Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, março 31, 2003

Cena doméstica

É sabido que meu progenitor é uma figura sem igual, ao qual devo puxar nas pequenas loucuras. Há pouco, ele se divertia ao levar esporro de sua respectiva, minha mãe, pq deixou uma vassoura na porta de casa e ela sumiu - mas acho no mínimo estranho que alguém roube uma vassoura. Bom, fora dessa dúvida bizarra, ele veio, no sapatinho, perto de mim e mandou baixinho: "pronto, acabei de vetar sua mãe de fazer seus vôos por aí". Ó, que sacana. Se D. Glória escuta...
Crédito a quem merece

O saltitante Arnaldo, em um os meus surtos suburbanos nesse blog, sugeriu que eu lesse "Guimbaustrilho", do Nei Lopes. Semana passada, minha respectiva viabilizou a obra do sambista-escritor pro Vicentinho. Show de bola o livro que se propõe a percorrer os subúrbios cariocas, falando sobre o que há de cultura e curiosidades nesses bairros pouco valorizados da cidade. Como ele me sugeriu aqui, vou agradecer aqui. Valeu aê.
Quando fico com má vontade acabou pondo figurinhas. Essa aqui, por exemplo, é mais uma do furingudo do Arnaldo.

Estou com má vontade de escrever nessa josta aqui. Tô pensando, outra vez, em dar cabo dele.

sexta-feira, março 28, 2003

Bêbado e criança Deus protege

Após o encontro dos Quatro Fantásticos ontem a noite, no Centro da cidade, acabei saindo de alma ligeiramente enxaguada. Foi um encontro que contou com Jófilo, Kayoba e eu, o Retratisa (membro dessa máfia, não compareceu pq tava dando pinta em Campos), mesmo assim tivemos a presença bônus de Malmeida. Como somos todos jornalistas que já trabalharam e se conheceram em redaçao, chegamos a conclusão de que esse não é mais nosso mercado, visto que se trabalha muito e se ganha pouco.

Após falar mal da profissão, falamos mal de nós mesmo. Rasgamos o verbo em relação ao período em que trabalhamos juntos - a campanha para o governo do estado quando fomos a equipe de assessoria de imprensa de um dos candidatos, quando Jófilo apareceu com essa denominação pra trupe. O que tinha que ser dito, foi dito. Ficamos todos temulentos e felizes no fim das contas.

Na volta para casa, após uma eternidade viajando no famigerado 393, rumo a Bangu, caí no sono. Fui acordar longe toda a vida, alguns quilômetros além de onde devia ter descido e dezenas de pontos após o meu. Lembro que acordei com o trocador falando: "vai entrar no Jd Bangu, vai entrar no Jd Bangu". Puts, se entra no Jd Bangu eu nao sei como sair. Assim que pus os pés fora do coletivo percebi onde estava, em frente à quadra do Grilo de Bangu, um bloco carnavalesco local. Dá medo de quão longe é do Parque Leopoldina durante a madrugada...

Como Deus é um cara maneiro e protege os bêbados do mundo, fiz minha singela meia hora de caminhanda solitária por desertas e mal iluminadas ruas bangüenses até a minha casa. Quase ileso, fora o fato de ter discutido com um cachorro e pisado no cocô de outro no caminho.
Sou um fura olho

Essa semana sinhá Clarissa, mulher linda, maravilhosa, poderosa e que me abrigou durante meses em Brasília, enviou um e-mail pro Vicente. Ela perguntava se, por acaso, eu tinha trazido dois CDs dela do Mundo Livre S/A, banda favorita da pernambucana. Fui olhar na minha caixinha e percebi: estou com dois "Samba esquema noise" e dois "Carnaval na obra". É mole? A mulher me abriga e me trata como um irmão pro furingudo fazer a limpa nas coisas dela antes de ir embora?

A furação de olho continou até hoje. Vim eu para o Centro numa van. Dormia como um neném até a hora que acordei de repente, já perto do lugar onde devia descer. Num grito pedi ao motorista que me deixasse descer. Desci, atravessei a pista da Presidente Vargas quando lembrei... eu não paguei a parada... Dei calote no maluco... olha eu fazendo feio...

quinta-feira, março 27, 2003

Sou um mané, tô há um tempão pra por novos links aqui do lado... Nunca faço, tem dois novos links pra entrar, o Olho Mágico - pô, o companheiro botou um link pra mim há um tempão por lá e nada de eu retribuir... e o novo blog de Catirina.

Tem outros sítios como o que achei faz pouco tempo:
- Esse sobre a história das favelas, o Favela tem memória,
- O site oficial do Bangu Atlético Clube, que tá reformulado e bem legal,
O do leitor rubro-negro Juan, o Flamengo NET.
- E quase esqueci desse aqui, o Caminhos do Sertão. A idéia é muita maneira, a proposta é tranformar as rotas seguindas pelos bandeirantes e demais aloprados que se enfiaram pelos sertões brasileiros século atrás em Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Foram por esses caminhos que começaram a interiorizar a colonização no país ajudando a criar esse Brasilzão que existe pra todos os lados.
Fui fazer uma busca no Google pela palavra Bangu e achei esse blog aqui. O cara é mó figura, não sei se é meu conterrâneo mesmo, mas que o blog do cara é, no mínimo curioso... Ah, é. Pra começar, o nome é Bangu 1.
Registro

Hoje meu tio-avô, Tio Alberto, faz 84 anos... O tio é irmão gêmeo de Seu Roberto, grande figura que por sorte foi meu avô, esse não está ficando mais velho...
Engraxates descontrolados

Na noite de quarta, lá estava eu acompanhando da respectiva, sentadinho no bar, bem legalzinho, que fica na cara do Espaço Cultural dos Correios. Éramos nós, duas tulipinhas felizes de chope e meu celular sobre a mesa. Aparelho o qual que fez o favor de tocar. Enquanto falo no molecular, dois moleques ninjas surgem do nada querendo engraxar meus sapatos, que até precisam, mas disse que nao rolava. Tô lá eu no telefone de novo e não é que os moleques avançam sobre meus sapatos com escova na mão e começam o trabalho! Na marra! Nunca vi isso. Fui atacado por engraxates descontrolados no Centro do Rio! Sinistro...
Banheiro da Central

Reza a lenda que o banheiro da Central é um lugar sujo e fedorento. Pois bem, já estive lá e não vi nada disso. Quando era 'repórti' do jornal popular dos Marinho, fui até lá fazer uma matéria que não lembro mais qual é. Era um lugar onde era cobrado R$0,50 pra entrar e sempre limpo, tinha um maluco do lado pra limpar a parada o tempo todo.

