Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, março 31, 2005

E o pior é q tem coisas para serem escritas, tais como a visão do casamento hindu do grande amigo Rafa Cabeção, no último sábado, do jogo do Mais Querido, na segunda-feira, meu sorriso de criança em ter duas novas camisas oficialíssimas do Flamengo... E a preguiça? A preguiça manda, e tá com uma moral...

Bom, amanhã, sexta-feira, tenho q postar, nem q seja um pôste de despedida antes das férias. Férias? Eu disse férias! hehe. Curtas, mas férias. Ah, muleque.
É, blógue... Tenho andado por aqui. Acho q vou voltar a postar aquelas antigas bobagens que postava aqui...

quinta-feira, março 24, 2005

Saco cheio de blógue. Nenhuma história na cabeça. Ele tá ficando de lado, assim, assim, meio esquecido e tal. Se continuar nesse esquema por mais algum tempo acho q o PPS vai ser detonado e levado para o céu dos blógues.

quarta-feira, março 23, 2005

O sumiço de Irmão-Léo

Irmão furingudo não nega sua natureza. Tá de férias em Floripa, mané. Enquanto eu permaneço nessa josta. Inveja? Que esso? Inveja é um sentimento menor. O caçula foi pra casa de nosso amigo Bol, q foi estudar por lá e por lá ficou. Irmão-Léo baixou na Ilha da Magia na manhã de sexta-feira passada, ligou pra dizer "oi, cheguei" e nunca mais foi visto. É um péla-saco mermo. Ontem Dona Glória veio perguntar se eu tinah notícia do irmão, tenho nada.
"É q tem uma história de Doença de Chagas", disse toda assustada. Eu, o sabichão, respondi q não tinha galho pq isso não dava lá por onde o Bol morava, era cidade. Aí veio a mãe com a história de nego ter sido contaminado por caldo de cana. Caldo de cana transmitindo doença de Chagas??? Eu, hein.
Bom, se ninguém ligou dizendo q encontrou o corpo do irmão firuleiro é pq ele continua por lá impregnando geral. Azar o deles que aturam o moleque.

terça-feira, março 22, 2005

Eu ia postar sobre as constantes pessoas pedindo dinheiro, moedas, ajuda pra comprar remédio, pra comprar comida, a última foi uma senhora q pedia ajuda pra juntar 32 reais pra visitar o irmão q teria sido recém-operado em Cabo Frio. Aí, diante dessa miséria, arreguei. Vi a coluna do Arnaldo Jabor, resolvi copiar e colar. Não tenho o q comentar sobre ela, só registrar aqui no PPS o q ela tem a dizer.

A miséria está fora de moda
A miséria armada está nos fazendo esquecer da miséria indefesa. Com a onda de violência, estamos perdendo a compaixão pelos pobres. E como ninguém sabe como resolver o drama da miséria, criamos um vago rancor contra ela, um certo tédio, porque ela não some, teima em reaparecer. Houve uma época em que a miséria nos tocava mais, ela era útil para nossa piedade, mesmo como tema para arte e literatura. A miséria sempre deu lucro. No Brasil, miséria é quase uma indústria. Quanto lucro uma igreja de charlatões tem com os dízimos? A miséria dá lucro político; falar na miséria denota preocupação humanitária, traz votos populistas.

Antes, havia uma miséria “boa”, controlável. Tínhamos pena, desde que ela ficasse no seu lugar, ela aplacava nossa consciência. Nos sonhos “revolucionários” dos pequenos-burgueses, a miséria era nossa bandeira. Sofríamos com ela. A miséria dos outros era nosso problema existencial. Achávamos que nosso escândalo ajudava os pobres de alguma forma. Hoje, esvaiu-se a idéia de revolução, de socialismo possível. Isso gerou um desalento que aos poucos dá lugar a um cinismo quase feliz. O fim das ilusões de que éramos úteis gera quase um alívio. Antes, podíamos nos indignar; as esmolas faziam mais bem a nós do que a eles. A miséria tinha uma “função social”. Hoje está fora de moda, a miséria não é mais um hype , a miséria está “enchendo o saco, não chove nem molha”. A gente esqueceu dos morros da população trabalhadora, com operários, domésticas, faxineiros; ela só aparece violenta, nas revoltas da Febem, nos tiros de bandidos. No Rio, sofro mais com a visão da miséria. Em São Paulo é menos visível: suas favelas são longe do Centro ou se escondem sob montes de lixo debaixo de viadutos. No Rio, temos de criar uma pele de rinoceronte para não sentir pena. Existe coisa mais triste do que menininhos de 6 anos fazendo malabarismo com bolinhas de tênis na chuva? Os miseráveis nos desgostam porque são a prova de nosso fracasso.

