Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

sexta-feira, maio 30, 2003

Tenho andado meio de saco cheio do blog.
Amigos

Vez por outra eu passo bem na cara da Vila Vintém e fico vendo as pichações na paredes. Há um tempo atrás até postei sobre a sopa de letrinhas ADACRVV (Amigos dos Amigos Celso Rodrigues Vila Vintém), uma alusão a facção criminosa que domina o tráfico de drogas na área e ao seu criador, Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vintém.

As inscrições nos muros funcionam como uma marcação do território, uma forma de dizer "Nós mandamos aqui". O mesmo ocorre em favelas dominadas pelas outras quadrilhas como Comando Vermelho (C.V ou CVRL - Rogério Lengruber) e o Terceiro Comando (TC), aliada da A.D.A.

O que me chamou atenção nessa manhã foram duas inscrições que eu não tinha lido: ADA À VERA e ADA SALDADE. ADA à vera tudo bem, seria algo como ADA pra valer ou de verdade.

Mas SaLdade? Bom, o cara já sabe manejar armamento de grosso calibre, saber escrever é exigir demais.

quinta-feira, maio 29, 2003

Se ela quer, então tá

Nossa feliz secretária, a Bia, me pede há dois dias para ser citada nesse blog furingudo. Então tá, tá aqui o que ela queria. Bia, esse post foi feito unicamente para sua alegria.
Vem os tartaruga!

Ontem lá ia eu caminhando pela calçada da Avenida Rio Branco, pouco depois das 18h, driblando um camelô após o outro quando, quando notei que eles começavam a se ouriçar, olhar para longe, catar suas coisas.

Aí, venho o grito: Vem os tartaruga!

Fiquei meio sem entender. Será que Rafael, Leonardo, Michelângelo e Donnatelo, as tartarugas nija e seu Mestre Splinter, passariam por ali? Naquela hora???

Nada, eram os Guarda Municipais vestidos com sua roupa de choque, capacete, colete, joelheira, cacetete e tudo mais. E não é que a camelozada tinha razão? Os caras passaram por mim parecendo um bando de tartarurgas (tartarugas bélicas, é verdade, mas tartarugas). Muito estranho.

O pior é que dá a impressão de ser uma brincadeira de pega, pq todo fim de tarde tem essa mesmas coisa.
Ser mané é

Combinar de se encontrar na estação do metrô Carioca e só se lembrar disso na hora marcada, só que na estação Uruguaiana...
Não vou tripudiar sobre a desclassificação do time de Clarissa que tanto carnaval fez quando o seu rubro-negro de Segunda Divisão eliminou o Atlético Mineiro e o Fluminense, em fases anteriores da Copa do Brasil, e vivia dizendo que o próximo seria o Flamengo. Então tá. Bom, quem voltou pra casa foi o pobre time recifense, que pena.

Como prometi não tripudiar, só vou publicar uma msg enviada pelo grande companheiro João Nicolau, lá de Bsb, onde ele TINHA que aturar a querida pernambucana... TINHA, pq agora ela só vai poder mesmo torcer pela gente.

Pois é PPS,
Clarrisa parece ter baixado o facho contigo depois da derrota do rubronegro pernambucano. Eu, no entanto, estou agüentando a fanfarra frevocrática por aqui.
Hoje, não sei se para se gabar ou por desespero, mandou uma mensagem que o tal timeco teria o reforço de uns caras: fulano CHUVA, beltrano PAPEL e sicrano MAIZENA...
... A escalação do time não me impressionou - e talvez vc possa me esclarecer, profundo conhecedor que é do universo (em desencanto) futebolístico do Recife -, mas me preocupa a situação do Mengão. Tão colocando o glorioso (tá certo, anda mal das pernas) pra jogar com peladeiro?

Saudações rubronegras!
Rumo a mais uma final...

Vendo o jogo pela tevê me deu uma aflição tão grande por não estar lá. Ao menos nos classificamos.

Mas agora sim vai ser complicado, o Cruzeiro definitivamente é chapa quente.

quarta-feira, maio 28, 2003

E tem gente que tem a pachorra de falar que não vê nada demais no Rio. Então tá.

A foto é da Marcia Folleto e foi tirada na parte numa das minhas partes favoritas da cidade, a Enseada de Botafogo.

Tuninha me enviou hoje por e-mail link para uma matéria do Segundo Caderno do Globo, onde mostram que a Zona Oeste carioca é realmente abandonada em termos culturais. No fim das contas somos obrigados a circular pra burro para poder ir ao cinema e até mesmo ir a uma livraria. Né mole ser suburbano não.

O link tá aqui.
Lamentação

Hoje, por motivo de falta de carona, não poderei ir ao Maracanã torcer pelo Flamengo contra o time de Clarissa e demais pernambucanos. Ia ser meio puxado sair do maior do mundo de ônibus e voltar pra Bangu, o normal é ter que pegar dois coletivos, o que me custaria duas horas de pista. Meio sinistro.

Td bem, eu torço de Bangu assim mesmo.

Quero cantar ao mundo inteiro
A alegria de ser rubro-negro
Cante comigo, Mengão!
Acima de tudo rubro-negro!
Aí... falando de casal...

Veio à cabeça um casal bem peculiar, Albano Reis e Wanda Reis. Albano Reis, o papai noel de Quintino, é bem conhecido no subúrbio pelo seu mau gosto em achar que tudo tem que ter uma imagem papai noel, pelos seus centros de reabilitação e por viver na vida política como um tremendo assistencialista. Bom, tem gente que não lembra, mas eu lembro de uma eleição passanda quando sua esposa, Wanda Reis, tentou entrar na vida pública e consegui um lugar marcante na minha memória com uma frase.

Em certo programa eleitoral apareceu a esposa de Albano e mandou na lata:

- Albano Reis e Wanda Reis, OS CANDIDATOS QUE JÁ FEZ.

Ah, tá. Valeu dona Wanda. Graças a Deus ela não foi eleita.
Casal sem casa

Lá estava eu lendo nos jornais que o coroenel Bolinha, maior cacique político do PSB fluminense, está procurando outra legenda. Perdeu pleibói!!! Vai ter que vazar do partido do Tio Arraes pq não tem mais espaçõ pra falar um ai. Reza a lenda que o PMDB local tá abrindo as portas pra ele, logo mais é possível que o mané e secretário de Segurança Pública vá para o partido presidido no estado pelo ex-governador (o pior que eu me lembro) Moreira Franco. Só que já vejo que a parada vai feder e logo vai se formar um bolo doido na história. Bolinha, que se acha o cacique, vai entrar num lugar onde já existem caciques que apitam há mais tempo, como Jorge Picciani (presidente da assembléia legislativa local) e Sérgio Cabral Filho, que hoje é senador.

Enquanto isso, a esposa do secretário que, por acaso, é governadora do estado tb tá procurando outro partido pra fugir do PSB. Seu Leonel de Moura, o Brizola, já disse que Dona Rosângela pode entrar, mas o marido tá barrado. Haha.

Será que eles vão se separar? Hmmm... ia ser curioso, mesmo pq Dona Rosângela ia perder muito da sua moral sem o marido ao lado...

Mas isso tudo é bem feito, muito bem feito. Quem manda querer ser maior que seu partido? Bolinha já foi do PT e saiu, já foi do PDT e saiu, agora tá no PSB e vai sair. No PDT e no PSB bateu de frente com siglas personalistas, que tem por trás figurinhas carimbadas como Brizola e Arraes. Foi querer medir força e se lascou, tb pudera é só um garotinho brigando com as rapozas. hehe. Trocadalho do carilho...

Acho que a solução pra ele seria a criação de um partido só pra ele, aí ele não ia brigar com ninguém e nem ser obrigado a sair.

terça-feira, maio 27, 2003

Mais uma vez estava eu pensando em como a língua é viva e aloprada, como nomes de lugares cariocas (claro que suburbanos) são originários desse tipo de coisa.

Coisas como o Real Engenho do Imperador (que tinha a sigla Real Engº), que hoje é o simpático bairro de Realengo, logo ao lado de Padre Miguel é um desses.

O Vº Alqueire (lê-se Quinto Alqueire), acho que do imperador tb, acabou virando tempos depois o aprazível bairro do Valqueire, onde vim a estudar quando adolescente.

Mas existem aqueles em que a transformação é sensacional como no caso do Viaduto Oscar Brito, que passa por cima da Avenida Brasil, em Santra Cruz, extremo oeste da cidade. O viaduto liga a pista da Rio Santos que vem de Seropédica e segue na direção de Campo Grande. O tal viaduto deixou de ser Oscar Brito e passou a ser dos Cabritos. Sensacional.

Também em Santra Cruz, lugarzinho pra gerar histórias e histórias mas infelizmente pouco conhecido e reconhecido pelos cariocas, tem outra. Nos idos de 1900 e brau existia um comerciante que morava entre Santra Cruz e a cidade vizinha de Itaguaí. Lá, o senhor William viveu durante alguns anos. Conforme se dizia que iria-se lá nas proximidades do William da madeira, a coisa foi mudando de figura com o passar do tempo. Hoje em dia, onde viveu o senhor William é conhecido como Ilha da Madeira, mesmo não sendo aquela clássica concepção dos livros de geografia, como uma porção de terra cercada de água para todos os lados. A tal ilha é no continente mermo e longe da Baía da Ilha Grande. Salve a criatividade e vivacidade da língua portuguesa e suas corruptelas.

segunda-feira, maio 26, 2003

Uma pena...

Hoje o bom e velho Oscar disse adeus ao esporte. Oscar, valeu aê. Bom, eu acho que dessa vez a despedida foi à vera.


No Pan-americano de Indianápolis, num após um dos jogos mais sensacionais de basquete que vi.

A cesta que faz o cara o maior cestinha DO MUNDO.



É necessário dizer alguma coisa?
Porque me ufano de ser suburbano

Domingo é um dia meio mole, meio chato, meio mala com a única alegria de ter um futebolzinho no fim da tarde. Diante de um quadro tão desolador e com poucas perspectivas ter alguém gritando seu nome no portão já é algo diferente e que pode render frutos.

Timbuca, vizinho que vi crescer, tava lá em frente a minha casa com a seguinte proposta:

- Aí, vâmu fazê uma vaquinha pra comprar um barril de chope. A gente fica lá tomando o chopinho vindo gelado do barril e assistindo o jogo.

Perfeito. Derreal pra cara um e tcharan. Tava lá a peça. Ainda bem que a prática já é normal e até rola uma serpetina. O melhor é que baixou mó galera, virou um encontro mesmo. Melhor pra mim que pouco vejo os personagens locais e pude saber de novas histórias. Estranho como todo mundo veio me perguntar até quando fico no Rio. Sei lá. Fico no Rio até surtar e vazar outra vez.

Só o Flamengo não ajudou pro início de noite de domingo ser todo bonzão. Mesmo assim, fico impressionado como um simples jogo transmitido pela tevê vindo lá da fria Curitiba pode virar um evento de confraternização ali em Bangu.
Promessa surreal

Eu não acredito que fiz, não acredito, não acredito, não acredito.

Devido a um porre de meu folclórico irmão, D. Glória pediu ao seu primogênito que dê um exemplo e pare de beber. Meu Deus! O que vai ser de mim?! O pior é que eu concordei...