Nessa, esses dias D. Glória veio com caô quase me obrigando a lavar o banheiro do meu quarto, dizendo repetidas vezes que estava pior que o banheiro da Central. Que ofensa. Bom, após uma terrível campanha de convencimento me rendi. Optei por fazer uma social com a querida progenitora. Fui lá. Não sei porquê ela ficava tão revoltada, só pq a privada tava com limo e o box com o chão já verde? Sei lá, mão é exagerda mesmo. Ainda dizia que eu ia pegar uma doença, coisa de mãe dizer que o filho vai pegar 'micróbios'... É ruim, que eles tentem a sorte em fazer uma gracinha comigo. Tão lascados, sou muito maior que eles...

Lavei como minha cara, ficou, ó, uma beleuza. Serão mais meses com o banheirinho felizinho e longe de desinfetante... frescuras maternas... banheiro de homem é assim. E se D. Glória não gostou, que não vá lá. Existem outros três banheiros pela casa pra ela ir.

terça-feira, março 25, 2003

Bagdá

Impressionante como a mesma cidade tem diferentes formas de grafia do seu nome. Pros brasileiros é Bagdá, pros portugueses é Bagdade, para o povo que fala inglês é Baghdad, pra galera que solta o verbo em espanhol é Bagdad. Vou procurar ver como se escrevem em outras línguas pra ver se rola mais diversidade de grafias...

Estranho como algumas cidades têm seus nomes mudados conforme o idioma como London, Londres, Lisbon, Lisboa, Milão, Milano, Florença, Firenze, Moscou, Moscow, Moscovo. Enquanto isso, Buenos Aires, Los Angeles e Rio de Janeiro não mudam. Rio de Janeiro É Rio de Janeiro em qq lugar.

Esse é um dos posts mais inúteis que já fiz...

segunda-feira, março 24, 2003

Essa parada do Kibe Loco ficou maneira. Tô roubando aqui.

Mais uma história sobre o mito candango

E reza a lenda que Fábio Lino é tão mala que nem Wilma, aquele mulher de Goiânia que especializou em seqüestrar o filho dos outros pra criar, aturou o moleque. Wilma, anos atrás, roubou Fabu Lino na maternidade e não agüentou a criança. Ela empacotou e enviou por Sedex de novo pra materniade pra se livrar da peça. Cara, pra assustar aquela mulher ruim tem que ser muito pentelho...
Pra que serve um Fábio Lino?

Fábio Lino é um personagem do folclore jornalístico candango. É do tipo de pessoa que pediu pra ser figura no vale do eco. Um belo dia ele chegou lá, no tal vale, e pediu. “Eu quero ser figura, figura, figura, figura, figura, figura....”. E conseguiu. Graças à sua peculiaridade folclórica, está na mesma lista que Saci, Odin, Eros, Sereias, Curupira, Íris, Thor, a Mulher Loura, a Kombi que pega crianças... Ele até tem o celular do Saci!

O tal personagem, que é meu camarada e que de pronto me adotou no Planalto Central, tem uma especialidade: pentelhar. Isso, o nobre personagem mitológico faz com uma facilidade de dar inveja.

Fábio Lino, que atende pelas corruptelas de Fabulino, Fábio Linux, Fablino, Patolino e todas as demais que lembrem seu nome, tem algo que não posso apontar como uma qualidade, torce pelo time da colina. Só acho engraçado o cara ser ufanar de ter nascido em Brasília e torcer por esse estranho time lusitano. Fábio Linux chama minha querida de cidade de balneário... é um despeitado, só não lhe taco pedra por conta disso porque sua respectiva projenitora é oriunda desse aprazível estado que me pariu. Fablino tinha era que torcer pela Aruc! No máximo, pelo Braziliense, clube do Luiz Estevão.

O peculiar bacalhau é um assíduo leitor dessa josta de blog, um dos mais freqüentes comentadores e por conta disse vive me escrevendo impropérios desafiando o pobre Vicente sobre qq motivo, principalmente sobre o campeonato estadual do Rio de Janeiro. Ora, se o cara taca pedra no meu estado, que vá gostar do campeonato de futebol da unidade da federação onde vive, o DF. Né não? Tem que ficar feliz pq o Gama é campeão lá.

Engraçado que nos seus comentários, Patolino desperta concordâncias e discordâncias em outras pessoas que ainda insistem em ler isso aqui. É um polêmico por natureza. Em respeito a isso, não vou escrever aqui sobre sua fantasia de galinha, que causou furor, em certa festa brasiliense...

sexta-feira, março 21, 2003

É sabido por todos que gosto do Rappa, banda que carrega consigo referências bem urbanas, com muita coisa que faz sentido pra um jovem suburbano como eu. Tem gente que diz que é banda de playboy ou pleibói (como prefiro escrever), mas antes de cair nas graças da playboyzada (pleiboizada é uma palavra muito mais legível) discerebrada (que tb são filhos de Deus e podem gostar do que mais lhes apeteça), era uma banda pouco conhecida até no Rio. Bom, esse post não é pra falar bem do Rappa, mas pra publicar essa música aqui embaixo. Foi gravada no último CD dos caras, o Instinto Coletivo com um esporro sinistro. Tb pudera, foi gravada ao vivo com o Sepultura. Além de Marcelo Falcão, nos vocais tb rola o assustador Derick Negão, que 'canta' com a banda dos mineiros. Pois bem, após toda verborragia acima, a letra está abaixo. A letra, inclusive, é bem oportuna para o que se vê hoje no mundo. Ainda bem que nunca fiquei falando que essa coisa de postar musiquinha é coisa de boiola.