Sempre que os vejo, imagino como nos vêem. Assim como vemos a miséria, a miséria também nos vê. Nossa visão de mundo, as opiniões sobre o Brasil, a economia, a política, costumes, tudo é visto a partir de um olho de classe média ou de elite. Mas... e os outros pontos de vista? Como nos vê o menino que nasceu e logo foi posto junto aos canos de escapamento, cheirando fumaça para nos pedir esmola, como nos vêem os desvalidos?

Vêem-nos pelos fundos, nos vêem de baixo, nos vêem através de uma névoa de medo e fascinação, nos vêem habitando um mundo que não é deles. Diante de uma vitrine ele vê tudo que ele não terá. Todas as ofertas o ignoram, nada daquilo pode ser dele. Na TV, o miserável não se vê na tela, como nós nos vemos na novela. Ele só aparece como exceção, como absurdo, em matérias sociais. Diante da propaganda, ele tem a pavorosa sensação de não existir. Nós evitamos vê-los; eles nos vêem o tempo todo. Os miseráveis são nossa caricatura e damos esmola na esperança de uma salvação, mas os miseráveis não são generosos e não nos perdoam. Apenas um vago “Deus lhe pague”... Os miseráveis nos obrigam a uma contemplação interior que não desejamos. Os miseráveis nos devolvem suja qualquer esperança que temos de beleza. O miserável não é nem oprimido como os escravos; na escravidão, eles faziam parte da produção, o chicote e o pelourinho lhes davam uma espécie de “lugar social”. Hoje, são apenas ignorados.

De vez em quando, eles aparecem, em catástrofes — trens que descarrilham, barcos que afundam; vêmo-los como desastres naturais, como detritos de terremotos ou massacrados nos morros do Rio.

Hoje a miséria se recusa a sumir, ela desmoraliza a globalização, a democracia e o PT.

A miséria era o grande capital do governo Lula. O PT sempre teve ciúmes da miséria. Sempre que o FHC ou tucanos quiseram cuidar da miséria, o PT reagiu como um marido enganado. Mesmo o MST é um amante tolerado. Mas a miséria tem sido ingrata com o PT. Ela se recusa a comer do Fome Zero, ela desmoraliza a eficiência do Bolsa Família. A miséria não é dócil. A miséria se multiplica como amebas, ela não pára de crescer.

O erro dos que desejam acabar com a miséria, como o PT, é achar que ela está do “lado de fora” de nossa vida, do “lado de fora” dos aparelhos do Estado, de nossa vida social. A miséria não é um objeto, um fenômeno a ser resolvido lá fora, nos morros, na periferia... A miséria é a ponta suja de nossa miséria maior. Nós fazemos parte dela, a miséria anda para trás, contamina as causas com as conseqüências, a miséria está até na maneira como a vemos, o Brasil está contaminado de misérias, a miséria polui a água do rio que já passou, sobe rio acima. Não existe um mundo limpo e outro sujo. Um infecta o outro. A burocracia é miséria, nossa corrupção é miséria, a estupidez brasileira é miséria. A miséria mental já invadiu a Câmara dos Deputados. A miséria moral acaba de roubar 30 bilhões dos miseráveis. A miséria obriga o governo a alianças miseráveis. A revolta dos severinos é uma vingança da miséria.