Vamos ver até quando vou segurar essa onda.
Por motivo de força maior, hoje não vou falar de futebol

Tb, vou falar o quê? Que a gente sempre vai a Curitiba pra entregar três pontos? Eu não, devia assistir o jogo com um cartazinho na mão escrito: "Eu já sabia".

E, Clarissa, não vou botar foto alguma. Quando o Flamengo perde, o mundo (e esse blog) ficam de luto.
Suburbanice familiar

Irmão-Léo, personagem do folclore bangüense, tem três primos igualmente folclóricos. Quando todos se juntam dá medo tamanha é a quantidade de firulas no meio da rua. Coisas de moleque. Os tais primos (tá, eu tb sou primo deles...) se intitulam os Peronhos, e me qualificam como seu líder, mas essa é outra história.... Os primos figuras moram do outro lado de Bangu, num bairro que até hoje não sei como se chama. A rua deles não tem nome, mas um número: a Rua 41. E aí que vem a parada... todos os moleques da rua formam uma galera e como cada um tem seu carro, optaram por ostentar as firulas. Cada um dos carros tem um enorme adesivo na lateral com o número da rua pra se identificarem e ostentarem quem são.

Além do 41 grudado, todos os carros têm o nome do motorista colado no pára-brisa acima da cabeça do motorista. É fora de série aquele bando de carros assim. Mas o pior é o caô deles pra Irmão-Léo.

- Aí, tu é da galera. Põe o 41 nessa ervilha mecânica*.

Irmão-Léo nada comentou, só olhou pra mim e fez ouvido de mercador. Acho bom...

* Essa foi a forma com a qual o furingudo primo indentificou o guerreiro veículo automotor ao qual chamo Ervilhão.
Vontade de bater até tirar sangue

Sexta passada fui ao cinema. Não, só passei perto da fila monstra do povo que foi ver Matrix. A opção foi por X-Men. Gostei, claro. E vai ter continuação... Só quem é mané não saca isso no fim do filme. Mas, o que mais me chamou a atenção foi já do lado de fora da sala.

No sapatinho, fui caminhando olhando as peças na fila. Vez por outra a gente encontra algum conhecido. Mas foi chocante. Vários e vários adolescentes vestidos de preto, com botinas e até sobretudos de couro negro! Deus não dá asa a cobra, juro que seu tivesse um bastão de baseball sentava no cucuruto daquele bando de péla-saco. Ia ser cabongo pra lá e pra cá. Até tirar sangue. Ah, fala sério. Ser fã é uma coisa, ser imbecil é outra.

Antes disso tinha lido no blog do Arnaldo que lá iria ele assistir Matrix, o companheiro tinha reclamado dessa estranha prática de pegar fila pra ver um filme que na semana seguinte tu vai entrar fácil no cinema. Arnaldo tinha imaginado a cena bizarra que encontraria e disse que no caso de se deparar com aquilo, ia gostar de fuzilar os pélas. Bom, como o encontrei quadno eu vazava, não presenciei a espetacular carnificina provavelmente realizada pelo companheiro. Que pena.

sexta-feira, maio 23, 2003

Máfia governamental

Honra ao mérito

Soldados do 4 Batalhão da PM do Rio fizeram cópias da foto do ex-comandante Costa Filho publicada ontem no GLOBO e acrescentaram a frase: “Herói da PM. Orgulho do 4 BPM”.

Os cartazes foram espalhados pelo Batalhão.


Será que uma grave denúncia feita por um comandante de batalhão querido pela comunidade que atendia, devido aos seus bons serviços e seriedade, e simultaneamente benquisto pela tropa não merece maior cuidado e atenção?

E lá vem o furingudo do secretário de Segurança defender, sem sequer procurar apurar!, o Chiquinho da Mangueira.

Eita raiva sinistra...
E eu me pergunto o que leva um cara a fazer isso.



Em tempo, não é o Fábio Lino, embora guarde algumas semelhanças...

quinta-feira, maio 22, 2003

E numa troca de comentários no blog da Marinilda...

Uma pessoa levantou a bola que a Mangueira, que nunca se meteu com o jogo do bicho e se gaba disso, convive feliz, feliz, feliz com o tráfico de drogas. E não é que a ficha caiu na cabeça do Vicente com várias e várias coisas? O Comando Vermelho apita bonito dentro da comunidade há tempos, tendo até histórias de sambas-enredo impostos pela galera do mal...

O Complexo da Mangueira tb é conhecido por ser berço de grandes traficantes, mas (felizmente ou infelizmente - não julgo agora) é mais conhecido pela grande escola de samba que abriga, diga-se de passagem, antes do tráfico até.

Reza a lenda que até gente alta e com conceito na escola faz um tipo de, digamos, estica... Bom, Vicente, deixa quieto e fica na tua... Mas que coisas se encaixam com facilidade, ah... se encaixam...
Concordo com o saltitante Arnaldo



Engraçado, né. O nosso secretário de Esportes e Lazer, o Chiquinho da Mangueira, tem o maior envolvimento com a escola (sem nunca ter sido sambista), é responsável pelo maior e mais bem visto projeto social mantido no Rio (que criou a Vila Olímpica da Mangueira, o Ciep Nação Mangueirense) e outras ações que tirariam jovens do movimento, o tráfico de drogas, mas nunca - como acontece com todos os líderes comunitários que peitam o poderio local dos marginais - teve problemas com os caras do mal. NUNCA. NUNQUINHA. Estranho... muito estranho...
O que leva uma pessoa chegar aqui com a busca abaixo?

"so e pobre quem não trabalha"

Que mané só é pobre quem não trabalha. Pobre trabalha e trabalha muito, só não ganha dinheiro. Uma coisa não tem necessariamente a ver com a outra.
"Eu botava uma azeitona no fundo do copo e ficava tentando alcançá-la com a língua"

A frase não é nada demais, mas quando vc olha o contexto... Ela foi proferida por Caio Blat num Vídeo Show da vida, quando o programa global fazia uma matéria sobre primeiro beijo. Na matéria, o mané do Caio diz que era assim que ele treinava antes do tal beijo. Ah, tá. Nada a declara diante disso, mas confesso ter ficado chocado com o alto grau de péla-saquice...
Wright me irrita

Sim, tenho ódio do mané do José Roberto Wright. Como alguém pode ter tanta impáfia, falar tanta asneira em pouco mais de uma hora? Já vi o referido ex-árbitro tomar posições emocionais e prejudicar o andamento do jogo mais de uma vez. É notório e histórico sua má vontade com o Flamengo.

Ontem, no lance do gol do Mais Querido o mané disse que o Edílson (o que é o cabelo esticado do Edíslon, meu Deus?) estava impedido. Cara, eu, de Bangu, vi que não estava. Mas o péla saco, a 100 metros do lance batia na mesma tecla. Aí a Globo botou o Tira teima no ar, mostrando a posição legal do baiano. E não é que o Wright disse que o Tira teima tava errado? Que a posição dos pés blá-blá-blá-blá... Então tá, que a Globo tire o seu dispositivo, que foi desautorizado pelo ex-árbitro mau caráter, pra dar espaço pros achismos dele.

Mas o maior crime desse infeliz foi na final de um campeonato estadual, se não me engano de 1986, quando Bangu e Fluminense estavam na final. É sabido que o (graças a Deus) ex-árbitro é tricolor e não é que o cara prejudicou visivelmente o time da zona oeste e deu preferência a inúmeras coisas dubitáveis to Fluminense. A partir daquele dia, eu ainda criança, passei a prestar atenção nesse péla -saco. Hoje, mais de 15 anos depois a impressão continua a mesma, o protótipo do juiz mal intencionado.

Como aprendi nas arquibancadas de jogo de futebol: "Juiz ladrão! Porrada é solução!".

Wright, morra três vezes.
Clarissa, olha a foto da comemoração do gol aqui embaixo, ó



É verdade que o Flamengo jogou pouco, menos até que o Sport. Mas fazer o quê? Ganhou na incompetência do adversário. E quando eu era criança aprendi um axioma futebolístico: 'ganha quem fas mais gols'. Portanto, não adianta fazer chover em campo se o time não faz gols. Bom, o meu fez. E ganhou. :-) 1 a 0.

Sabe de onde vou ligar pra Clarissa na quarta-feira que vem?

Imagem do Globo, mas como não tem o crédito do fotógrafo, não posso colocar...
Post para Clarissa



A mulher passa uma semana me infernizando, ligando de Brasília, enviando e-mail, tudo pra me provocar. Falou horrores que seu time, o Sport, faria o meu, o Flamengo, de gato e sapato. Falou "vamos enviar vcs para casa desclassificados". Ahã. Então tá. Na qualidade de pessoa que não gosta de tripudiar, fiquei na minha...

O Flamengo foi lá e mesmo jogando um futebol pífio ganhou.

Fui obrigado a ligar pra ela, né, que estava no Beirute cercada de flamenguistas. A primeira coisa que a coitada disse pra mim na ligação é "não quero falar com vc".... P q será? hehe.

Só digo uma coisa: PERDEU PLEIBÓI!!!

A imagem é do Ataque.

quarta-feira, maio 21, 2003

Dez mil acessos... Só tem maluco nesse mundo. Eu juro que queria saber o que tanta gente ver ver aqui. Bom, se veêm, que sejam bem-vindos, mas que eu queria saber o porquê, ah, eu queria mermo.

PS: Essa mania feia de escrever, não reler e postar me faz pagar cada mico... agora mesmo eu tinha mandado um tremendo BENVINDO... Burrão esse pps.
Aliadas

E não é que nesse submundo de torcidas organizadas rolam coisas estranhas. A Jovem do Flamengo é aliada da Jovem do Sport. E no carnaval de 2001, tava lá eu, Minduím e Artur (que é membro de carteirinha e tudo) cantando em alto e bom som hinos da TJF em Olinda. Nisso, enquanto quicávamos felizes, pintou uma galera, como dizem por lá, maloquêra. Perguntaram: "vcs são de torcida?". E Artur respondeu na lata: "Jovem Fla". E os indivíduos, com cara de pouquíssimos amigos, responderam "entao tá em casa. Aqui é a Jovem do Sport". E fomos todos cantando felizes ladeira abaixo... Cada coisa que acontece com a gente...
Sem falar...

Que vai ter flamenguista a rodo no local, afinal de contas, é a maior torcida do Brasil. Vai ter gente de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, onde a TJF tem até filial, ou, como chamam, Pelotão, o 25º.
Relembrando...

Eu tava lá, dia 13 de dezembro de 1987, tarde meio fria, meio chuvosa, eu sentado do lado esquerdo das tribunas. Com 11 anos de idade, não tinha moral pra ir a uma final de Campeonato Brasileiro sozinho, mas contei com a presença e o convite de meu único tio flamenguista, Tio Valcir, que proporcionou esse momento ao sobrinho. Lá, no Marcanã lotado (como sempre), aos 17 do segundo tempo, Bebeto, sozinho na entrada da área, fez o gol no Taffarel (do Inter de Porto Alegre) e deu o quarto título nacional ao Flamengo. 1 a 0. Depois, em 1992, quando eu tb tava lá no Maracanã e quase caí da arquibancada, vi o Mais Querido chegar até o Penta, sobre o Glorioso.
Hoje tem Mais Querido em Recife

Sport e Flamengo, na Ilha do Retiro. Obviamente se eu ainda morasse na cidade, não existiria qq dúvida de onde me encontrar hoje. O orgulho local dos pernambucanos fala muito alto nessas horas. Quando me deparei com ele, confesso ter ficado impressionado. É uma auto-afirmação muito, mas muito grande mesmo, o que dá até mais sabor ao jogo de hoje.