Ninguém regula a América
(Letra: Marcelo Yuka/ Música: O Rappa e Sepultura)
Satélites de cima
vigiando todos os atos de rebeldia
MST observado pela CIA
um avião cara de pau
preso na China
painel de controle
cidades sem culpa
na sensação do protocolo de Kioto
carbonizado em plena chuva
de armas exportadas
sangrando no dólar
o dólar dos outros
coagulado e globalizado
nas veias abertas
de outra dívida externa

Ninguém regula a América

Forçando a porta da Colômbia
com uma hipocrisia que vicia
o intelecto de Brasília
e outras capitais
estreladas deixando a bandeira
de fardas
que segue na arrogância
independente de quem for
O. W. Bush de plantão
limite que engatilha um novo míssil
sobre o céu de Wall Street
arriscando a todos
com o medo de perder
mais uma guerra

Ninguém regula a América

Satellites from above
controling all the rebel act
nosy plane cought in China
pushing doors in Colombia
carbonized under the rain
globalized bleeding the dollar
under the Wall Street sky
risking everybody's lives

quinta-feira, março 20, 2003

Essa msg foi enviada pelo companheiro Carlos André, membro de um lista de discussão que participo.

Eis aqui uma lista dos países que foram bombardeados pelos

Estados Unidos, após o fim da 2ª Guerra Mundial:

China 1945-46

Coréia 1950-53

China 1950-53

Guatemala 1954

Indonésia 1958

Cuba 1959-60

Guatemala 1960

Congo 1964

Laos 1964-73

Peru 1965

Vietname 1961-73

Cambodja 1969-70

Guatemala 1967-69

Granada 1983

Líbia 1986

El Salvador anos 80

Nicarágua anos 80

Panamá 1989

Iraque 1991-__

Sudão 1998

Afeganistão 1998

Yugoslávia 1999

Afeganistão 2001

PERGUNTA:

Em quantos destes países, os bombardeios e outras ações

americanas fizeram emergir um governo democrático e

respeitador dos Direitos Humanos ?

ESCOLHA uma resposta :

(a) 0

(b) zero

(c) nenhum

(d) nem um só

(e) o numero inteiro que fica entre -1 e +1

Guerra ao vivo?

Guerra já é um absurdo por si só. Mas imagina ter que aturar uma guerra transmitida ao vivo? Tá, a Guerra do Golfo tb foi, mas naquela época dava a impressão que tava rolando um joguinho de 'Space Invaders', aquele do Atari, em que se tem que atirar nos ET's caindo do céu.

Essa noite, quando tava lá eu vendo o primeiro jogo da final do estadual, secando o vasco e esperando um gol de empate do time de D. Glória... entra, ao vivo de Bagdá, um imagem estática com barulhos ao fundo. Disseram que esses barulhos eram sons das baterias anti-aéreas iraquianas. Foi uma das piores coisas que já vi na televisão, aquela estranha espera pra que uma bomba explodisse bem na frente da câmera.

Além de terem cortado o meu jogo de futebol, os furingudos querem imagens de uma guerra dentro da minha casa ao vivo?! Não sei se quero esse tipo de espetáculo, mesmo porque guerra é algo que vem carregado de um peso tão grande de crueldade e brutalidade. Eita mídia cruel.


Olha o que a CNN levou ao ar. Será que é pra ser um espetáculo ou algum tipo de reality show mais forte?

quarta-feira, março 19, 2003

Brincadeira

Kida, companheiro bangüense me mandou esse jogo bem imbecil. Nele, o jogador-mijão tem que se esforçar pra acertar o vaso sanitário enquanto, digamos, alivia a bexiga.
Tu que lê essa josta de blog, vota nessas meninas do Homem é Tudo Palhaço. Diariamente elas falam pra votar nelas, na qualidade de pessoa desinteresada, só quero ver como vai vir o carro que elas me prometeram se ganharem...

Ser mané é

Sair de casa para ir ao cinema com a respectiva, mas levar o irmão antes à faculdade. Ao desovar a criança na porta do seu destino escutar: 'pô, esqueci a carteira em casa'. Tudo em Bangu.

Rumar até a Avenida Brasil, se enfiar no primeiro posto, já em Realengo, pra abastecer o Ervilhão e enquanto o atendente põe gasolina no seu tanque vc perceber que a carteria no seu bolso é a do seu irmão e vc está sem seus documentos e dinheiro.

terça-feira, março 18, 2003

Os males do mundo

Hoje em dia o mundo tem dois males: George Walker Bush, o Busha, e a Egüinha Pocotó. O Busha, todos já sabem, é um péla-saco megalomaníaco que pôs na cabeça que é bom conquistar os campos de petróleo do Iraque jogando o caô de que é o bem o o bigodudo Saddam é o mal. Pra mim são todos o mal. Por mim, Saddam Bigodão doava os campos de petróleo pro governo brasileiro e acabava com essa pentelhação que ainda vai render pano pra manga. Busha é tão megalomaníaco que mandou Saddam Bigodão vazar do Iraque, país que preside. Eita empáfia do cão. O pior é que é do cão, mermo. Busha é o próprio cão.

Enquanto a pobre Egüinha Pocotó é o que mais aflige a cambada por aqui. Engraçado que só nesse fim de semana pude ver o sensacional MC Serginho (Vai Serginho!) e Lakraia, ser de sexo indefinido que o acompanha rebolando loucamente. As pessoas vivem reclamando do pobre Serginho, mas quem disse qeu a culpa é dele de uma música que ele fez pra sua filha ficar tocando nas rádios? É um coisa grudenta, é verdade, todos aqueles pocotós, pocotós e pocotós. Mas a culpa, da initerrupta repetição dos pocotós, é do Serginho? Claro que nao, é de todo mundo que ganha dinheiro com a história. Aposto que ele é o mané que menos ganha dinheiro nessa história.