A máquina está contaminada pelas misérias: a miséria moral, ideológica, a miséria corrupta. A miséria não está nas periferias e favelas; está no centro de nossa vida brasileira. Somos uns miseráveis cercados de miseráveis por todos os lados.

segunda-feira, março 21, 2005

Sem novas do Boy Metrossexual

Pinô, a impregnância da baia ao lado, vive me cobrando novas histórias do folclórico boy. Ele tem andado comportado. Bom, veremos, a figura está pra sair em instantes para o tão propalado xou do Leni Krévitix. Pô, xou numa noite de segunda-feira é meio ingrato, ainda mais com a chuva q cai lá fora. Eu já arreguei, mas q a Força esteja com quem for, com o Boy Metro tb, e que valha a pena encarar esse perrengue q tá com cara de q vai ser um daqueles perrengues machos, caprichados.
E o Mais Querido? Eu não tava lá. Tava no meio do caminho. Até existiam planos de ir ver Corinthians e Palmeiras, mas achei melhor pegar o caminho do Rio. Minha vontade mesmo era de estar no Maraca com minha camisa rubro-negra e envolto na bandeira do Flamengo. Bom, não deu. Se tivesse ido teria valido a pena... não fui, deixa pra próxima. Tô achando que o Mais Querido vai chegar junto na Taça Rio. E chegando, ah muleque, acho q dá pra abocanhar e aí a gente corre atrás do Voltaço.

A arbitragem pode jogar contrar, a getne ganha assim mesmo. E dá-lhe Mengo.
Após o fim de semana em São Paulo, cá estou eu. Foi bom ter ido ao casório da fofa gaúcha Cris, a menina formalizou sua união com o seu japonês, o companheiro Iuri, que é gente boa. Hoje em dia os casórios viraram motivos pra encontros de antigos amigos, gente com quem se encontrava pelo país nos nossos encontros de estudantes. Uma época que parecia q nunca acabaria. Dá uma saudade violenta, mas ficam as recordações e os camaradas que vão seguir pelo resto da vida. Um ajudando o outro a manter as lembranças vivas, né.

Bom, acabei ficando na casa de outra figura super fofa, Joice, outra sulista q abraçou (ou foi abraçada por) São Paulo. Ela mora a três quarteirões da Benedito Calixto, aquela praça que fica cheia de descolex paulistanos (e importados) nas tarde de sábado. Eu já fui mais de uma vez e curti, gostei bastante. Pena q nesse sábado não rolou de ir. Estávamos num dia corrido por conta do casório e eu tinha uma missão na Liberdade, o lar dos orientais. Ah, e Joice tem um namorido portenho, mas portenho à vera. Nascido em Buenos Aires e fanático pelo Boca Juniors, daqueles que têm o escudo do clube tatuado no corpo. Mas o melhor de tudo foi descobrir que o companheiro boquense gosta de samba e, tcharan, é portelense. Demorou, né. Tenho uma missão, levá-lo ao Portelão. Não posso deixar essa passar.
Não, não, não.
Eu não morri. Tô aqui, tô na área. Ainda não deu pra escrever coisas, mas tem uns pôstes em potencial circulando de um lado a outro da cabeça.
Assim q der venho alimentar o Preto, pobre e suburbano.

sexta-feira, março 18, 2005

Vô invadi tua praia!

Tá, tá bom, não é lá praia... mas nessa madrugada lá estou eu pegando o rumo de São Paulo. Tem casório da gaúcha Cristina com o seu japonês. Lá vou eu de novo para o evento que vai tornar a menina uma mulher casada e reunir alguns personagens queridos da vida anterior ligada ao Movimento Estudantil de Comunicação. Eita anos q passam... Mais uma da galera q se casa...

Bom, é certo q será maneiro. Quem sabe não rolarão histórias para posterior postagem nesse blógue safado?