Fora isso, claro, temos a história do Campeonato Brasileiro de 1987, que eles insistem em dizer que ganharam e a CBF, na época sob o comando do senhor Otávio Pinto Guimarães, deu o título para o rubro-negro de Recife. Bom, discordo até o fim da vida, mesmo pq a norma do campeonato foi mudada já com a competição em andamento, se não me engano na terceira rodada. Aí, mané, sai pra lá e vai engrupir outro.

Mas voltando ao jogo de hoje, mesmo tendo vários camaradas torcedores do clube pernambucano (Clarissa, Mestre Afonso, Ita-Kléston, Juliana e até o camarada George), não quero vê-los felizes por conta dessa partida. Quero mesmo é ver o rubro-negro carioca fazer bonito lá, na Veneza Brasileira, e sair por cima.

Engraçado que Clarissa e Mestre Afonso vieram pegar no meu pé gratuitamente, fazendo aquela coisa clássica de torcedor. Bom, se meu time vencer... vai troco, viu. Torçam, mas torçam muito mesmo... Eu não pego no pé de ninguém quando meu time vence, mas na qualidade de provocado... me dou o direito de me manifestar.

E, independente do resultado de hoje, quarta que vem, estarei na nossa casa, o Maracanã, ajudando a fazer do estádio o nosso caldeirão.
Cartolas furingudos e arregões

E não é que esse filhos de quenga pararam o Brasileirão! Dizem que não podem cumprir o que é estabelecido no Estatuto do Torcedor, aprovada por unanimidade pelo Congresso e pelo Senado, ah, fala sério. Vão dizer que não tinham conhecimento? Ahã. Até eu, sabia do que tava acontecendo?

Agora os caras tão fazendo beicinho por conta da responsabilidade que o Estatuto atribui a eles. Na minha humilde opinião de torcedor, não vejo o menor exagero. Acho que tá é certo mermo que o ministro Agnelo tem mais é que peitar essa cambada de mafiosos péla-sacos.
Assalto a empresa de ônibus em Padre Miguel deixa quatro mortos. Matéria que tá no ar no Globo On Line
Adivinha só em frente de onde fica o ponto de ônibus onde costuma descer... Inclusive, onde desci ontem vindo da Uerj...
Festa no ônibus

Falando do coletivo, lembrei-me de uma coisa que presenciei há algum tempo, mas vi em outros ônibus. Festas, com bolo, refrigente e bolas coloridas dentro do coletivo.

Certas linhas formam verdadeiras comunidades, porque são as mesmas pessoas pegando o mesmo ônibus com os mesmos motorista e trocado, todo santo dia, sempre no mesmo horário. Quando o motorista ou ou trocador são boa gente, no dia do seu aniversário pode rolar festinha bancada com uma vaquinha entre os passageiros.

E a coisa é tão legal que mesmo não sendo da galera, vc recebe bolo e guaraná (geralmente a bebida é uma tubaína mais barata). No meio da viagem, todos cantam parabéns, dão beijinhos e abraços no aniversariante.

E tudo isso, com o ônibus em movimento!
Breuzinho bônus

Terminado o martírio? Claro que não. Não havia um rascunho de luz nas proximidades. Todos os postes num raio de cem metros estavam apagados. Breu total, escuridão de filme de terror. Mas como ali é um lugar estratégico, onde passam 15 linhas de ônibus, das quais 10 me levam pra casa, logo passou um 756 (Barra da Tijuca - Senador Camará) que me carregou (em pé de novo, pq o Vicente tem mais é que sofrer mermo) e tcharan! Tava eu em Bangu. Foi uma volta pra casa relativamente rápida, me custou pouco mais de uma hora.

O pior é que, voltando de ônibus depois das aulas, era quase sempre assim. A saudade da época de estudante existe, mas não é tão grande se pensar que esses perrengues eram diários e que chegavam a me custar até duas horas...
Até que foi rápido

Ontem, no 391, consegui já no primeiro ponto. Tb estou um pouco mais forte do que no período do segundo grau. Mas pra quê entrar? Não tinha pra onde ir. Não existia sequer espaço pra pôr os dois pés no chão! Pior, com um braço eu segurava minha inseparável mochila e com a outra, pendurava-me naquele ferro encima.

A impressão que tive era que o ônibus é um 'cipódromo' onde os passageiros vão se pendurando (em cipós, como na selva) até a porta de saída. Surreal. Detalhe, isso já era lá por umas 23h. Pior, o celular tocou e, literalmente, eu não tinha um braço a mais pra atender.

Após meia hora de um esforço animal pra me manter de pé. Pq o motorista, sangue baum toda a vida, fez o favor de ir varado pela 24 de maio varadaço, fazendo um ônibus com pelo menos 100, 120 pessoas quicar como se fosse um fusquinha.

Bom, inexplicavelmente, umas 60 pessoas desceram em Marechal e pude até andar pelo interior do ônibus. Pouco mais a frente, consegui sentar. Pena que já era a hora de saltar, tava em Realengo e se não descesse ali ia parar nos confins de Padre Miguel, onde nem eu sei andar.
Ônibus lotado

Na qualidade de indivíduo social, tirei ontem a noite para fazer, claro, social. Fui até minha até a Faculdade de Comunicação Social da Uerj, onde me formei e onde existem alguns amigos. Após o momento de troca de informações, aquela de perguntar o que aconteceu com quem a não via há algum tempo, dei informação sobre outros que não eram vistos e tal. No fim das contas, onde Vicente foi terminar? No bar. Que chato.

Pra voltar para casa, confesso ter sido tomando por uma mega preguiça para andar a estação de trem Mangueira e esperar o Santa Cruz (trem que sai da Central para seguir no Ramal Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade). Fiquei na porta da Universidade esperando algum ônibus que me levasse até Cascadura ou Madureria, para lá, pegar o outro que me levaria até Bangu.

Sentado no bar, vi trocentos 391 e 383 passando vazios. Foi só eu chegar no ponto que nenhum passava. Até que passou um 383 que, de tão lotado, não parou. Dois minutos depois, veio o 391, igualmente lotado. Ta bom que já 22h30 eu ia esperar por outro coletivo...

Relembrei momentos de estudante secundário quando me pendurava na porta dos ônibus, porque não tinha espaço para entrar e ia forçando passagem. Geralmente levava três pontos até conseguir entrar.

terça-feira, maio 20, 2003

Enquanto isso... no governo do estado...

Ninguém lembra da governadora Rosângela Assef Matheus de Oliveira. O coronel Bolinha (adorei a forma como Ancelsom Góis identifica o dublê de secretário de Segurança) tá chamando a atenção pra si e fazendo a opinião pública esquecer um pouco a má administração de sua esposa. Td bem que já disse que ia botar preso pra construir casa e costurar farda e policial, disse qeu um faxineiro com vassouras era um bandidado armado com um fuzil, soltou algumas frases de efeito e mais nada. Nada concreto em termos de segurança pública foi feito. Antes, ao menos eu via a polícia na rua, hoje não tenho visto um carrinho de polícia sequer fazendo ronda... E olha que só do trabalho para casa passo pela área de sete batalhões da Polícia Militar.
Eu odeio a Avenida Brasil

Na quinta-feira passada o trajeto entre Bangu e o escritório levou, apenas, 3 horas devido ao trânsito infernal. Com esse tempo eu poderia ir e voltar de São Paulo, ir pra Brasília ou até mesmo ir pra Recife (tudo de avião, claro, mas podia). Mas, não. Tava vindo trabalhar.

Na sexta-feira, como nenhuma condução passava, qual a solução? Plano B traçado, peguei um ônibus, depois um trem e depois um ônibus. Gastei menos do que gastaria, mas em compensação pegar três conduçoes é de matar. Ao menos foi melhor que o dia anterior, cheguei com apenas uma hora de atraso.

E, hoje, quando eu saí de casa mais cedo pensando que ia ser mais fácil... Ouço no rádio que um caminhão baú quebrou na Brasil, no viaduto de Parada de Lucas e o trânsito está parado.

Enquanto isso, o prefeito faz propaganda na televisão dizendo que sua admnistração é uma maravilha, quer fazer show dom Paul McCartney na Enseada de Botafogo... Só esquece de cuidar da Avenida Brasil, que ele mesmo fez questão de puxar pra si a responsabilidade e do transporte coletivo no subúrbio, a coisa mais deficiente da história.

É, dá vontade de sentar no meio-fio e chorar...
Por falar no time de burguês... e da série inutilidades...

Lembrei de um fato curioso. Em 1999, o Flu se igualou a um dos mais folclóricos clubes cariocas, o Olaria. Nesse ano o time da Laranjeiras venceu a Terceirona, feito só conseguido anteriormente pelo simpático time suburbano nos idos de 1984, se não me engano, na época era a Taça de Bronze. Uau, hein...

Dona Glória e o seu tricolor

A personagem D. Glória, por acaso minha progenitora, parece ter um estranho hobby de inventar pequenos problemas onde não existem. Desde o ano 2000 tento levá-la para assistir a um jogo do time de futebol para o qual torce, o tricolor da Laranjeiras. Após dois campeonatos nacionais, duas Copas do Brasil, três campeonatos estaduais e vários jogos no Maracanã, aos quais ela nunca e nunca podia ir por sempre ter um compromisso mais importante, veio o piti.

Aí, no domingo, faço o infeliz comentário. "Viu, o Fluminense ganhou do Figueirense em Edson Passos". Pra que fiz isso? Não é que a madame caiu de pau encima de mim, reclamando que eu não dava a mínima pros pedidos dela? Que culpa eu tenho que o mané do tricolor jogou no campo do América que, diga-se de passagem, é muito mais perto de Bangu do que o Maracanã, mesmo ficando fora da capital. Eu tb nunca ia imaginar que ela gostaria de ir até Mesquita pra ver um jogo contra o Figueirense, tá bom que foi 3 a 0 pro time dela, mas ainda não cheguei ao estádio de vidente.

Bem feito, eu devia era ter ficado de boca fechada. E vou pensar no caso se levo a progenitora num jogo desse time de burguês.
Comentários

Essa biboca virtual tem dois sistemas de comentários agora. Logo, é possível comentar em ambos, não apenas o Falou e Disse ou Enetation.

segunda-feira, maio 19, 2003

Até no Maracanã me barraram

Ontem, pra variar, fui bater ponto no Maracanã torcendo pelo Mais Querido, vibrando junto com a torcida e xingando Fernando Baiano e sua mãe. Confesso xinguei também o Athirson e sua respectiva progenitora tb.

O jogo me irritou, por isso nem vou falar dele. Time péla-saco que deixa de vencer em dois jogos seguidos. Se tivesse vencido ontem ou o Goiás no fim de semana anterior estaria em terceiro, mas por sua incompetência estão em sétimo.

Bom, o fato é que chegando bem encima da hora do jogo, lá fui comprar os ingressos. Já de posse da parada que me deixaria, digo, deixaria, passar pela roleta, corri. Quem disse que o ingresso deixou a catraca rodar?