Na mesma leva dele foram os moleques do Bonde do Vinho ( "A gente pega as mina/ e encosta no paredão/ é o Bonde do Vinho/ do Vinho/ do Vinho") e o Bonde do Tigrão. Apareceram, comeram mulezinha, fizeram graça na tevê e voltaram para o ostracismo. Coisas da indústria cultural que pega o da vez, explora e depois, ó, pé na bunda.

segunda-feira, março 17, 2003

Roubei essa foto do blog do Nandão.


O Rio é um espetáculo até de longe. Dá pra ver a Zona Oeste do Rio, à esquerda, a Baía de Guanabara, a Ilha do Governador, a Baixada Fluminense e até a Região dos Lagos com as lagoas em Maricá, Araruama e Saquarema e o próprio cabo que dá origem ao nome Cabo Frio.
E eu continuo rubro-negro

“Vai passar, vai passar
o se-tí-mo pelotão!”
*

Perdeu? Perdeu sim e perdeu feio. E continuo torcendo para o time. E torço sem nenhuma vergonha, muito pelo contrário, torço ‘com muito orgulho, com muito amor’.

Após meses em Brasília fui ao Maracanã no jogo da última rodada da Taça Guanabara, partida conta o time a colina. Fomos eu e Baiano, que pela primeira vez pôs os pés no maior estádio do mundo.

Estava com saudade daquela situação... ir subindo a rampa do Belini, rumo ao anel das arquibancadas... Chegar lá encima, ver a multidão de torcedores em vermelho e preto e começar a sentir a vibração que vem do outro lado dos túneis. Começar a entrar por um dos túneis e sentir essa mesma vibração ficar mais forte, o som dos instrumentos das baterias das torcidas tocando mais alto e adrenalina ir subindo.

Chegar na boca do túnel, olhar pros lados e sorrir, pq vc é parte e está lá no meio da nação rubro-negra. “Quero cantar ao mundo inteiro a alegria de ser rubro-negro. Cante comigo Mengão! Acima de tudo rubro-negro!”.

Lá estávamos eu e Baiano na Jovem Fla, claro, a nossa torcida. Empatamos a partida e perdemos o título da Taça GB por conta de uma má atuação da arbitragem que anulou indevidamente um gol do Athirson. Vida que segue.

* É assim que o Sétimo Pelotão da Jovem Fla abre passagem, em bonde, pelo anel do Maracanã quando sai das arquibancadas rumo à rampa do Belini. O Sétimo Pelotão é a divisão da Zona Oeste da Jovem Fla.
O jogo?

Bom, eu tinha motivos para não ver o jogo. Engraçado que não rezo para o Flamengo, rezo para coisa séria, não pra péla-saco jogador de futebol jogar futebol. Mesmo pq eles são pagos pra isso, eles treinam pra isso. É obrigação deles jogar minimamente com responsabilidade.

E responsabilidade foi o que faltou, responsabilidade de vestir o manto sagrado rubro-negro.

O Flu venceu e com méritos. Humilhou quem devia ser humilhado. Agora, mais uma vez, os torcedores esperam que mais uma reformulação dê jeito no clube e no time. Seu Evaristo de Macedo caiu, gosto dele, fez muito dentro e fora do campo. É uma pena vê-lo saindo assim do clube. É uma pena tb Júlio César, goleiro que gosto, dizer que o técnico é burro. Todos erraram e fica procurando um culpado é no mínimo errado. Existem vários culpados, eles inclusive.

Eu não consigo entender como um time vence todo mundo no início do campeonato, mas a partir de um certo momento fica incapaz de vencer uma partida. O Flamengo perdeu para o América, para o Olaria, empatou com o Vasco, com o Fluminense e perdeu pro tricolor. Peraí, não é assim. Algo está errado.
A volta para casa

A ida foi tranqüilíssima. Zero emoção. Mas a volta... Seu Carlos quis fazer social com um amigo de Volta Redonda, onde meu progenitor morou quando trabalhava na cidade. Nessa, acabou anoitecendo, mesmo pq a volta ficou atrasada em duas horas. Na volta ao Rio, após pegar uma mega chuva na estrada que liga a Via Dutra a Avenida Brasil, cruzando todos os quebra-molas que vivem no aprazível município de Seropédica, Irmão-Léo, o piloto da vez, optou por levar adrenalina aos passageiros do carro.

O mané fez o favor de fazer uma contra-mão criminosa, no meio de uma curva, deparando-se com um singelo ônibus (esse, na pista correta). Nem gelei, né. Fiquei até branco. Pra piorar vinha um carro correndo atrás da gente, na pista certa, só que em alta velocidade, o que quer dizer que voltar a faixa signficaria outro acidente. Bom, não sei quem tirou a gente daquela, mas não houve qq impacto. Obrigado, Nossa Senhora.

Já na Avenida Brasil, na altura de Vila Kennedy, um indivíduo atravessou a pista cambaleante logo abaixo de uma passarela. O cara foi andando, bem devagar, enquanto os carros, todos em alta velocidade, pq é uma pista feita para isso, o marmanjo fazia sinal pra diminuírem a velocidade. Ahan. Bom, Irmão-Léo, passou de vilão a herói, desviou do alvo humano, que estava bem na frente do carro e provavelmente seria despedaçado com o impacto. O bom e velho irmão caçula, jogou o carro no esburacado acostamento da Avenida Brasil e manteve o controle do veículo. Tudo pra salvar a vida do péla-saco doidão. Só espero que o mane suicida tenha chegado vivo à sua casa.
Programa em família

Sabadão lá foram os quatro habitantes dessa aprazível estância bangüense, onde vivo, rumo à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no Vale do Paraíba, nesse estado aqui ao lado, São Paulo. Esqueminha bate e volta. Rápido, pq era sábado, né.

Ainda me impressiono como me faz bem ir àquele lugar. Eu simplesmente cheguei lá absolutamente pilhado, estressado, praticamente uma bomba sobre duas pernas e, com o decorrer da missa, fui ficando mais leve, mais calmo.

Uma vez por ano vou até lá agradecer a Nossa Senhora Aparecida, minha padroeira, por sobreviver por mais um ano sob sua proteção, pedir proteção pro meu país, meus amigos e pessoas queridas. NS é maneira, costuma atender, mesmo pq não peço coisas impraticáveis nem que beiram o impossível. Além do mais, Nossa Senhora Aparecida é preta, isso conta pontos a favor dela.