quinta-feira, março 17, 2005

O semi-cego ao volante

Irmão-léo e eu nos prepáramos para atravessar a rua, a Estrada do Realengo, estávamos parados na calçada bem em frente a passarela para pedestres. Do outro lado, o Hospital de Clínica Bangu. Esperávamos o sinal parar o trânsito quando um gol prata imbinca em cima da gente. Ignoramos o carro e ficamos parados no mesmo lugar. Um casal parara o carro ali perto e tb estava prestes a atravessar a rua. O sinal fechou e atravessamos. O sujeito do gol começou a buzinar enraivecido. Tinha desistido de parar o carro na calçada. Diante das insistentes buzinadas foi saudado com elogios à sua pessoa e à sua mãe. Como o motorista do carro ficou macho. Só que dentro do carro todo mundo é mais macho ainda, né. E aí saiu mais enraivecido ainda e entrou na rua por onde caminhávamos e foi aqui e deu pra ver. O cara não tinha o olho esquerdo. Peraí, o cara pode dirigir sem um olho?? Pode? Q eu saiba não. Cada um q aparece, maluco, fala sério.
Braços moles... taquicardia... tonteira.... Passa um tempo. Rostos conhecidos. Seu Carlos, dona Dlória e mais um amigo pegam pelos braços, põe no carro. Quando se percebe, estamos na emergência do hospital perto. Tiram pressão, fazem eletrocardiograma, tiram sangue. Um rádio alto numa sala não muito longe fica proferindo repetidas vezes "Jesus", "alma", "salvação", "perdição", "entrega", "leva". Um voz de homem esganiçada não pára de gritar lá dentro do rádio. Mas não pára mesmo. Parece que nem respira, só grita. O rádio causa irritação. Raiva da situaçã toma conta, afinal de contas é um hospital particular, não se está ali de graça. A raiva e o incômodo faz levantar da cama. O médico aparece e diz "os exames apontaram nada". Novidade, é o terceiro piti q dá no Vicente e nada aparece, mesmo com os exames já feitos. Pra poucar a paciência se procurou vazar o quanto antes q o rádio fosse chutado pra longe. Já ouvi q é frescura, q é encosto, q é do sistema neurológico. Vamos indo, vamos indo. Uma dia se chegará a resposta. O chato foi q isso aconteceu na última noite de sábado quando se estava prestes a sair. Ó vida, ó azar.

terça-feira, março 15, 2005

E ilustre prefeito levando lambada direto na imprensa? Não é divertido? Ele que usou a imprensa a seu favor agora tá levando lambadas seguidas por conta da sua má administração nos hospitais da cidade. Aqueles mesmos q há algum tempo ele cantou mó marra q só funcionariam com a administração municipal. Ahan. Perdeu, pleibói. Depois veio dizer q o problema é que gente de outras cidades, fora da capital, viriam pra cá. Meu Deus, o q ele queria? Que só quem é carioca fosse atendido nas emergências? Olha a lógica da exclusão aí de novo...

Não sei o q César Epitácio fez às organizações Globo pq o jornal O Globo mandou lindas matérias mostrando que as obras no Rio Cidade na Zona Sul, Norte e Oeste da cidade estão cagadas. Some-se a isso a cagada-mor em relação aos hospitais no Rio. Ele entrou numa de fazer queda de braço com o Ministério da Saúde, toda a vez q rolaria um acordo a prefeitura ia lá e melava a parada. Esticou, esticou, esticou a corda até a hora em q Brasília ficou bolada e deu-lhe uma móca.

Resultado de tudo isso? Meio q detonaram a pré-candidatura a presidência de seu Cesar, até então, o melhor quadro do PFL pra tentarem chegar ao Planalto Central. É curioso ver o prefeito, q sempre foi um político hábil, ficar assim tão em baixa. Com o filme queimado com os eleitores e a população em geral. O cara cagou goma durante um tempo enorme dizendo "eu tenho dinheiro, eu sei administrar", mas chega agora e diz q tá falando verba pra segurar a saúde do município... Seu César, seu Seu César... A cagada veio à tona.
Que tal o Principado da Guanabara?

Eu nem era nascido e neguinho já tinha juntado o Estado do Rio com o antigo Estado da Guanabara, que outrora foi a sede do Governo brasileiro (por uns 250 anos), e onde fica a cidade do Rio. A tal fusão que aconteceu em 15 de março de 1975. Três décadas depois, geral fala que não foi exatamente a melhor coisa do mundo juntar os cariocas com os fluminenses (sou carioca, nascido na cidade do Rio, e fluminense, nascido no estado do Rio), mas discordo dos maluquinhos que querem separar o Rio e fazer dele outra vez o Estado da Guanabara. Dizem que existem diferenças entre a identidade do povo do Rio com o de Campos o de Niterói o de Volta Redonda o de Cabo Frio e o sei lá mais de onde? Dizem q a cidade perdeu importância cultural, política e econômica. Sei não, essa lógica da exclusão (q cada dia cresce mais) me irrita. Será q essa perda de espaço se deve à fusão a outros fatores externos? Acho q o Estado do Rio tem q se desenvolver como um todo. Todas as regiões integradas, todos juntos, caminhando pra frente.