Nisso, eu já ouvia a torcida gritando, dando conta que o time já tava em campo. Troquei de a mane da roleta e nada. Nada acontecia, a luz verde das catracas não acendia!

Vicente já beirava o desespero e o velhinho responsável pelo setor já tava de com pena e chamou o cabeção das roletas. O maluco olhou pra mim, puxou uma chavinha, pegou o meu ingresso (um cartão magnético), abriu a a parte de cima da roleta, tacou o ingresso lá dentro e, seco, falou: “passa”. Questionar pra quê? Passei varado e fui correndo pra arquibancada. O jogo? Bom, deixa pra lá.
Pornô na festa

Mas o momento catártico foi quando estávamos na pista do Janot (tinha mais duas), onde a pista ficava bem abaixo do telão. Todo mundo na boa, ao som da música quando rolou um filminho pornô básico com aquele meio mundo de gente dançando. Todos se divertindo e a película, em preto e branco, mostrando o pornozão das antigas. No início ninguém tava dando trela, acho que ninguém levou a sério o que podia ser, mas quando o marmanjo no telão pegou a mulher, pôs de quatro e arrancou a calcinha, deu pra ver os rostos surpresos olhando. E quando a conjunção carnal de concretizou? Absolutamente sensacional.E eu já pulava por achar que o impossível acontecia, logo que o Janot disse que faria a festa lá perguntei de molecagem se teria strip tease ou filminho.

O legal é o que o Cine Íris é um cine-teatro pornô durante a semana, mas que serve de lugar para festas mais descoladas nos fins de semana.

Pena foi que o próprio dono do estabelecimento mandou tirar o filme. Segundo o que foi falado, ele disse que não condizia com a festa. Que pena. Eu tava achando tudo o máximo.
Funkão!

E não é que o Janot tocou funk? Um versão de Fio Maravilha com batida do funkão carioca. Sensacional. Não posso negar ter sido feliz naquele momento. O melhor é que o nobre companheiro afirmou ter tocado um dos maiores clássicos proibidos desse tipo de música na noite anterior, o da Chatuba de Mesquita. Infelizmente perdi.

Acho que tem tudo a ver que role alguma coisa desse tipo de música, por mais que os críticos taquem pedra, o funk é extremamente dançante e com a cara do Rio. Com a cara do subúrbio, é certo, mas com a cara do Rio. E duvido que alguém deixe de dançar ao som do batidão.
Foi bom pra cacete mermo

Fiquei positivamente surpreso, esperava que desse certo, mas me pareceu ter dado mais certo ainda. Acho que todo o tipo de gente que foi lá curtiu, até aqueles que não gostam de música brasileira para dançar (como Elis e as iguais - essas que não apareceram embura sua irmã Nira estivesse presente) tb curtiu, pq rolou música eletrônica no terraço, como sempre. Bom, quem não foi perdeu. Espero que tenha próximas vezes, assim como todos com quem conversei após a festa.
Barrado? Eu?

Só que para entrar não foi fácil. Mesmo tendo, ou devendo ter, o nome da lista, a menina bocuda da portaria me barrou. Janot havia me dito que, por ter acertado um quiz na semana anterior no seu blog, eu seria uma dos cinco a poder entrar de graça. Só que ele esqueceu de avisar a bocuda que não queria de jeito algum o Vicente lá dentro. Fui prontamente socorrido por Tuninha, que já tinha entrado, e foi falar com supracitado jornalista, DJ e figuraça.

Janot falou com Léo Feijó, outro jornalista e boa gente que tb é da família Casa da Matriz, foi pessoalmente na porta me liberar. E o fez. Só que foi só o Vicente pôr os pés lá dentro que mais uma vez veio a bocuda pegar no pé. “Quem te liberou?”, perguntou. Eu só apontei pro Léo e pronto. Tcharan! Tava eu lá.
E não é o Brazookão foi show de bola?

Tava todo mundo lá. Já na entrada, em companhia de Tuninha, encontrei Mariana e sua coleção de amigas homônimas. Pondo os pés já dentro do Cine Íris encontrei ainda mais gente, César e sua respectiva Maria Cristina, que nem brigou comigo dessa vez, Ana Paula PL com Lourão, sua fiel escudeira. Tia Ana tb tava lá e, claro, Robertuda, mulher safada porém amada. Até o retratista, camarada marrento e firuleiro, deu caras. Ah, claro, o Janot tb tava lá, afinal de contas era festa dele, né.

sábado, maio 17, 2003

Cláááááássico absoluto funk!

Vinha eu e Irmão-Léo caminhando quando ouvimos algo meio familiar vindo de um carro parado na frente de um bar. Mala aberta, volume bem alto tocando esse clássico:

"Uh, alô, peão
Alô, alô, boavistão
Vem pro baile, meu amigo
Dizendo violência não.

Uh, alô, peão
Alô, alô, boavistão
Vem pro baile, meu amigo
Com amor no coração".

Há uns 15 anos esse o funk que mais infenizava os ouvidos locais. Agora, virou peça de museu.

sexta-feira, maio 16, 2003

Por outro lado...

Voltando do almoço, meio que acidentalmente, me vi dentro de uma livraria. Dessa vez, não consegui segurar a onda e trouxe comigo "Geografia dos Mitos Brasileiros", do Camara Cascudo, obra que eu já namorava há algum tempo... É o que dá gostar de cultura popular...
Contas que me fazem desanimar de ir a Bienal do Livro

É longe à vera, logo gastarei uma fortuna de combustível
O estacionamento do Rio Centro (que é longe à vera, como já disse) custa R$7,00
A entrada na Bienal custa R$8,00
Qq gibi que eu compre vai fazer, só de saída, essa ida até o evento me sair por cerca de R$50.

Isso quase que tira minha vontade de dar as caras por lá...
É tudo verdade

Em um dado dia Pinduca sai do seu apartamento, em determinada quadra, em Brasília, e escuta alguém dizer que um músico da mesma quadra e com nome de peixe foi convocado por Zé Maria. Pinduca pensou na mesma hora: “Bacalhau morreu!”.

Pinduca, jornalista e músico, ficou chocado imediatamente. Como podia um cara saudável e jovem como Bacalhau ter morrido repentinamente?

A banda do Pinduca faria um show na mesma noite da tal morte do Bacalhau, em Goiás e ele, por motivos emocionais, não participou, mas seus companheiros que mesmo assim tocaram, dedicaram uma música ao companheiro falecido.

Saber o lugar é fácil, visto que o Plano Piloto só tem um cemitério, que fica na parte sul. Chegando lá, viu um enterro de um músico jovem e ficou por lá mesmo. Na manhã seguinte, Pinduca foi ao cemitério, mas constrangido não se aproximou do caixão, acompanhando o funeral com alguma distância. Lá, começou a ver várias pessoas diferentes dos conhecidos em geral e chegou a pensar “Pô, o Bacalhau era um cara realmente eclético”.

Voltando do enterro, ainda triste pela perda, encontrou alguns camaradas que tinha em comum com Bacalhau e lhes deu esporro. Como eles podiam ter deixado de lado o enterro de um cara tão legal?

Mas a galera não acreditou no acontecido. Duvidaram do pobre Pinduca, não levaram a sério a história e resolveram ligar pra casa do Bacalhau pra descobrir o que tinha ocorrido.

Quando ligam... quem atende? O próprio Bacalhau.

Na realidade, Pinduca ouviu o galo cantar e não soube onde. Foi ao enterro e não checou quem era. O tal músico falecido era o Tubarão e não o Bacalhau.

Histórias de Brasília. Tudo verdade, com testemunhas e tudo. O próprio Pinduca pode confirmar a história que me foi contada pelo legendário Fábio Lino. Claro que só um cara que tem o estranho hobby de se vestir de galinha e aspirar gás hélio pra alterar a voz poderia relatar um causo, digamos, tão peculiar.
O Falou e Disse voltou mais ou menos. Tá, mas não tá.
Eu acho estranho como algumas seitas cultuam o mal ao mesmo tempo que 'acusam' outros credos de disseminá-lo. É o que deve rolar nesse caso dessa "Sessão de quebra de maldição". Já cansei de ouvir desses caras, até dentro da minha família, que o mal está nas religiões de origem africana, mas é só olhar com cuidado pra ver o caô.

O tão amendrotador diabo - que esses caras insistem em dizer que é o causador de todos os males, que está em todo lugar - nem existe no credos trazidos da África. O diabo não existe lá. O que rola é que se o cara negligencia sua entidade respectiva, a mesma pode se voltar para lhe fazer mal ou deixar de lhe ajudar ou mesmo, se o crente dá a atenção devida a sua entidade, pode rolar uma ajuda em algo que seja prejudicial para um terceiro. Mas diabo, coisa-ruim, cramulhão ou qualquer que seja a denominação de entidade maléfica não existe pros credos vindos de lá. Logo, esses funringudos têm mais é que rezar pra Deus e parar de inventar moda.
Maldição?

Ontem a noite, enquanto eu caminhava pela Cinelândia passe pela frente do antigo ex-Cine Pathé, a sala de cinema mais antiga da cidade. É um prédio antiqüíssimo que hoje dá lugar a uma Igreja Universal. O que confesso achar uma pena por ser um pouco do patrimônio cultural carioca (e até nacional) que se perde.

Bom, na caminhava que eu relatava, olhei pro templo e vi uma faixa onde li "Sessão de quebra da maldição". Quebra da maldição? É isso mermo? Qq dia eu vou surtar e ver qual é a de uma sessão dessas.

quinta-feira, maio 15, 2003

Puts, hoje eu arregacei com as figuras.
Antônia, a respectiva desse blogueiro safado e suburbano, postou que DJ Dolores tb tem blog. Claro que copiei o endereço. Vou visitar mais vezes com toda certeza.

E é claro que eu vou falar de futebol

Quer dizer, só vou postar a imagem que peguei da capa do Ataque.
Rio, capital da solidariedade


Deu no Fantástico domingo passado e o Nandão já tinha posto no seu blog e desde então venho querendo postar sobre isso. Podem tacar pedra e falar o quando quiserem, mas é só colocar os pés no Rio e poder conviver com o povo local que o visitante fica amarradão. É saco, não tem erro.

Essa é matéria do Fantástico:

Rio, capital da solidariedade

11/05/2003

Assustado com as investidas dos traficantes, o Rio de Janeiro recebeu pelo menos uma boa notícia esta semana. Uma pesquisa internacional sobre a taxa de solidariedade dá ao Rio o título de campeão.

As pessoas ajudam os desconhecidos nas ruas? Esta foi uma das questões levantadas em 23 cidades do mundo. O psicólogo social Robert Levine, da Universidade da Califórnia, publicou os resultados em livro. O Fantástico foi fazer a prova da solidariedade nas ruas do Rio. Será que a cidade é mesmo cordial e solidária?

Primeiro teste - vamos ver o que acontece com um homem com a perna machucada. O homem - na verdade, um ator - foi auxiliado todas às vezes que deixou cair as revistas.

Qual será a reação das pessoas quando um adolescente perde a caneta? Indiferença? Não, nem todos são indiferentes.

Agora um ator se finge de cego. Quem vai ajudá-lo? O cego recebeu ajuda de quatro jovens ao mesmo tempo.

Apesar da violência, os moradores concordam com a pesquisa. Nem todos...