Isso aqui é uma democracia
Uma coisa que me chateia é ser criticado por ter fé, por ter uma religião. Já cansei de ouvir gente vir e criticar o fato de ser católico, mas em momento algum taquei pedra em alguém ou no seu credo. Acho que todo mundo tem o direito que acreditar naquilo que quiser, só discordo quando se chega a atacar a forma de pensar de outras pessoas. Isso me faz lembrar o fato de um ‘bispo’ da igreja universal ter chutado uma imagem dessa mesma Nossa Senhora em um programa de tevê.

É garantido liberdade de credo e culto nesse país, qq pessoa pode acreditar no que quiser.

Da mesma forma que não agrido quem é protestante, judeu, umbandista, espírita, agnóstico, místico ou ateu, acho que o próximo devia ter o mesmo procedimento. O lema é respeitar para ser respeitado. Acho que só nao tenho amigos que sigam o Islã, pq do resto, sempre há um representante.

Falta respeito ao que os outros pensam, falta fraternidade nessa josta de planeta. Aposto minha mão direita, e olha que sou destro, que se existisse mais fraternidade por aí, não haveria tanta gente lascada pelos quatro cantos.

sexta-feira, março 14, 2003

Romeiro por um dia

Uma vez por ano vou até a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, Vale do Paraíba, São Paulo. Ano passado, nao deu pra ir pq eu nao estava perto, mas agora eu vou. É bate e volta. Amanhã saio cedo, participo de uma missa, agradeço tudo o que tenho a agredecer e volto pra cá. Já no fim da tarde, estou em Bangu outra vez.

Eu iria fazer isso sozinho, mas como Seu Carlos, Dona Glória e Irmão-Léo já iam, vamos fazer o esquema romaria em família.
Reencontrando Bangu

Numa dessas tardes de pouca ocupação, lá foi Vicente ao banco, no Centro de Bangu, com a companhia de Irmão-Léo. São alguns minutos de caminhada pelas ruas por onde cresci e comecei a me entender enquanto gente. Como vivi muito pouco no bairro no ano passado, Bangu me pareceu bastante mudado, bastante diferente.

No calçadão, que na minha adolescência era a Avenida Cônego de Vasconcelos, por onde passavam carros, ônibus e por onde desfilavam os blocos carnavalescos locais, hoje é voltada para a circulação de pedestres, tem o camelódromo, parquinho e mesas de damas pros aposentados jogarem até cansar e a famigerada obra do Rio Cidade. O senhor Cesar Epitácio pôs ano passado duas passarelas pelo calçadão, onde tubinhos ficam esguichando pequenas gotas de água pra minimizar o calor. Desnecessário. O calor não é desértico aqui. Graças a atitude como essas, rola uma 'caricaturização' do bairro.

Existem tb pequenos chafarizes entre as passarelas, que mais parecem canos estourados no chão. Ridículo.

Mas, quando vou caminhando na direção da estação de trens vem a parte mais caricata: as escadas rolantes!!! Existem escadas rolantes e elevadores para levarem os transeuntes para cima da estação!! É a única estação que conta com essa verdadeira frescura. Agora, me pergunto, pra quê? Pra que gastar dinheiro com esse tipo de coisa? Deve estar sobrando nos cofres da prefeitura.

Na qualidade de criança qeu gosta de brinquedo novo, pensei: "vou subir nessa parada antes que se quebre e o ilustre prefeito esqueça que botou nessa jeringonça no calçadão de Bangu". Logo quando já estava sobre a estação ferroviária, olhando aquelas pessoas de jeito simples, vindo e voltando dos bancos e comércio local, veio de uma loja lá no chão um tremendo pancadão. Pancadão não é uma pancada forte, mas um funk com batida forte e esporrenta, o pancadão. Não posso negar, eu sorri por estar me sentindo em casa outra vez.

Mesmo assim, fico entristecido por ver o que o poder público faz com meu bairro, mudando sua identidade. Em frente à igreja de Santa Cecília e São Sebastião (que seria a igreja matriz do bairro), bem no Centro, existia um chafariz. Existia, pq o Rio Cidade, projeto de reurbanização da prefeitura, detonou ele. No lugar, existe um largo maior com estacionamentos. Enquanto isso, a menos de 50 metros, está a sede do Bangu Atlético Clube, um dos maiores patrimônios da região e que tem a fachada, em tijolos vermelhos, apodrecendo, com um aspecto mal cuidado e esquecido...

Já no caminho de casa, passei por um prédio na Rua Franscico Real e lá estava... Real Shopping! Blog, Bangu tem shopping, cara! Eu vivi pra ver isso. Tá bom, é um shopping pequeno, um shopping popular (aqui nao poderia ser diferente) e tinha lugar pra tomar chope! Irmão-Léo, bom menino que é, pagou chopes pra gente.

É, Bangu tá mudando pra burro, aquela cidade de interior onde cresci já é uma cidade interiorana maiorzinha... Só falta colocarem um cinema aqui.
Personagem 1: Alô. Eu queria falar com o Edimílson.

Personagem 2: Alô, olha, não tem nenhum Edimílson aqui.

Personagem 1: Ah, tá. Desculpe.


A cena não seria estranha, apenas um engano como tantos pouco importantes qeu acontecem todos os dias se o Personagem 1 não fesse Seu Carlos - meu respectivo pai e morador e dono da residência qeu habita com sua família e o Personagem 2, eu. Seu Carlos surtou e ligou pra casa em lugar de ligar o ramal do cara com quem trabalha e estava procurando. Tudo maluco.

quarta-feira, março 12, 2003

Guerra de informação

Eu desconfiava que boa parte da mega propaganda estadounidense sobre seu poderia militar pudesse ser meio caô. Nessa brincadeira, baixou na minha cx de msg um e-mail que me fez pensar que nao estava tão errado assim. A msg chegou através de uma lista de discussão que participo, lista de participantes do Movimento Estudantil de Comunicação. Uma das membras, niteoiense e vascaína, casou-se com um milico estadounidense e foi com ele para uma base militar na Europa. Entre a amistosa troca de e-mails, veio esse que me chamou a atenção e tô postando um pedacinho.

eu daqui de dentro, sei q o exercito nao esta nem um pouco preparado... falta equipamento, falta manutencao de equipamento, falta dinheiro pra comprar uniforme pros soldados, falta respeito para com os soldados, falta tudo mas o verniz ta sempre brilhando...papas na lingua.. nao sei qunatos soldados americanos jah morreram so nos treinamentos q eles fazem por lah no kuawti... se morre na concentracao imagina quando o negocio pipocar...