Cada cidade tem suas características, é óbvio. É assim em Minas, ou os cara de BH são iguais aos de Teófilo Otoni, aos do Triângulo Mineiro ou de Juiz de Fora? E as diferenças nos estado de São Paulo? do Rio Grande do Sul? de Pernambuco? Fala sério, aí.

Hoje somos estado do Rio de Janeiro, não temos que virar as costas pros demais cantos do estado por que são mais pobres. A cidade do Rio é realmente a mais rica, mais desenvolvida. Tem a herança de ter sido capital por um longo período, mas essa mesma herança não serviu pra desenvolver os demais cantos da cidade, como um grande pedaço da Zona Norte e Oeste. Ou a tal volta da cidade Rio a ser o estado da Guanabara só incluiria partes abastadas da cidade? Hmm. Acho q seria melhor chamar de Principado da Guanabara. Não seria mais legal? Mais condizente com o q essa galera quer?

segunda-feira, março 14, 2005

Amanha vou ver se posto sobre minha sensacional noite de sábado na emergência do hospital aqui perto de casa.
O racismo embarcado

Seu Carlos, aquele senhor bonachão e figura q é meu progenitor, contava essa. Numa vez q embarcara, entenda-se estar em uma das plataformas de exploraça de petróleo da Petrobras, presenciou um episódio constrangedor.

O helicóptero desovou ele e um engenheiro, q pode ser qualificado como negão. Por conta do período em q ficam ilhados, digo, embarcados, os trabalhadores sao destinados a quartos. O tal engenheiro foi destinado a um aposento não condizente com sua importância naquele contexto. A menina da recepçao acabou por destiná-lo ao q podemos chamar de muquifo.

Seu Carlos, diante da cena, viu com clareza q haviam lhe estavam de má vontade com o cara. Em lugar de tratá-lo como profissional optaram por lidar com ele de forma pejorativa por ser preto.

O engenheiro-negão, sentindo-se obviamente discriminado, disse q nao ficaria na plataforma por conta das condiçoes q lhe foram oferecidas e faria um relatório dando conta do ocorrido. Virou as costas e partiu pro heliporto de novo.

Show de bola. Nao se curvou. E a mocinha que quis jogar ele pra baixo q tenha, no mínimo, levado uma advertência.
Andei sendo cobrado pra atualizar essa parada aqui. Tá bom, tá bom. Vou tomar vergonha na cara e postar coisas novas. Mas logo mais. Agora ainda não vai dar.

quarta-feira, março 09, 2005

E o Felipe, do Flu, ex-Fla e ex-bacalhau, pegou ganho de seis meses. S E I S meses sem jogar bola. P q? Pq foi péla-saco a ponto de socar um sujeito do Campinense durante o jogo. Má socô mermo. Deu-lhe um botadão nos cornos do jogador do time paraibano. E dentro de campo, cara. Não dá, tem q ser punido. O cara tá trabalhando, ambos estão trabalhando (o agredido e o agressor). Não pode, o cara não tem o direito de fazer uma parada dessas. O galho é q profissionalmente se lasca, pega um gancho desses, fica estigmatizado, perde o contrato com um dos maiores clubes do Brasil, td p q? Pq é estouradinho. Ah, mané...
Saiu hoje na coluna Gente Boa, do Globo.

Os mascarados
O deputado Alberto Brizola apresentou projeto à Assembléia que, se aprovado, proibirá o uso de máscaras no carnaval, salvo para os integrantes das escolas de samba. Ele justifica a medida dizendo que a cada carnaval aumenta o número de crimes praticados por bandidos mascarados.

Peraí, deixa eu ver se entendi, o cara quer me obrigar a deixar de usar máscara, de brincar carnaval fantasiado pq os poderes públicos não conseguem dar cabo da questão da Segurana Pública?

O nobre deputado é da bancada evangélica e por conta disso não deve brincar carnaval, não deve participar da festa e não ter noção do que isso representaria.

É normal que saiamos usando máscaras de personagens ou com coisas engraçadas ou seja lá com o q for durante a festa. É um momento de inversão social, de brincadeira, de se brincar de mudar papéis ou identidades. É cultural, tá entranhado na nossa história, na nossa cultura. E nem foi criação nossa, na idade média na antiga Veneza, láááááá na Itália, a galera já usava as tais máscaras. Aí vem o nobre deputado e manda essa? Na boa, espero não ver a polícia militar tomando máscaras e fantasias de ninguém por que um ou outro está trazendo perigo pra segurança pública. A meu ver isso é um disparate completo.