Abaixo você encontra o ranking da solidariedade completo, com as 23 cidades pesquisadas.

2º - São José, Costa Rica
3º - Lilongwe, Malawi
4º - Calcutá, Índia
5º - Viena, Áustria
6º - Madri, Espanha
7º - Copenhage, Dinamarca
8º - Xangai, China
9º - Cidade do México, México
10º - São Salvador, El Salvador
11º - Praga, República Tcheca
12º - Estocolmo, Suécia
13º - Budapeste, Hungria
14º - Bucareste, Romênia
15º - Tel Aviv, Israel
16º - Roma, Itália
17º - Bangkok, Tailândia
18º - Taipei, Taiwan
19º - Sofia, Bulgária
20º - Amsterdã, Holanda
21º - Singapura, Singapura
22º - Nova York, Estados Unidos
23º - Kuala Lumpur, Malásia
Tem mais!

Mas o melhor é o que cara que faz a busca no Google por www.pleiboi. Esse veio ao PPS duas vezes com essa procura. Haha.
O que é isso?

O que leva uma pessoa a chegar ao meu blog fazendo uma busca no Google com a seguinte frase?
"vi um piru pela primeira vez"

Tem cada louco solto por aí.
Um dos maiores patrimônios da cultura popular carioca!
"Ô Grobo! Sal e doce!"

Duvido que alguém apresente algo superiror em sabor e qualidade.

O biscoito é tão sinistro que hoje tem gente que faz até um genério dele, o Extra.
O cara que nao gosta de Biscoito Globo, com certeza, não merece pôr os pés na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.


E tem até valor nutricional. O biscoito, definitivamente, é o que há.

quarta-feira, maio 14, 2003

Camaradinha shock de monstro é o seguinte

Há pouco tempo os tais camaradinhas, indivíduos da malandragem (boa ou má), se chamavam assim. É uma gíria reclusa à galera funk, mas que, confesso, sempre gostei por ser curioso. O tal shock (e não choque como Aurélio e Houaiss apontam como o certo e eu concordo) de monstro é uma denominação amistosa. Seria algo positivo, portanto ser um camaradinha shock de monstro é bonzão.
Novo sistema de comentários

Tuninha salva a vida desse PPS safado. Colocou um novo sistema de comentários. Tá cagado por enquanto, mas mesmo cagado é meu e é honesto.

Valeu aê.
Coisas inúteis que fazem feliz

Após dar uma passada no banco, fui ver mais uma vez namorar uma camisa do América de Cáli que eu queria há um mês. Pois é, queria. Mandei ver e comprei a beldade. Vermelhona com um diabão com um tridente e uma bola no pé do lado esquerdo do peito. Sensacional e sinistra. Agora é minha! haha.
Servição

Trabalhar em jornal popular dá nisso, tu fica acostumado a dar serviço no que escreve. Como não custa nada, ó o servição aqui, ó:

SUPER BRAZOOKA - CINE IRIS - 17/5 - A IMPERDÍVEL SUPER-EDIÇÃO DA MELHOR FESTA DO RIO

Overdose de Brazooka no próximo fim de semana. A festa mais concorrida da Casa da Matriz, lotada todas as sextas, independentemente de vibezones, tempestades, e tudo mais que estiver rolando na cidade, vai ganhar neste sábado uma mega edição especial no Cine Íris. Será a SUPER BRAZOOKA, com shows do Stereo Maracanã, Colorama, três pistas de dança e projeção de filmes:
- Na pista do cinema, DJ JANOT com muita MPB, sambalanço, 80's e hip hop nacional, além de uma hora seguida de Chico Buarque no final da noite. Filmes nacionais como "Limite" e "Baile Perfumado" incrementam o visual da pista.
- Na pista do meio, shows do COLORAMA (projeto paralelo de bossa nova eletrônica da turma do BossaCucaNova) e do STEREO MARACANÃ (a melhor banda carioca da nova geração). Antes e depois dos shows, o DJ ZE OCTAVIO com o som dos inferninhos, pérolas dançantes das décadas de 60 e 70.
- No terraço, uma pista ao ar livre com o DJ LUCIO K tocando música eletrônica brasileira. Imperdível.

Já na Casa da Matriz...
Sexta-feira rola um aperitivo pra Super Brazooka, com o DJ JANOT na pista 1 tocando seu som habitual, e, no final da noite, uma divertida hora seguida de sons BREGAS-TRASH-INFANTIS, com a participação especial de um expert no assunto, o DJ WELLA. Na pista 2, DJ LUCIO K com lounge dos anos 60 e 70. QUEM FOR À FESTA PODERÁ COMPRAR INGRESSO PARA A SUPER BRAZOOKA POR R$ 12!

BRAZOOKA - CASA DA MATRIZ - Sexta, dia 16/5. Às 23h. Rua Henrique de Novais
107 Botafogo - atrás de Furnas, entre S.J.Batista e Real Grandeza (2266-1014). Ingresso a R$ 22 (com direito a R$ 10 de consumo livre no bar).
Imprima este e-mail e pague ingresso de R$ 17 (mulher) e R$ 20 (homem).

SUPER BRAZOOKA - CINE ÍRIS - Sábado, dia 17/5. Às 22h30. Rua da Carioca, 51, Centro (2266-1014). Estacionamento fácil e seguro virando na primeira rua à esquerda. Ingresso a R$ 20 (na hora), R$ 14 (antecipado nos postos de venda *), R$ 12 (para quem comprar na sexta-feira na Matriz) e R$ 10 (para os 50 primeiros e após as 4h)
Chato por chato eu sou mais eu

Marcelo Janot - jornalista, crítico de cinema, DJ e figuraça - mandar a Brazooka durante as sextas na Casa da Matriz. Confesso que a Brazooka é minha festa favorita, mas desde que voltei ao Rio, há uns dois meses ainda não dei as caras por lá. Bom, eu só tenho ido ao Maracanã mesmo.

No próximo sábado o referido jornalista, crítico de cinema, DJ e figuraça vai manda uma Brazooka ampliada no Cine Íris, palco de outra festa que muito gosto, a Loud!. Na qualidade de abelhudo pedi ao Janot pra me pôr na fita, o que o supracitado vetou. Tb pudera, sei que os custos do Cine Íris não são propriamente o que pode ser chamado de barato.

Fui ao blog do companheiro e lá estava um quiz básico e rápido. Respondi de pilha e não é que ganhei o último convite pro Brazookão. Hehe. É por isso que digo, chato por chato eu sou mais eu.

Olha o post do Janot aí:

XEPA - PRA ACABAR

Aqui vai o último convite individual pra Super Brazooka de sábado. Agora só comprando antecipado nas lojas, na Matriz ou na hora da festa. Obrigado a todos que participaram e parabéns aos vencedores, que mostraram ser frequentadores da festa e profundos conhecedores do repertório da Brazooka.

Qual dessas músicas do Jorge Ben eu costumo tocar na voz de outra pessoa?
a) O telefone tocou novamente
b) Caramba!...Galileu da Galiléia
c) Menina Mulher da Pele Preta
d) Taj Mahal
e) Chove chuva

O primeiro a acertar leva. Só vale um palpite por pessoa. Boa sorte!
posted by Marcelo Janot 14:03


Onde Vicente entra e responde: "É Caramba, mané!"

E o post seguinte é:

OS VENCEDORES E VENDA ANTECIPADA

Felipe, Sukyta, Tatiana, Flávio e Vicente foram os vencedores dos cinco convites pra Super Brazooka. Parabéns! Aproveito para informar que os ingressos antecipados em algumas lojas estão quase esgotados. É bom correr e garantir o seu.
posted by Marcelo Janot 14:38


E não é que deu certo, ganhei o convitão e vou economizar, digo reverter para outros fins cervejísticos, vinterreal (R$20). Sensacional.
E os comentários, hein? Subiram no telhado mais uma vez... E agora? O que fazer? Fábio, ajuda aí!

terça-feira, maio 13, 2003

Me empolguei e ainda fui panfletário.
Negro brasileiro

E por conta disso também questiono o tal referencial afro-brasileiro. Questiono pelo seguinte, a cultura negra brasileira (após quase 500 anos) se adaptou a terra, ganhou cara própria. Nesse caso também vale a historia do ‘aqui se plantando, tudo dá’. Quero ver quantos dos ativistas do movimento negro tem na linhagem um antepassado africano próximo. Na minha humilde concepção, somos negros brasileiros. Essa coisa de afro-brasileiro é caô.

Segundo o povo do movimento negro (e é bom que fique claro que não tenho nada contra, somente contra a classificação adotada), um indivíduo afro-brasileiro vem da sua própria consciência e aceitação da sua condição negra. Hmmm...

Pior, soa sectário aos meus ouvidos, como se não tivéssemos a ver intimamente com a cultura desse país. Logo a cultura negra que ajudou e ajuda a caracterizar esse povo em todos os sentidos possíveis.
Referências

Ontem, conversando com Seu Carlos fizemos umas contas para tentar descobrir onde estava o nosso parente mais próximo que foi possivelmente escravo. As contas apontaram que foi a minha sexta geração antepassada. Logo, não temos registros de nenhum parente que tenha vivido nessa terrível situação. Mas concluímos que deve ter sido um habitante da cidade de Campos, no norte do estado.

Nas contas, contabilizei 16 avôs e 16 avós que viveram essa época, donde concluo que há a possibilidade real de algum deles ter sido escravo. Não é possível que com essa cor de pele nao tivesse um nego-preto na família nessa época. Mesmo assim, diante dessa confusão que é a colonização desse país, tenho receio de encontrar algum asiático na história. Segundo Seu Carlos, existe um japa em algum lugar do nosso passado, possivelmente nesse bolo doido aí.

Engraçado que me considero e vejo como negro, embora o referencial mais próximo de indivíduos não brasileiros esteja pelo menos dois bisavôs lusitanos, ou seja, branquelos. Um, inclusive, morador de Laranjeiras que veio a se tornar suburbano, habitando o Engenho Novo, onde a mãe de Seu Carlos (branca, bem branca, foi criada).

E a consciência de indivíduo preto, onde está? Está na referência cultural, na forma de se ver diante da sociedade, na melanina na pele, no cabelo.... Por conta disso, digo e repito, sim, sou negro e quero ver quem prova o contrário.
Há 115 anos...

A princesa, que pra mim devia ter um amante negão, assinou a tal da Lei Áurea liberando os ainda escravos. Na realidade, a Princesa só pôs um fim oficial nesse sistema econômico que por 300 e tantos anos vigorou nesse país.

Sinceramente queria saber quantos escravos foram libertados por essa tão propalada lei, visto que já existia a Lei do Ventre Livre de anos antes, já existiam fazendeiros botando seus escravos na rua por causa do seu alto custo. Além do que existia aquele papo de aumentar o mercado consumidor e dar aos negros a possibilidade de trabalhar e ter sua renda. Ahã.

Não vejo grandes graças em celebrar uma lei que me parece mais um grande caô histórico que nos é vendido quando estudante. Mas na realidade, foi quando muitos negros foram jogados na rua, pra se virar, sem eira nem beira e muitos foram apresentados a miséria. A tal lei assinada pela princesa, ao meu ver, não é nada além de ilusão. Pura balela.

segunda-feira, maio 12, 2003

Em busca de um chaveiro

Bangu é um lugar que impressiona sempre. Na qualidade de impossibilitado de entrar na minha própria casa, fui procurar um chaveiro. Existe um muito próximo, fui até a frente do lugar, liguei pro cara que só poderia me ajudar em cerca de uma hora. Achei muito tarde e resolvi andar pelo bairro em busca de algum outro cara especializado na parada.