É... Sei não... Essa guerra periga nao ser tão rápida quanto o Grande Satã espera...
"F de Força
U de União
R de Rainha do movimento que é bom
A de Amizade
C de Coração
A de Autoridade
O de Organização

Equipe poderosa
Furacão 2000

E quem não gostou?
Tum, tum, tum, tum, tum, tum, tum".


Boa parte da infância e pré-adolescência escutei isso. Quem diria que anos depois os caras, que eram malditos na classe média, inclusive no subúrbio, iriam ter tanta moral a ponto de ter penetração em todas as classes da cidade e do estado, além de ditarem moda até fora do Rio.

E o funk carioca, esse 'miami bass' básico com sotaque local, é a cara do subúrbio da cidade. Pode ser ruim, pode ser pobre em termos de melodia e letra, mas duvido que alguém vá a um baile funk e reclame qeu nao se divertiu, que nao dançou à vera.

segunda-feira, março 10, 2003

Americanos é o escambau

Por conta do surto bélico do senhor George Walker Bush e a sociedade que ele conduz toda hora se vê nos jornais que os americanos acham isso, os americanos acham aquilo, os americanos pensam de Saddam isso, os americanos nãon concordam com a Onu. Peraí. Quem é americano e quem não é americano? Isso é uma apropriaçõa indevida da palavra. Eu tb sou americano, mas não fico falando como se isso fosse minha nacionalidade.

Todos que nascemos na América somos americanos e não só eles. Eu sou sul-americano, o que não me faz menos americano que os do norte. O mesmo serve pros Venezuelanos, Colombianos, Peruanos, Argentinos, Paraguaios, Uruguios, Chilenos, Bolivianos, Equatorianos e os caras das Guianas. Pior, ainda existem os que os chamam de norte-americanos e nessa brincadeira acabam colocando os canadenses e mexicanos. Na realidade devíamos chamar a população dessa nação presunçosa e prepotente de estounidenses. Ia ser muito mais correto.
Clarissa e Coisinha de Jesus

Na qualidade de pessoa gripada até a alma, tenho ficado recolhido à simplicidade da casinha durante o fim de semana. Mas na madrugada de sábado para domingo lá estava deitado na minha caminha, mas nao tava dormindo, tinha levantado fazia pouco tempo devido ao mal estar trazido pela gripe. Às 4h43 toca o meu celular. Levei um mega susto. Pensei: "meu Deus, alguém está morrendo, preciso fazer alguma coisa". A adrenalina correu o corpo todo até eu achar o aparelhinho, quando localizei a criança e vi que estava chamando veio o alívio. Era Clarissa ao lado de Bicha Rafa, ligando de Recife.

Clarissa acabara de esbarrar com Coisinha de Jesus por Recife e não podia deixar de me contar. Sensacional a mulher. Acabamos rindo da história, embora eu estivesse meio sonado. Coisinha era um personagem que sempre encontrávamos no Calaf durante nossos sábados com samba e chorinho. Nada muito grave contra ele, só o fato do cara jurar que dança muito, mas quando a gente assistia o marmanjo sacolejando dava vontade de rir. O mané não tem nenhum molejo, é o tipo que jura ter aprendido a sambar na academia. Coitado. É só ver pra concluir que não surtiu qq efeito.

Rafael, gente 'entendida' que é, deu logo o diagnóstico: Coisinha tb é do babado. O pior é que a gente havia desconfiado, mas depois que o vimos atacando com voracidade representantes da terceira idade, achamos que era engano. Após a elucidativa intervenção do amigo pernambucano, não há mais dúvida: coisinha é boiola.

sábado, março 08, 2003

Vendo essa boa idéia para uma camisa, bolada pelo saltitante Arnaldo, comecei a pensar na juventude brasiliense.

O boyzinhos tacam fogo em índio, matam garçon na base do chute, roubam os rádios uns dos outros (inclusive o meu!) e agora tacam fogo no quarto da pousada onde passaram carnaval. O que mais esses caras vão aprontar? Pena que eles não rodam, pq como são vacilões.

Existem aqueles força amiga, como o mitológico e pentelho Fábio Lino, mas como é vascaíno (candando vascaíno é abuso, né?) ainda tem uma parte podre na sua hitória particular. E, Fábio Lino, eu vou escrever sobre o estadual, fica quietinho que escrevo.
Mané de carnaval

Durantes os festejos momescos Lourão ofereceu seu mega-ultra-hiper-uhu! apartamento, em Ipanema, pra eu me encostar até a quarta-feira de cinzas.Isso foi na segunda. O mané do Vicente ficou de ir ao desfile na segunda e na terça, portanto achou que nao rolaria de ficar no apartamento de Lourão. Péla-saco que sou não fui ao sambódromo dia algum e perdi a bocada que me poltaria valiosos litros de combustível. Uma ida e volta de Bangu ao Centro me faz percorrer 70 km dentro da cidade do Rio. O mais grave é não ter dado qq resposta a menina. O que fazer com cara mal educado desses? Chicotada no lombo.
Por que os cariocas não costumam aproveitar boas coisas que a cidade oferece? Ontem lá fui eu com Baiano ao Corcovado, ficar lá do lado do Cristo Redentor e ver boa parte da cidade (não dá pra ver nem a Zona Norte toda e muito menos a Zona Oeste), mesmo assim é um vista linda. O Rio é lindo. Que digam o que for, que taquem fogo e larguem o dedo, mas o Rio continua lindo e me orgulho disso.