Em tempo, se aprovam uma bobagem dessas na Alerj vou ser obrigado a ser um fora da lei no próximo carnaval. haha. Vou pegar minha máscara de camisinha e serei o perigoso "Camisinha Mascarado de Bangu". Ah, tenha dó e vamos trabalhar com seriedade na Assembléia Legislativa desse estado.

terça-feira, março 08, 2005

Muito se fala sobre a tal violência e o perigo dos bailes funk. Ouço falar que em baile tem isso, que tem aquilo. Olha, sei não, tem as mesmas coisas, mesmos comportamentos das paradas que servem de divertimento pra classe média.

O herói (ou anti-herói), o Boy Metro, contava justamente do baile em que foi no fim de semana, num ponto não muito longe de onde mora. Ao contrário de boa parte dessas festas, esse não acontecia em clube e muito menos em orro, era numa rua, um baile de rua. Contava ele uma peculiaridade desse, "lá não tem confusão. Os seguranças usam spray de pimenta". Qq bolo doido q se forme é solo dissolvido com spray q maltrata horrores os olhos. Mas o melhor foi o q ele contou depois: "ninguém mija nas parades por lá. quem por pego mijando fica parte do baile lá onde mijou limpando o lugar". É ou não é um belo micão? A solução tomada na baixada não seria tão ruim se aplicada em várias eventos de rua no Rio ou em qq outro lugar do Brasil, né, não?
A sonolência vespertina do Boy Metrossexual

A empresa teve uma programação em homenagem às mulheres nesse Dia Internacional da Mulher. Todas as colegas da empresa foram convidadas. Mó cabeçada apareceu pra ver um vídeo institucional fofo e um longa metragem, patrocinado pela empresa grande mãe do Sistema. Pois bem, descobrimos que nosso auditório é um cinema em potencial. Mó escuro, o som tava bom e o filme superou a expectativa. Eu, q tava lá, recebi uma ligação da chefia me pedindo para dar as caras na sua sala, tinha q sair do térreo e rumar pro 11º andar. Quando vou saindo, passando pela frente das mulheres que assistiam a película (hehe, sempre quis chamar filme de película), passo por ele, o Boy Metro. Não é q o furingudo tava lá, num soninho leve, aproveitando o escuro, absolutamente no sapatinho? O mané jurou q tava dormindo. haha. Perdeu, pleibói, eu vi.
Ando me divertindo postando coisas sobre o boy metrossexual. Tem duas boas sobre o sujeito pra entrarem aqui.

1857 - Dia das mulheres do mundo -
Greve das tecelãs da Cotton, Nova York, pela jornada de 10 h. O patrão provoca incêndio que mata 129 delas. Origem do Dia Internacional da Mulher.


Peguei a imagem e o textinho do www.vermelho.org.br.

Inspirados nas imagens das minhas avós, minha mãe, minhas amigas, tias e primas e pelo que essa mutueira de mulher representa pra mim, pras famílias delas e amigos, tô na obrigação de dizer um "parabéns, aê".

Na primeira vista parece só uma data, mas é uma data quando se faz um balanço do que foi conquistado por elas, dos avanços que conseguiram enquanto seres humanos que vivem ao nosso lado. O mundo não é o lugar mais igualitário do mundo, mas as coisas estão melhorando aos poucos pra elas, embora muita cagada exista por aí. Vamos em frente porque um mundo melhor ainda vai existir e, no que depender de mim, vou ajudar pra isso.
É sabido que os hospitais municipais e os federais que foram municipalizados pela prefeitura enfrentam os mais perfeito caos. Tudo, mas tudo ruim. A prefeitura tira onda cantando de galo com sua austeridade fiscal que garantiria fundos para obras durante a administração, mas ironicamente falta grana pra investir nos tais hospitais. Tb, né, o secretário de saúde é um banqueiro que entende nada de Saúde Pública.

Na manhã desta terça-feria, vindo para o Centro, lá pela Brasil (avenida personagem do meu cotidiano), vááááários guardinhas municipais estavam sobre as passarelas que passam sobre a via. Todos com seus bloquinhos na mão, sempre anotando, anotando, anotando. Mãozinhas frenéticas as dos caras.