Como o bairro é grande de assustar, fui pelo caminho mais óbvio, a rua que leva até o Centro do comércio local. O percurso todo de ida e volta deu uns 30 minutos. Fui andando olhando todas as placas de madeira ou luminosas ou quaisquer coisas que dessem pinta de haver um chaveiro por ali.

Vi placas de farmácias, locadoras, padarias, açougues, igrejas, cursos disso e daquilo, dentistas, médicos de tudo quanto é especialidade, acupuntura chinesa, mequidonaldis, pizzarias, um homem bem vestido puxando um cavalo numa mão e uma criança na outra, ônibus, muitos ônibus, supermercados, bancos, lojas de todos os tipos, bares, o Bangu Atlético Clube, a piscina do Bangu Atlético Clube (que agora tem piscina aquecida e aulas com Djan Madruga, segundo a placa na frente), lojas de peças pra automóveis, um shopping e... o mesmo chaveiro outra vez. Tive que apelar pra ele.

Bom, ainda percebi que Bangu cresceu bastante, só confirmou que meu bairro é realmente uma cidade do interior, atrelada a outra cidade a alguns quilômetros de distância.

E o chaveiro abriu a porta pra mim em dois minutos, nada além disso. Quando se tem manés no mundo é fácil ganhar dinheiro.
Ser mané é

Sair de casa para assistir o jogo do Flamengo com sua calça de tactel que não tem bolsos. Deixar as chaves na escada, avisar sua mãe que está em chaves, sua mãe não escuta. Voltar para casa já tendo combinado de sair rápido e se deparar com as portas trancadas, procurar em todos os lugares, subir como um macaco o terraço, perceber que lá encima ta trancado tb, ligar pros seus pais e seu irmão e ser comunicado que todos estão em Seropédica – a cerca de 50 quilômetros da sua casa.
Por falar no meu camarada candango...

Tava eu no icq na noite de sábado quando entra ele, o próprio Fábio Lino, me falando que Tom Hanks tava na novela da oito. E não é que o cara na televisão era parecido? Era aquele barbudinho que tava agarrando a Helena Ranaldi. O candango deve saber os nomes dos personagens, eu não sei.
Sábado enfiado na lama

Após a brilhante atuação e minha amiga Patrícia, Vicente arrumou dois convitões pra ir ao Coca-cola Vibe Zone. Cara, quanta lama! Quanta molecada! TODOS os adolescentes do mundo que vivem Fiquei boquiaberto.

Não havia onde pisar sem sair elameado. Fora isso, a sensação de intervalo do colégio era freqüente. Uma placa na entrada avisava: proibida entrada de menores de 18 anos. Só esqueceram de avisar a maioria absurda de menores de 18 anos.

E o show do Charlie Brown? Sim, eu gosto da banda mermo e tô cagando pra quem não gosta. Como eles são adoradas pela massa adolescente, que sabe TODAS as letras dos caras. Chorão manda e desmanda na molecada, tem um carisma fora do comum com esse público.

O cara parou várias vezes o show pra dar esporro na molecada que insistia em se engalfinhar sobre o lamaçal. E não é que a molecada parava.

E a cena que mais me impressionou foi, pra variar, um embate físico entre adolescentes. Na fila pra comprar comida, tava lá um fortinho todo marrento gritando pra um gordinho. Gritou, ameaçou, parecia que o moleque era uma fera. Fez aquele showzinho do “me segura que vou pegar aquele moleque”. Numa dada hora o tal fortinho vazou e foi brigar com o gordinho. Foi uma das maiores seqüências de diretos que vi um moleque tomar. O gordinho bateu fácil, só dava ele. Confesso, eu já vibrava com a cena, mas aí os amigos do fortinho apareceram e tiraram ele do bolo.

Alguém viu um segurança nessa hora? Alguém? Alguém? Eu só vi depois que a confusão tinha lambido solta. Ao menos fiquei feliz em ver o fortinho apanhar. Dá-lhe gordinho.
Jogo por um real

Tá na cara que assisti ao jogo do Flamengo no sábado. Como a partida foi no Serra Dourada, em Goiás, não rolava de assistir 'in loco'. Minduím, parceiro e sangue bom rubro-negro, passou lá em casa e fomos viabilizar um lugar pra assistir. A pedida foi o Bar do Jorjão, no Rio da Prata.

Lá, uma prática normal por esses cantos do Rio toma lugar e é bem interessante. O dono do bar (uma tradicional birosca montada no quintal de casa) faz a assinatura da Sportv e compra a transmissão do jogo. Malandro que é, cobra um real de cada um que vai lá assistir e torcer. Pra quem tá acostumado a desembolsar 'dérreal' ou até 'quinzerreal' pra assistir a uma partida de futebol, um real não é nada.

Pena que o Mais Querido deu mole e não venceu. Pior era eu estar pensando que estivesse morando em Brasília ainda, com toda a certeza do mundo, estaria lá, vestido de vermelho e preto gritando que o Fernando Baiano é um bonde.
Dia das mães no subúrbio

Foi de impressionar a quantidade daqueles carros estranhíssimos e coloridos com pinturas e frases e flores andando pelos arredores. Inúmeros dos famigerados carros que levam mensagens ao vivo e, ao meu ver, proporcionam os maiores micos da atualidade. Tive a oportunidade de ver vários deles parados, com pessoas portando flores em um das mãos e um microfone na outra e uma música melosa em altíssimo volume fazendo fundo. Parecia existir um script pra isso. Micos assim por várias e várias calçadas. O público, claro, era formado pela respectiva mãe, seus familiares e alguns vizinhos abelhudos que sempre estão presentes nessa horas.

Eu me impressiono com isso as vezes, mas confesso que gosto de assistir. Mesmo sendo algo horroroso aos meus olhos, é encarado como agradável, emocionante e representativo pra boa parte das pessoas que 'encomendam' o serviço. É uma estética diferente da que eu me acostumei, mas existe e bem pertinho de mim. Salve o subúrbio e sua emotividade sem preconceito.

sexta-feira, maio 09, 2003

Sinistro

O senhor passou dessa pra melhor bem aqui na frente do prédio na hora do almoço e morreu ainda no volante do carro. Já passou das 17h e o presunto continua lá deitado na calçada. É a exposição mais macabra que já vi na vida. E logo no Centrão da cidade, esquina da Rio Branco com Presidente Vargas!
Castigo

Ser o único homem nos arredores é sinistro. Ter que ficar escutando a mulherada falando do tamando de piru de terceiros é demais pra minha cabeça!!! Que fulano de tal é bonito, os traços dele, que homem é bom de cama quando faz isso e aquilo e manda mal quando não faz! Alguém me tire daqui! Tenho que terminar logo o que tenho que fazer hoje pra vazar o quanto antes!

A mulherada fica discutindo se negão é mesmo bem dotado em relação aos mais brancos. Olha que papo esdrúluxo pra ficarem falando do meu lado!
Pra que serve um Fábio Lino?
Por falar no tal Zé...

Uma vez quando Vicente era adolescente e circulava desbundadamente pelos subúrbios da santa cidade do Rio de Janeiro aconteceu o seguinte:

Lá estava eu, sob aqueles antigos pontos de ônibus da época do Brizola, com a cobertura de concreto feito um arco, algo meio Niemeyer até. Já era madrugada e não sei de onde voltava, mas o destino era a casa, a mesma em Bangu.

Nessa, um opala preto (sempre ele, é verdade) parou nas proximidades. Como não devo e nem devia nada naquela época, caguei e andei pro carro.

A janela de trás do veículo baixou devagar, o que me deixou com algum receio, é verdade. Mas aí veio a coisa me deixou absolutamente bolado. Uma voz de lá de dentro mandou seca: "Não é esse moleque não!".

Juro que gelei. Mas meu anjo da guarda e minha padroeira seguram a onda, correram pra avisar Zé Maria que era eu, o Vicente, e não o sujeito jurado.

O opala? Saiu do lugar como se nada tivesse acontecido. E eu que dependia do ônibus que passava ali mesmo fiquei, no sapatinho, torcendo pro furingudo do ônibus passar logo. E passou.

Definitivamente eu não tenho porquê reclamar da sorte.
Zé Maria na área...

Acabo de voltar do almoço e vejo uma muvuca na pista da Presidente Vargas, esquina com Rio Branco, já quase na pracinha que fica atrás da Igreja da Candelárias. Duas ambulâncias no local, uma vermelha do Corpo de Bombeiros e outra amarela, da Defesa Civil. Óbvio que alguma coisa tinha acontecido. Após apuração prévia, a confirmação que Zé Maria passou e reforçou minha teoria.

Segundo quem tava na área um senhor teve um infarto enquanto dirigia seu carro e passava no local. O senhor perdeu o controle do carro e atropelou cerca de seis pessoas. Disseram tem o senhor morreu. Sinistra a história... Zé Maria não dá mole mermo.

quinta-feira, maio 08, 2003

Posts de Catirina no seu blog

No fim das contas, quando levava Catirina para o hotel, ela fez um comentário que me deixou muito feliz. Disse que ficou surpresa em ver a cidade e as pessoas. Não viu um estado de sítio como esperava, mas os cariocas procurando levar suas vidas da melhor forma possível. Será sempre bem recebida nessa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Há pouco ela fez esses dois posts e eu resolvi copiar e colar no meu:

Quinta-feira, Maio 08, 2003

Viagem (à trabalho) pro Rio
36h no Rio de Janeiro me renderam: mordomia no Rio Othon Palace (pago pela empresa, claro), chopinho no Arpoador, ser turista no Cristo Redentor, trabalhar um pouquinho, ir no Maracanã de terninho e salto alto com Vicente e Tuninha, comer biscoito Globo doce e salgado (só faltou o Guaraplus) e constatar que, graças à Deus, o Rio de Janeiro continua lindo. Unico espisódio triste: ficar vendo pelo placar do Maracanã a goleda da "coisa" no Atlético-MG. Óóóódiiiiiiooooo! :

Catirina às 4:22 PM

Vicente é um amor
Muito querido mesmo. Assim q eu disse q ia pro Rio, me prometeu o Maracanã. Foi me buscar no trabalho e me levou pro jogo do Flamengo. Tuninha foi tb. Foi muito divertido e matamos as saudades. E não é a primeira vez que eles fazem isso: na posse de Lula eles atravessaram o DF pra me ver na casa de uns parentes. Amei o Maracanã e apesar de odiar rubro-negros, gostei da vitória do Flamengo.

Catirina às 4:20 PM


Ah! E ela foi apresentada uma iguaria carioca: o tradicional e sensacional Biscoito Globo!
Onde está a Polícia?

Hoje, já no início da madrugada, voltando para a aprazível estância em Bangu, saí do bairro de Copacabana, passei por Laranjeiras e rumei para casa. Até aí morreu neves, né. E daí? Nessa brincadeira passei por três blitz, blitzes, blitzen ou sejá lá o que for. Uma no Cosme Velho, outra na frente do Palácio Guanabara - onde as crianças que brincam de administrar meu estado ficam - e outra já no Centro, na Avenida Beira-mar.

