fez faculdade lado a lado com o mané aqui. Hoje, o cara q virou professor universitário, sempre curtiu literatura tb faz sua parte. Escreve e escreve bem. Durante o lançamento, enquanto estava na fila pra autografar a obra, claro, fui lendo o primeiro texto... O cara escreveu sobre FlaxFlu num texto pra um público infanto-juvenil. E foi sensacional. Palmas para Breguelé. O livo, Era uma vez vez um reino de mentira, foi feito em conjunto com seu camarada Léo.

Ainda não vi tudo do livro, mas é bom acompanhar o desenrolar de como um carinha cabeludo, cheio de idéias, gente boa e tudo mais vira escritor. A gente pilha (do verbo pilhar = por pilha) o cara dizendo que é mole escrever aquilo, dá poucas laudas e tal, mas fazer coisa pra criança não é lá a mais fácil do mundo, vamos combinar. Fica aqui um pôste com orgulho por conta disso.



Essa é a capa do livro e tem link pro sitezinho dele na página da Record, editora q o editou.

Claro que rolam outros amigos merecedores de registro como Voumelarte, Socó, Rafa Cabeçudo, minha querida amiga q quase nunca encontro Patrícia... e por aí vai... Mas hoje foi só sobre Breguelé.

Manter essa josta no ar tem andado difícil. Quando tenho idéias, não tenho tempo. Quando tenho tempo, não tenho idéias. Aí, maluco, beira o impossível. Mas vamos em frente, vamos tentando.

terça-feira, maio 03, 2005

Não, blógue, eu não morri. Tinha até coisas para postar e não tá rolando tempo. Saco, né. Mas o guerreiro jamais foge a luta. Ainda voltarei.