Tava meio sonolento, bambeando com a cabeça pra um lado e pro outro, quando uma voz de senhor, meio malandriada, deu uma explicada no que acontecia: "isso é a prefeitura querendo arrumar dinheiro pra por nos hospitais". Hmmm.... De início parece até meio bobagem, mas não é que pode fazer sentido? Ou tô tendo má vontade demais?

quinta-feira, março 03, 2005

O cactus

Já tenho dúvidas se ele vai sobreviver. A parada aqui é toda fechada, embora ele precise de pouca água, uma luzinha do sol as vezes ajuda, né. O q fiz? Levei o simpático vegetal cheio de espinhos e o pus na janela do banheiro. Espero encontrá-lo na quando for lá buscá-lo. Puts, já me imaginei levando o cactus pra passear.

Enquanto isso o pobre vegetal ainda não foi batizado. Quevedo sugeriu 'Piroca-de-Gato' (singelo, hein), a companheira de trabalho Chris sugeriu Mandacaru, a Claudia mandou Tyson, a Amandinha disse Luluzinho (pô, Luluzinho??? sinto uma vontade de me derrubar...), enquanto a Patrekka sugeriu Chiappa (simpático, né. faltava só eu achar um ligeirinho com máscara e cachimbo tipo Sub-comandante Marcos). Sabe o q é pior? Até agora não escolhi nome algum. Na realidade eu queria dar um nome bem brasileiro, mas pra isso preciso q o valoroso vegetal sobreviva...
Mundo cão ao alcance da mão

O Boy Metrossexual via ontem no jornal matéria sobre Tinguá, pedaço um tanto violenta da cidade onde mora, Nova Iguaçu. O Boy Metro lia a história do sujeito matador, de apenas 21 anos, que quebrou, entenda-se matou, o ecologista da região com um tiro de escopeta na cabeça. Ou seja, literalmente acabou com a cabeça da vítima com vários pedacinhos de chumbo. O matador era só um moleque que não tinha noção do que fazia.

Vendo a matéria, o Boy Metro lembrou de um sujeito lá dos seus arredores, o Bem-te-vi. “Ele é super tranqüilo, ninguém diz que é matador”. O sinistro é que o matador faz parte da galera local. Mata os fura-olhos que fazem pequenos delitos e armam cagadas pelos arredores. É o clássico justiceiro. Sabe o Pequeno Príncipe? Lá de Camaragibe, na Grande Recife? Aquele mesmo que rendeu o “Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas?”. A mesma história...
Pensa-se que essas coisas só existem no Pará? Em Pernambuco? É ruim, está bem aqui do lado, no Grande Rio, não tão longe do Centro do Rio e da Zona Sul onde os abastados cariocas vivem. E mais, eu mesmo conheci um pai de família, senhor tipo bonachão que foi com minha cara. Bom papo, divertido, só que é ex-papa mike. Um belo dia disse “ó, se tiver problema com alguém é só falar que a gente resolve”. Fofa a oferta, né. Ah, e o tio quebra-coco não mora na Baixada, mora no Rio, na capital mesmo.Sabe o q é? Essa coisa de Justiça não existe pra esses caras. Justiça é só pra bacana. É só ir onde os caras moram pra ver ao vivo se existe Justiça. Na ausência dela, os caras metem a mão na massa e resolvem fazer por conta própria.

E, confesso, tb tenho má vontade com a tal Justiça, a impressão que tenho é que ela não me vê, por isso caga e anda pra mim. Pra mim e pra eles tb.

quarta-feira, março 02, 2005

"Com certeza" é o cacete!

Eu não gosto muito de escrever aquelas coisas tipo “eu odeio isso, eu odeio aquilo”. Outro dia escrevi que odeio o “eu sou do bem”, que não diz nada e, a meu ver, quem é do bem não precisa ficar anunciando aos quatros cantos. Além disso, já vi uns e outros que se dizem do bem serem os mais perfeitos vacilões, escrotos e desonestos, aqueles que chamo com gosto de fura-olho.
Pois bem, hoje eu quero falar que odeio o “com certeza”. Odeio, mas odeio muito o “com certeza”, que, pra variar, nada diz. Há tempos a Leda Nagle, que apresentou o Jornal Hoje da TV Globo durante tempos e já há algum tempo apresenta o Sem Censura, na TVE, usa a expressão, um jargão seu. Algo que no seu contexto até faz sentido.