Depois disso, sabe quantos carros da polícia eu vi em TODA a Avenida Brasil até Bangu, onde percorro uns 30 quilômetros dentro da cidade? Quatro. Todos paradinhos e apagados e encostados em cantinhos. Pareciam que os policias dormiam. Sabe quantos nos arredores do Complexo da Maré (a área mais problemática no momento?) NENHUM!

Diante disso pergunto: Será que eu não mereço ter policiamento tb? Só quem mora na Zona Sul tem direito? Só eles são cidadãos? Será que o morador da Zona Norte e da Zona Oeste não tem qq importância diante dos olhos desses caras? Que política de Segurança Pública é essa? É certo que o coronel Bolinha quer ganhar empatia na Zona Sul, mas isso quer dizer que vai deixar o resto de lado? Estou com uma mega raiva do supracitado secretário por conta disso.
E o jogo?

Jean, o furingudo do Fernando Baiano, Fernando e Zé Carlos comemorando a virada. Ainda bem.

Foi bom, melhor ainda porque a gente ganhou e Catirina não ficou com fama de pé frio. Quando fui com ela a um jogo no Arruda, o Santa Cruz tb ganhou. :-)

Levei um susto com o golaço dos baianos no início do jogo, mas acreditava que dava pra virar. E viramos. O péla-saco furingudo do Fernando Baino, enfim, fez um gol e eu tava lá pra ver. Tenho dúvidas se acreditaria se alguém me contasse. Bom, e até Fernando, que é zagueiro, fez gol. Ufa, já depois dos 40 minutos do segundo tempo...

Gosto do Fernando, acho que é um bom zagueiro e que não faz feio time. Jogou bem ontem e fez até o gol da vitória.


Fernando, o número 4, fazendo a minha alegria e de milhões de pessoas pelo país. O gol da virada de ontem.

PS: As fotos são do Domingos Peixoto, do O Globo.
Na porta do hotel

Após o jogo lá fui eu, como manda o manual do camarada boa praça, levar a referida queridinha no hotel onde estava hospedada. Ali em Copacabana. Mole pra gente.

Bem na careta do hotelzão, na beira da praia, ali na Avenida Atlântica, parou Ervilhão. Dele, desci eu com uma camisa de manga comprida verde, a camisa do Flamengo e minha indefectível touca de mais de metro com pompom na ponta pra abrir a mala e descarregar as paradas.

Senti uns olhares curiosos na minha direção. Pô, será que esse povo nunca viu um torcedor de verdade? Ih, os caras aí.
Barbeiragem

Só vim de carro ontem pra poder fazer uma social com tão ilustre visita vinda deRecife. Após o trabalho, já no iniciozinho da noite, fui recolher Catirina, sua amiga tb pernambucana e seus bagulhos no lugar onde ela veio fazer um evento. Quando a localizei, já havia passado do lugar onde deveria entrar e não é que a mulher me fez parar o trânsito pra estacionar Ervilhão. Dei uma ré sinistra parando os carros que vinham na Rua Santa Luzia bem na hora do rush. Será que alguém xingou D. Glória?

Foi engraçado ver Catirina com seu terninho e do alto dos seus saltos recolhendo os cones que estavam na rua, abrindo espaço pra eu parar. Enquanto isso eu apontava pra um guarda que tava na calçada e gritava pra ela: "Ele vai me multar!". Bom, o guarda me viu, Catirina cagou quilos pra ele, o guarda cagou quilos pra mim e enfiei o carro no local. Enchi a mala com seus bagulhos e vlau. Rumo ao Maracanã.

Promessa cumprida

Ontem levei Catirina ao Maracanã pra assistir o Flamengo jogar pela Copa do Brasil. U parco 2 a 1 de virada, resultado baixinho, baixinho, mas foi uma vitória que vai nos levar para Salvador com alguma vantagem.

Na realidade não sei se Catirina realmente gostou da experiência, visto que as cores do estádio eram do seu rival pernambucano, o Sport. Bom, problema o deles que nos imitam.

A querida pernambucana (dona do meu endereço oficial na capital de Pernambuco, mas isso é outra história) ficou surpresa com o tamanho do estádio. Realmente, pra gente que está acostumado a vê-lo não é tanta coisa assim, visto que faz parte da paisagem, mas para quem vem de fora deve ser realmente deslumbrante.

Ela pôde ver a paixão da torcida flamenguista e como não pára em istante algum do jogo. Sempre cantando, pulando, incentivando o time e até fazendo críticas.

De coração, espero que ela tenha gostado e que o meu desempenho de torcedor apaixonado não a tenha assustado muito. O jogo foi emocionante, com certeza Catirina nunca havia visto Vicente tão irritado e nervoso, nunca me viu com tantos palavrões na boca, nunca me viu com os nervos tão a flor da pele, mas com certeza tb nunca viu comemorar algo com tanta alegria.

quarta-feira, maio 07, 2003

Arnaldo criou isso aqui embaixo. Gostei e peguei a imagem, claro, dando crédito e link para o autor.

Teoria do Zé Maria

Eu acredito no seguinte, quando tá na hora, não adianta onde quer que se esteja, Zé Maria vai buscar é, ó, babau. Pra se despedir do indivíduo, só no velório. Pode ser quando menos se esperar, se o nomezinho estiver na lista... não adianta correr, rezar ou esperniar. Zé Maria vai buscar e levar consigo.

Diante de vários acontecimentos, essa minha toria só é reforçada. Por exemplo, na semana passada um conhecido, cara que cresceu comigo em Bangu, quase morreu. Mas não morreu e me fez acreditar mais ainda na teoria.

A história é trágica e curiosa. Há alguns dias o Carrefour de Guadalupe foi assalto justo quando um carro-forte havia encostado. Os assaltantes estava escondidos dentro do mercado e mataram todos os seguranças. Pois bem, um dos seguranças deveria ser o meu conhecido.

Justo naquele dia ele dormiu demais, perdeu a hora do trabalho e foi subustituído na equipe que faria a entrega. Quem diria que um atraso salvaria sua vida... não tava na lista de Zé Maria e foi tirado da situação. Seu subsituto, coitado, não está mais no mundo dos vivos.

Fora isso, outras várias situações me fizeram pensar assim e até algumas coisas ocorridas comigo. Mas depois eu relato essas coisas.
Cara, que pilha é essa? Vicente, vâmu trabalhá!
Ibest

Pois é, minhas amigas HTP não ganharam o prêmio do Ibest, mas mesmo assim estão de parabéns. Lembro da Roberta, há um tempo, falando que ia fazer um blog pra falar das desventuras com a homarada. Quem diria que chegaria a tanto.

E quem ganhou foi o companheiro Eu, hein. Quando descobri que conhecia o sujeito pilhado (e agora premiado) que fazia o blog lhe enviei um e-mail e não é que o safado veio me dizer que blog não dava dinheiro. Ahã. Então tá aí.

E os companheiros rubro-negro do Flamengonet ganharam o de melhor site esportivo. Valeu aê, cambada sangue bom. Eu fiquei surpreso em saber que os caras acessam essa bironga de blog suburbano aqui.

É isso.
Um encontro com um fora-olho desse tipo

Numa dessas, justo quando eu diriga pela primeira vez o Seucarlosmóvel - sem o propritário, mas em companhia de D. Glória. Lá estava eu na Avenida Brasil quando um carro veio da pista da direita e, numa fechada criminosa, fez o Vicente cantar os pneus ao lado da mamãe, na altura do Jardim América. O mané cagou pro Vicente piscando o farol alto e foi o cúmulo do irresponsável por cruzar três pistas sem se importar com quem vinha já nelas com velocidade maoir. Só de judaria, após ele ter quase provocado um acidente, deixei o farol alto feliz da vida na traseira do péla-saco.

D. Glória já alucinada com a situação pediu pra Vicente parar e seu primogênito acatou o pedido. Parei, desacelerei e deixei o carro no sapatinho... Poucos instantes após, o tal mané tá atrás de mim e, querendo ser malandro, pôs o farol na minha traseira. O que fazer? Enfiar o pé no freio com vontade. Seucarlosmóvel foi de 100 km/h pra uns 60km/h em questão de segundos. D. Glória e Irmão-Léo (que tb tava no carro), coitados, já estavam brancos.

Aí, tomado por um acesso de maldade somada a uma perversidade ímpar não me segurei e mandei uma bela perseguição do pobre fura-olho, que percebi mais tarde ser um senhor com o dobro da minha idade. Pena, eu? É ruim. Quem não tem receio de fazer cagaga e pôr a vida de terceiros em risco não merece condolência. Se D. Glória não estviesse lá... Sei não...

O fura-olho, coitado, já parecia estar em pânico. Dona Glória, que reamente estava em pânico, comoveu seu primogênito a parar com a brincadeira macabra. Que pena. Confesso que gostei, a face "Senhor Volante" falou alto.

Sei que não foi nada certo e até que cheguei a ser um tantinho irresponsável pela maldadinha com fura-olho, mas quem sabe ele não aprendeu que é perigoso fazer esse tipo de coisa. Eu ao menos já sei e desde então não aprontei mais.
O fura-olho motorizado

São, por baixo, uns 30 km separando o aprazível bairro de Bangu do Centro carioca. No trajeto o motorista que sai da Zona Oeste vê o que existe e mais hard no contraste social. A Mocidade já até cantou isso num samba-enrendo que levou pro sambódromo nos idos de 1990 e alguma coisa. São vistas desde carroças até os maiores mais possantes importados.

Mas em meio a essas carroças e carrões existem os fura-olhos, aqueles caras que saem de casa com uma missão: infernizar a sua paciência e dificultar ao máximo o seu trajeto. Eles fazem ultrpassagens perigosas, pela direita, não usam seta, te fecham sem dó nem piedade. E, quando vc dá uma distâcia de segurança do carro da frente, o fura-olho motorizado faz de tudo pra se enfiar no meio forçando a barra.
Vida de suburbano...

Um belo dia o suburbano pensa: "pô, amanhã vou trabalhar de carro. vou até dormir mais um pouquinho". Pois é, o suburbano achava que era malandro.

No dia seguinte, acorda às 7h, meia hora depois do que o normal. Tomas seus procedimentos matinais... banhinho feliz, café feliz, leitura do jornalzinho feliz, pega seu carro feliz e ruma para o Centro, já às 8h.

Avenida Brasil fluindo até a altura do Complexo da Maré, onde um engavetamento com cinco carros cria um transtorno, mas fora isso começa a fluir outra vez. Mas quando vem o Caju... pelamordeDeus. Um engarrafamento contínuo, ininterrupto e sem parar vem do bairro da Zona Portuária até o Centrão. Pior, as vias expressas são lugares onde os carros se arrastam a 20km/h. É pra morrer.

O tal suburbano-malandrão consegue desovar seu veículo automotor, o popular Ervilhão, e parte para o escritório onde chega com UMA HORA de atraso. Justo no dia que opta por ir de carro.

Bem feito, que fique acordado na ida pro trabalho pra aprender a sair mais cedo de casa quando surtar querendo vir pro Centro com Ervilhão.

terça-feira, maio 06, 2003

Boa sorte

Hoje Robertuda e sua máfia estão em SP na entrega do prêmio I-best por aquele blog furingudo, o Homem é Tudo Palhaço. Até gosto dele, é divertido as vezes, mas outras vezes acho uma bela demonstração de sexismo. Bom, Vicente, deixa quieto. Que elas ganhem o prêmio e o dinheiro e eu ganhe o Citröen Xsara por ter votado nelas. hehe. Boa sorte pras meninas.
Promessa é dívida

Ano passado, quando morava no aprazível estado de PE prometi a fofa Catirina que a levaria em um jogo do Flamengo no Maracanã. Catirina me levou ao Arruda para assistir um jogo do Santa Cruz. O tricolor pernambucano venceu por 1 a 0 o Náutico e ganhou o Primeiro Turno do Estadual. Como a menina deve estar na minha cidade de hoje até quinta, prometi levá-la amanhã para assistirmos a mais um jogo do Flamengo. Flamengo e Vitória no primeiro confronto entre os dois rubro-negros pelas quartas-de-final da Copa do Brasil.

Espero que a menina seja pé-quente. Pq amanhã estaremos lá.
Malandro é malando e mané é mané

A história do Brasil tá cheia de malandros, desde o Barão de Drummond que criou o jogo do bicho, passando por D. Pedro I que declarou indpendência do papai e ficou com um país inteiro só pra si. E isso, só nos idos de 1800 e brau.

Agora, mês passado, o Iraque tb pôde ver seus malandros históricos em ação. Enquasnto Saddam bigodão sumia do mapa bonito, seu filho Qusay (nome maneiro...) levou a reles quantia de 900 milhões de dólares estadunidenses e mais um montão de euros do Banco Central do Iraque. Segundo o New York Times, o maluquinho usou três treileres pra vazar com o dinheiro.

Imagina só olhar pra rua e três treileres cheios de dinheiro passando. Eu não consigo pensar em um bilhão de dólares do mané do Tio Sam circulando na rua sobre quatro rodas.

E o que fazer com tanto dinheiro? Que tal comprar um país novo pra montar uma outra ditadura?
Ser mané é

Acordar cedo, preocupar-se em saber a previsão do tempo, ver que a temperatura esperada na capital fluminense é de 27º, sair todo faceiro com uma camisa pólo de manga curta e, na hora do almoço, perceber que aquele termometrão ali da Presidente Vargas marca 23º - o que quer dizer que na hora de vazar pra casa teremos algo perto de 20º, popularmente conhecido no Rio de Janeiro como FRIO.

segunda-feira, maio 05, 2003

Tentaram levar meus sapos de novo...

Duas crianças-gremilins tomaram minha casa nesse fim de semana. As duas filhas da minha prima mais velha, uma de quatro e outra de dois anos, infernizaram a paciência e a casa sábado e domingo. Cara, como é que pode dois seres tão pequenos terem tanta pilha?

Bom, nessa visita elas fizeram o que todas as crianças fazem: tocar o terror. Brincaram com primo Vicente que as trata de igual pra igual porquecorre pela casa, grita, faz guerra de comiga, só coisas saudáveis. Por conta disso acho que eu serei um péssimo pai...

Nessa, as figurinhas descobriram Caco e Caquinho, meus sapos verdes de pano, sobre minha mesa no meu quarto. E não é que elas queriam levar os dois pra casa? É ruim! Já houve tentativas de ficarem com eles em Recife, Caco e Caquinho já foram seqüestrados em Brasília, mas acabaram voltando para minha companhia e depois pro Rio comigo.

O pior é que não consegui explicar pra elas que o primo Vicente é ruinzão e mau como o pica-pau a ponto de ter dois sapos de pano muito maneiros e não dar nenhum pra elas. Resultado: crianças frustradas. Só lamento muito, pq os batráquios de pano continuam sendo meus.

Anões, muitos anões...



Essa sensacional foto foi tirada na noite de domingo de carnaval quando caminhávamos pela Lapa. Temos FernandaK (à esquerda), Baiano (ao lado de FernandaK) e Vicente no mesmo nível dos anões por ter sentado no meio-feio. Após aquela maldita espuminha entrar nos meus olhos, tava lá eu de óculos e com o olho esquerdo ligeiramente avermelhado. Tanto eu quanto Baiano devidamente trajados com a camiseta da nossa escola, a Mocidade.

Tudo bem que Baiano escaneou a foto bem toda a vida, mas o que vale é o registro do momento.

domingo, maio 04, 2003

Raça!!!

Podem falar o que for, mas o Mais Querido tem jogado com raça à vera. Viradão maneira sobre o time do meu camarada Baiano. Pena que não achei foto alguma do segundo gol, do Igor. Então vai mesmo foto do primeiro, do Jean.

O que rolou

Café da manhã com cerveja e misto quente, ida a Mangue Seco (no norte da Bahia - diga-se de passagem... lugarzinho meio bunda) fazendo social com as meninas da Unesp, com meu amigo Vitor Mala (da Uff, na época) ensinamos três gaúchas a dança da bundinha numa feliz madrugada na beira da praia e, por conta disso, quase perdemos o ônibus que nos traria de volta ao Rio.

Mas a melhor foi a da piscina de saltos ornamentais da Universidade Federal de Sergipe, universidade onde ficamos hospedados inclusive.

Lá, rolou um pequeno surto de invadir a piscina. O surto tornou-se realidade, logo mó galera já estava lá dentro. Ninguém dentro da piscina, visto que o tempo tava chuvoso. Ficamos naquelas brincadeiras saudáveis de repetir frases imensas e ritimadas, quem errava, tacava cachaça pra dentro da goela.

Já devidamente feliz, olhei pra plataforma de saltos e fui lá pra cima, pra mais alta. Não faço idéia da altura, mas lembro que não foi fácil chegar até lá. Atingido o topo, veio um pequeno problema: lembrar que tinha medo de altura. Hehe. Tive a idéia de pedir as pessoas embaixo pra chamar os bombeiros, mas ninguém ia fazer isso mesmo. Seria mais prático pular lá de cima.

Gente já subia e pulava feliz. Todo mundo muiiiiito feliz. E o Vicente lá no alto todo encagaçado. Após alguns instantes veio o surto de coragem, levando-se em conta que a cachaça ('Cravo e Canela' era o nome - lembro pq a furinguda era gostosa à vera) estava acabando, decidi pular.

Foi o salto mais longo de todos os meus 26 anos de vida. A água nunca chegava. Nada acontecia e eu lá, caindo, caindo e caindo. Até que, quando eu nem mais esperava... a água chegou. Cabum. E o perrengue nada de acabar. Foi mais meia hora dentro d'água. A essa altura eu só queria respirar. E tudo ao redor era aquela coisa azul... bordas azuis, chão azul, ladrinho azul e superfície que era bom... nada.

Após mais meia hora, cheguei lá encima e, graças ao bom Deus, consegui respirar. E não é que houve uma explosão de alegria dos furingudos com quem eu jovava antes. Pior, foi ter que nadar até a borda e secar naquela temperatura não muito quente.

Nunca, mas nunca mais volto a encarar uma altura daquelas. Mas até que lembrar disso agora é engraçado.
Sono

O mané do Luciano Huck tem essa parada de Guerra do Sono no programa dele. Que mané. Eu e Marcos Uva já ficamos 100 horas no ar durante um congresso em Aracaju. Foram quatro dias e quatro horas de pilha, sem parar, sem cheirar nada, sem injetar nada, sem tomar nenhuma pílula de substância suspeita.
Quatro noites sem dormir, participando dos eventos importantes qeu eu devia participar, das festas que eu devia participar, percebendo que não gosto de Aracaju, fazendo social e molecangens.
Até RMRO tava lá e presenciou algumas coisas.
Após me empolgar relatando minha aventura Garanhuns, fiquei pilhado em escrever sobre os perrengues Aracaju e Londrina.
Sonho estranho

De ontem pra hoje sonhei que vi um avião da FAB, um Hércules, tentando fazer um pouso forçado em uma avenida em Bangu. Eu estava dentro de um ótica, provavelmente pra comprar um óculos, quando vi o avião descendo na pista. O avião baixou sem problemas, passou varado bem na minha frente, seguiu mais adiante onde sua asa bateu no pelotis de um prédio, começou a pegar fogo. O avião explodiu e o prédio caiu. Mó galera morreu. Estranho que só. O pior é acordar lembrando de tudo, com detalhes e a cara de assombro e pânico das pessoas.

sexta-feira, maio 02, 2003

Roteirão do suburbão


Flávia, repórter fofa e lindinha, que foi colega de faculdade e depois de redação fez essa matéria aqui publicada no O Dia hoje. Até lembrei de uma que fiz no mesmo caderno anos atrás, mas eu só tratei de Zona Norte. Flavinha foi lá na Zona Oeste, na Baixada e até em Alcântara, que fica em São Gonçalo.

Isso mermo, tem que mostrar que existe gente morando pra esses lados. Como eu, por exemplo.

"Me chama de cachora que eu faço au, au
Me chama de gatinha que eu faço miau.
Se tem a amor a Jesus Cristo,
Demorô!"


É ou não é um clássico do funk? Tati Quebra-barraco compôs essa pérola há alguns anos. Isso tocava que era uma festa. Até no roquenrio, no show da Fernanda Abreu, (sim, eu tava lá), assista a garota-carioca-suíngue-sangue-bom cantar isso. E eu cantei junto. Amarradão.

Pena que o outro clássico, aquele "Sessenta e nove / Frango assado / De ladinho a gente costa/ Fica de joelho..." é impublicável demais pro meu blog.
Coisas a fazer

Semana que vem vou postar a tão propalada foto de Vicente, Baiano, Fernandak e nove anões. A foto foi tirada por Irmão-Léo no domingo de carnaval, após termos saído do lendário Nova Capela e enquanto caminhávamos na direção dos Arcos.

Sinceramente, não se pode deixar de registrar um encontro como esse.
Camelôs e seu impressionante jogo de cintura

Após ficar tanto tempo sem freqüentar o Centro do Rio, estava desacostumado da inventidade desses caras. Existe o Camelódromo na esquina da Rua Uruguaiana, bem na entrada da Saara, é certo, mas eles ainda se espalham pelas principais ruas, principalmente ao logo de toda a Avenida Rio Branco.

As mercadorias ficam todas expostas sobre lonas presas nas pontas por cordas. É só a Guarda Municipal chegar ameaçando o rapa que neguinho vaza fácil. Tem esses que 'ensacam' seus bagulhos em questão de poucos segundos e aqueles que correm com caixotes sobre as cabeças em meio a multidação de passantes.

Não tenho nada contra os caras, eles estão ali procurando trabalhar, defender o seu. Vendem de tudo. Relógio, CDs de música, jogos para computador, programas, uniformes de times, artigos eletro-eletrônicos e sei lá mais o quê. Existem aqueles que até dão garantia! Mas o melhor são dois caras que ficam na Rio Branco, em lados opostos, e tem como público alvo as mulheres que andam montadas pelo Centro.

Os caras são falsificadores profissas dessas bolsas que tanto enchem os olhos das mulherada. Eles aceitam encomendas e entrega na sua casa a bolsa no modelo que vc quiser, sendo Victor Hugo, Louis Vuitton e sabe-se lá o quê. A parada é tão sensacional, que é só chegar lá, conversar com o cara que ele te dá um cartãozinho falando dos serviços. Tem gente aqui do escritório que tem e diz que não fica devendo nada à original.