Pena que boa parte da carioca ache que isso é programa exclusivamente de turista. Né, não, mané. É show de bola chegar lá encima e ficar curtindo a cidade, vendo os bairros, o trânsito, a Lagoa, o Maracanã, o sambódromo, a Central do Brasil, o Jd Botânico, a Baía de Guanabara, Niterói, o Centro, a marmanjada praticando remo lááá embaixo, os navios no cais do Porto, a Ilha do Governador, os aerportos (Santos Dumont e Galeão) e a Floreta da Tijuca para todos os lados.

O mesmo serve pro Pão de Açúcar, que tem um vista absurda da Enseada de Botafogo, minha parte favorita da cidade.

Lembro da RMRO dizendo, toda a vez que passava por uma ponte em Recife, "Eita cidade linda da porra". Pois é, quero que ela veja a minha e espero que diga o mesmo. Não me conformo como ela pode preferir São Paulo e Brasília ao Rio. O pior é que se ela conhecesse o Rio, eu ficaria na minha, mas a mulher esculhamba minha cidade sem sequer ter posto os pés aqui.

Fica meio caro

Realmente o programa não é dos mais baratos, a passagem do bondinho do Corcovado custa 22 contos, enquanto o do Pão de Açucar fica por 24 real. Eu, na qualidade de mão de vaca, fui até a subida, onde fiquei barrado com Ervilhão, e subi caminhando 2,5 km acima. Na volta fica mais fácil.

Se subir de carro, custa 5 real por cabeça, mas subindo a pé fica por conta da casa. Eu só acho um absurdo os caras permitirem que se suba caminhando, mas nao terem construído um rascunho de calçada que fosse. Os pedestres tem que ir andando na pista por onde taxistas (esses capetas enviados pra infernizar a Terra) e motoristas credenciados pra fazer o trajeto. Caras que parecem estar batendo pega, passam varados um atrás dos outros, correndo à vera, ignorando os possíveis manés que optam por ir andando.

Pior. Existem vários carrros que fazem o carreto, mas pouquíssimos têm placa vermelha, de veículos usados para trasporte de passageiros. Disseram ao Vicente que só sobe os carros cadastrados no IBAMA, tá, mas quem disse que eles podem levar passageiros? Os carros têm placa cinza como o meu! Pq eles podem subir e descer cobrando 5 reais de todo infeliz que tope entrar no carro? Eu? Tô fora. Pra mim é tudo taxista. Pra mim tudo devia ser empalado e queimado pra só sobrar cinza. Almas sebosas.

Mesmo assim o passeio vale, mesmo com a condecendência da Prefeitura do Rio fechandos os olhos pra esses manés que ficam explorando os demais.

quarta-feira, março 05, 2003

8,2 e 8,9 para a bateria da Mocidade é abuso. Esses jurados vão ter que explicar isso com muito cuidado. A bateria de mestre Coé perder tantos pontos é novidade pra mim e olha que acompanho carnaval há quase 20 anos. Durante esse tempo eu nunca vi os ritmistas da verde e branco de Padre Miguel ganharem notas tão baixas. Fiquei indignado, pq mesmo com essas notas tão baixas, vieram duas notas 10. Não faz sentido, ganhar duas notas baixas e dois 10.

terça-feira, março 04, 2003

PARA SEMPRE NO SEU CORAÇÃO - O CARNAVAL DA DOAÇÃO

SAMBA-ENREDO
Autores : Santana e Ricardo Simpatia.

Um gesto de amor faz alguém sorrir
Só o doador faz a vida prosseguir
Basta se conscientizar
A família querer aceitar
Pro sonho se realizar
Vem fazer o bem sem olhar a quem
Com a Mocidade doar o coração
Nos braços da mitologia
Unindo o mundo na mesma missão
Sob a luz da estrela guia

BIS

Doar sem medo de errar
Ver um brilho no olhar
Amar é dar, receber
É tão bom viver

Cosme e Damião
Pioneiros nessa arte divinal
Dando asas à ciência
O homem busca novos ideais
Os olhos ganham luz, vêem cores
Cura os males as dores
Renovando os conceitos sociais
Esse artista iluminado
Doou toda sua criação
Sua imagem é chama viva
Para sempre no seu coração

BIS

Alô você !
Abrace essa corrente pela vida!
Sou doador, sou Mocidade
Dou um alerta para o bem da humanidade

Tem download do samba aqui.

"Mostrando a minha identidade
eu posso provar a verdade
a essa gente
como eu sou da Mocidade Indepente"




Meu receio acabou. Eu fiquei cheio de medo do desfile da Mocidade, mas nosso carnavalesco Chico Spinosa me convenceu que manda bem. Blog, que desfile espetacular! O cara conseguiu falar de um tema super difícil com uma leveza que me surpreendeu. E o samba que eu falo mal há meses? Funcionou bem à vera! Calou minha boca bonito!

E a comissão de frente? E a bateria? E o carro com os mergulhadores? A Mocidade é tudo o que há. Salve a verde e branco de Padre Miguel. E pensar que desisti de ir ao desfile por conta daquela chuva furinguda que chegou de sola na cidade... Ah se arrependimento matasse... Eu tava era lascado. Faltou a mim otimismo, o que a escola mais mostrou no desfile.

Blog parceiro, sabe pq eu gosto tanto dessa escola? Pq quando ela entra no sambódromo eu vejo essa parte da cidade onde eu moro, que é tão esquecida e sacaneada, mostrando a cara com orgulho. Dizendo bem alto, bem forte que a gente é de Padre Miguel, de Bangu e de Realengo. Que a gente é Zona Oeste, sim! Que a gente tem o que mostrar e do que se orgulhar nesse canto do Rio de Janeiro.
Hoje fiz questão de passar o dia com minha camisa da Mocidade. A parada tem que ser ostensiva.

Vestir verde e branco no carnaval é muito mais do que torcer pra uma escola que é criticada por ser 'modernosa', é vestir a camisa do subúrbio mermo. E quem discordar qeu se rasgue. Mas se rasgue em verde e branco.


Mais uma vez, show de bola na comissão de frente.

segunda-feira, março 03, 2003

É hoje!

Acho o samba ruim. Acho o puxador ruim. Mas é a minha escola e é isso o que importa! Eu sou Mocidade e com ela vou estar onde quer que seja. Vamos sair Irmão-Léo, Baiano e eu com nossas camisas da Mocidade, lá vou eu com chapéu e pin da escola. Tamborim embaixo do braço. Vamos para uns dois blocos e depois, se tiver pernas, ainda vou ver se consigo ir ao sambódromo. Será? Sei lá. Mas a paixão em verde e branco fala alto.
Os desfiles de domingo

Não assisti as primeiras escolas, fiquei frustado por ter perdido a Santa Cruz, minha segunda escola. Não vi o Salgueiro estourar o tempo, o que é sempre triste, visto que rola um trabalho duro por aqueles poucos minutos de desfile e quando as coisas não funcionam como foi planejado é sempre triste.

Santa Cruz abrindo o desfile.
Mas eu vi o Império Serrano e a Portela (CLARO!). IXPETÁCULO!!! Eu amo carnaval, amo as escolas de samba e sou feliz por elas existirem. Devio a um famigerado problema de harmonia, acho que a azul e branco de Oswaldo Cruz perdeu mais uma vez a chance de chegar nas cabeças, o que é uma pena. Foi o melhor desfile portelense que eu já vi. Torço pra que as coisas não dêem errado pra eles. Mas o Império foi impecável. Até agora tô apostando nos caras, que tb não ganham há vinte e tantos anos.


Sempre ela, a águia. Impõe respeito só de mostrar o bico.

É o que existe de mais belo nas escolas. Casal de mestre-sala e porta-bandeira com o pavilhão imperiano.
Anões

Andando pelas ruas da Lapa após aloprar pelas ruas do Centro durante o carnaval, uma imagem fora do comum: nove anões caminhando a nossa frente. Baiano sacou a máquina fotográfica e registrou o grupinho que caminhava bem perto da gente.

Figura que é, o personagem 'made in Bahia' se meteu no grupo dos anões e ainda tirou uma foto no meio dos caras. Claro que eu estava junto. Se der certo, Baiano vai me enviar uma cópia e a prova desse fato inusitado estará no PPS logo mais.
Zico
Hoje é aniversário de Artur Antunes Coimbra, o Zico. Hoje o maior jogador que o Flamengo já teve completa 50 anos. Tava com vontade de registrar isso aqui e registrei.

domingo, março 02, 2003

Eu amo as escolas de samba, sim. E daí?

Já que me empolguei e comecei a escrever, vou fazer só mais esse post e vou seguir meu rumo carnavalesco... É comum ouvir que a magia das escolas de samba, que o carnaval carioca se comercializou e perdeu a graça. Blog, não acho. Td bem, eu assumo, sou um romântico quanto a isso, mas pouquíssimo tempo após chegar ao Rio acabei passando pelo sambódromo onde rolava o desfile das escolas mirins.

É de encher os olhos de lágrimas ver aquela molecada amarradona, apaixonada e feliz da vida desfilando. Isso é a alma das escolas de samba, a essência mesmo. Fazer pelo amor. Pq ali não tem disputada, a criançada desfila só por desfilar, não há outro fim. Todos só vão pular carnaval e participar da festa. São comissões de frente, baterias, baianas, passistas, mestre-salas e porta-bandeiras. Tudo criança, tudo moleque. É lindo, empolgante, emocionate. E de graça.

Outra coisa que me faz manter a paixão pelas escolas de samba é o desfile das escolas menores. São aquelas onde neguinho se lasca pra botar os carros alegóricos no sambódromo, correm atrás pra viabilizar as fantasias, tudo pra desfilar por poucos minutos e sentir a sensação de missão cumprida e brincar seu carnaval.

No Rio, existem pelo menos 50 escolas de samba (que eu mesmo contei), claro que todo mundo acaba conhecendo apenas as maiores (eu só conheci as demais anos após descobrir as grandes escolas). São essas menores que fazem a coisa mais na raça, no sangue, no coração e mostram tanta entrega que comove. Elas não têm beleza plástica tão apura, mas a paixão por a escola desfilando suplanta qq coisa. Pena que poucos loucos como eu curtem esse tipo de coisa. Afinal, é a cultura popular da minha cidade.

A vida segue e o carnaval tb. Hoje tem Clube do Samba, aquele mesmo criado pelo João Nogueira. Estarei lá. E ontem, haha, ontem tava eu que nem criança no Bola Preta. E salve a alegria.
Indiganção de carnaval

Tá, tá bom. Eu chego de madrugada em casa e penso: vou dar uma olhada na tevê pra ver o que rola. A Bandeirantes fica transmitindo o carnaval de Salvador, mas não consigo ver sentido nesse tipo de transmissão é sempre a mesma coisa. Pessoas pulando freneticamente e aquele som estourado chegando. Sei não, não me parece algo inteligente transmitir algo que parece a mesma coisa todo o tempo. E a mané da Globo querer me convencer a assistir o carnaval de São Paulo. FALA SÉRIO!!! Eu quero ver a União da Ilha, a São Clemente, a Visa Isabel, a Paraído do Tuiuti, a Unidos da Ponte, a Estácio de Sá! Pra gente que é do Rio, faz sentido vê-las, curti-las, fazem parte da nossa história, da nossa cultura. As escolas de São Paulo, com todo o respeito, não dizem nada pra quem é daqui. Eu prefiro essas escolas menores às "grandes" da paulicéia.
O primeiro post carioca!

Tamos aí, Vicente na área, de volta ao Rio. Enquanto vejo o horários de saída dos blocos, nao custa nada postar aqui só dizer "e aí, blog, tô vivo, viu". Após mil e tantos quilômetros de estrada, um desvio pq uma ponte caiu na altura de Ouro Preto, que me fez entrar por Ouro Branco até Conselheiro Lafaiete, cá estou eu. E vivo. E amarradão com a cidade.