A cagada é que hoje o “com certeza” que para alguns já deve ser “concerteza” é usado pra responder qq pergunta. O jogador, o político, o ator, o cara ali da portaria, o trocador do ônibus. Começou-se a ver a expressão ser usada na tevê, acharam maneiro e passaram a usar. Mas usam pra dizer nada! Por exemplo, perguntam “O time teve pontos fracos no primeiro. O que será feito para acertar a equipe?” E vem a resposta: “Com certeza. Falhamos em alguns momentos, mas...”. Aí, o deputado é perguntado sobre o projeto que será enviado para a mesa diretora, e o sujeito responde “com certeza. Recolhemos mais do que o número mínimo de assinaturas”. Aí eu mesmo pergunto ao cara da portaria o que aconteceu ali na frente pq rola a maior muvuca e ele vira pra mim e manda “com certeza, parece que foi um atropelamento".

Será que as pessoas perderam a noção? Acho que algumas nunca tiveram, é verdade. As pessoas não sabem o q falam. Falam pq ouvem na televisão. Se eu tivesse um programa na tevê ia fazer um teste. Ia mandar uns “bunda suja” perdidos durante uma fala e outra pra ver se os repetidores, os donos de cabeça ocas ou com caixas de ressonância sobre o pescoço iriam começar a repetir tb.

terça-feira, março 01, 2005

Minha visão da cidade aponta essa música como a que melhor representa o Rio. E salve o Rio.

Rio 40 Graus
Laufer - Fernanda Abreu - Fausto Fawcett

Rio 40 graus
cidade maravilha
purgatório da beleza e do caos

capital do sangue quente do Brasil
capital do sangue quente
do melhor e do pior do Brasil

cidade sangue quente
maravilha mutante

o rio é uma cidade de cidades misturadas
o rio é uma cidade de cidades camufladas
com governos misturados, camuflados, paralelos
sorrateiros ocultando comandos

comando de comando submundo oficial
comando de comando submundo bandidaço
comando de comando submundo classe média
comando de comando submundo camelô
comando de comando submáfia manicure
comando de comando submáfia de boate
comando de comando submundo de madame
comando de comando submundo da TV
submendo deputado - submáfia aposentado
submundo de papai - submáfia da mamãe
submundo da vovó - submáfia criancinha
submundo dos filhinhos

na cidade sangue quente
na cidade maravilha mutante

rio 40 graus...

quem é dono desse beco?
quem é dono dessa rua?
de quem é esse edifício?
de quem é esse lugar?

é meu esse lugar
sou carioca, pô
eu quero meu crachá
sou carioca

"canil veterinário é assaltado liberando
cachorrada doentia
atropelando na xinxa das esquinas
de macumba violenta
escopeta de sainha plissada
na xinxa das esquinas de macumba gigantesca
escopeta de shortinho de algodão"

cachorrada doentia do Joá
cachorrada doentia São Cristóvão
cachorrada doentia Bonsucesso
Cachorrada doentia Madureira
Cachorrada doentia da Rocinha
cachorrada doentia do Estácio

na cidade sangue quente
na cidade maravilha mutante

rio 40 graus...

a novidade cultural da garotada
favelada, suburbana, classe média marginal
é informática metralha
sub-azul equipadinha com cartucho musical
de batucada digital

meio batuque inovação de marcação
pra pagodeira curtição de falação
de batucada com cartucho sub-uzi
de batuque digital, metralhadora musical

de marcação invocação
pra gritaria de torcida da galera funk
de marcação invocação
pra gritaria de torcida da galera samba
de marcação invocação
pra gritaria de torcida da galera tiroteio
de gatilho digital
de sub-uzi equipadinha
com cartucho musical
de contrabando militar

da novidade cultural
da garotada da favelada suburbana
de shortinho e de chinelo
sem camisa carregando
sub-uzi e equipadinha
com cartucho musical
de batucada digital

na cidade sangue quente
na cidade maravilha mutante

rio 40 graus
cidade maravilha
purgatório da beleza e do caos
Hoje é aniversário da nossa cidade do Rio de Janeiro. Parabéns aê pelos 440 anos.

Ó o brasão, que tá na bandeira carioca:



E embaixo, a própria bandeira na nossa cidade: